CAPÍTULO 7

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Viro-me para lá e para cá à noite, sonhando com a lauren dando uns amassos com a Verô, câmeras gigantes me seguindo com flashes bem brilhantes e milhares de fontes de ponche transbordando de líquido cor-de-rosa. Acontece que o líquido é como uma lava e eu passo o sonho inteiro fugindo dele. Quando abro os olhos, estou definitivamente com um humorzinho do cão. O que eu preciso mesmo agora é de cafeína intravenosa e uns cem donuts.

Enquanto bocejo e me estico, coloco as pernas para fora da cama e me preparo para me levantar, mas algo rola debaixo do meu pé e cada perna vai para um lado e vou direto para o chão, dando de cara no carpete. Meus dentes vão com tudo na minha língua, e tenho certeza de que quase arranquei minha língua fora por causa do gosto metálico que invadiu a minha boca.

Tudo acontece tão rápido que eu não conseguiria me salvar em circunstâncias normais, e muito menos quatro segundos após acordar. Mas que m...

Em seguida, abro os olhos e tudo entra em foco novamente.

Só consigo encarar a cena, minha boca aberta e meus olhos arregalados.

Chicletes de bolinha.

Milhares deles.

Tubos gigantes, e pacotinhos, e baldes enormes. Eles estão empilhados ao meu redor e rolando debaixo da minha cama, e estou deitada sobre pelo menos uns cinquenta.

Tudo que consigo fazer é ficar ali, de olhos arregalados, minha bochecha amassada sobre o carpete. Esse tanto de chicletes de bolinha custaria uma fortuna. Será que meu irmão roubou um caminhão de doces?

Eu me sento devagar e com cuidado, porque esse tombo não foi gostoso, e olho melhor ao redor do meu quarto .

Os chicletes de bolinha estão na minha escrivaninha, e no beiral da janela, e na cadeira, e empilhados perto das paredes, e... não tem um centímetro quadrado livre de chiclete no meu quarto. Tento colocar as pernas debaixo do corpo e estou quase ficando de pé denovo quando alguns chicletes vêm rolando por baixo de mim. Abro um espacate involuntário e então grito de dor e caio de novo, minha coxa lateja como se eu tivesse estirado um músculo. Alguns chicletes rolam porta afora e batem na parede do corredor, depois quicam para bem longe.

Eu decido desistir de ficar de pé e vou engatinhando até o guarda-roupa,passando as mãos pelo chão, para abrir caminho entre os chicletes. Não funciona muito, porque eles vêm rolando em minha direção de novo. É como se eu estivesse em uma caixa de areia no parquinho, mas cheia de chicletes de bolinha. Ou, na realidade, parece mais com aquelas piscinas de bolinha de buffet infantil.

Tudo o que preciso é de uma muda de roupa, e assim posso ir até o banheiro e me arrumar.

Então, posso ir encontrar meu irmão e estrangulá-lo.

Consigo chegar à porta e viro a maçaneta, eaí percebo tarde demais que cometi um erro gigante: subestimei o tamanho desse desastre natural.

Está na cara que o Furacão Chiclete de Bolinha é de grandeza número cinco na escala de destruição.

A porta se abre com tudo e me pega bem no queixo, enquanto os chicletes de bolinha caem em uma avalanche nas cores do arco-íris.

Eu me enrolo como um tatu-bola e cubro a cabeça, enquanto os chicletes chovem sobre mim, quicando nos meus cotovelos e na minha cabeça e formando uma mega poça à minha volta. O barulho fica cada vez mais alto enquanto umas batem nas outras, pulando e ricocheteando pelo quarto inteiro.

Isso aqui vai muito além do ridículo. E como é que ele conseguiu? Será que ele botou um "boa noite, Cinderela" no meu refrigerante ontem, para eu desmaiar até agora de manhã? Ele também deve ter tido ajuda para fazer tudo isso em tão pouco tempo.

Make Your Wish - CamrenWhere stories live. Discover now