He does you good

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Point of view— Isabella Cavanaugh

Suspiro levemente enquanto sinto os dedos de Beatriz acariciar meus fios, quase durmo com o carinho, o tapete da sala de minha sala nunca me pareceu tão convidativo quanto hoje.

Agradeço por Beatriz ter vindo até minha casa me fazer companhia, não suportaria mais um dia nessa casa sozinha. Minha mãe ainda continua enclausurada em seu quarto e meu pai precisa administrar a empresa da família.

Porque todos pensam que ter dinheiro traz felicidade? Não serei hipócrita, temos sim regalias. Mas ser feliz por ter coisas materiais é a pior ilusão que o ser humano pode ter.

O dinheiro não nos livra da morte, no final todos seremos pó.

— Bella você gosta do Justin?— Beatriz foi direta como sempre, não existe meio termo com ela, porém não deixo de surpreender-me com sua pergunta.

Gostar? Há tanto significados para tal expressão e eu conheço Justin a um pouco mais de quatro meses.

Ele é um rapaz legal isso posso afirmar com certeza, e  eu tenho a certeza absoluta que Beatriz fala no sentido de amar.

Eu li certa vez em livro que diz que quando estamos apaixonados sentimos borboletas no estômago, coração acelerado, mãos chegam a soar e até mesmo uma certa ansiedade sentimos. Eu não sinto nada disso perto dele, pelo ao contrário, eu sinto uma paz e mansidão como não sinto a anos.

Então não, eu não gosto do Justin.

— Não, ele é apenas um amigo Beatriz, não veja coisas onde não tem. E mesmo se isso fosse verdade, você sabe que seria impossível, ele é jovem e tem um futuro promissor pela frente e eu sou apenas uma cega que tenta ser uma pessoa normal, vivendo uma vida que meu pai pode comprar em um estalar o dedo.

Não estou sendo dramática, é apenas minha realidade, eu estou a alguns anos estudando em um colégio para pessoas comuns sendo o que eu não sou, eu não me importo com isso e nunca fui destratada no Beldani. Eu só sei separar as coisas, eu não vou me tornar uma mulher como as minha colegas de colégio.

Eu não vou me formar em alguma faculdade em algum curso concorrido, não vou exercer alguma profissão de prestígio pois eu sei que tenho minhas limitações. Eu sei que posso fazer muitas coisas mas sei também não posso fazer várias.

Eu não vou namorar, não vou noivar e quem dirá casar, filhos consequentemente não virão.

Porém olho para tudo que tenho e vejo que não preciso me entristecer com isso.

Tenho uma amizade verdadeira, um pai que me ama, e do meu modo vivi muitas coisas, talvez o que alguns assim como eu jamais poderão viver ou sentir.

Então eu sou feliz.

Sinto um beliscão em meu braço de leve, olho para cima, apesar de ver somente a escuridão sei que Beatriz me olha com repreensão.

— Não começa Bella, não venha ter pena de si mesma, você nunca fez isso. E porque seria impossível? Você é linda e Justin também.

—Beleza não é tudo— falo alto a interrompendo, do que adianta nós dois sermos lindos segundo Beatriz, isso não significa nada no fim das contas.

— Por que você não pode ver aqueles olhos caramelados, ou os lábios em formato de coração naturalmente rosados, os cabelos dele tem um loiro tão bonito que chega brilhar a luz do sol. Ele é todo tatuado e tem um corpo invejável, não é nada exuberante demais, mas tudo em seu lugar.

Escuto seu suspiro e sorrio, eu consegui imaginar um pouco dessa beleza que ela me descreveu, e ele não é lindo somente por fora, ele é lindo por dentro, sua humildade e alegria faz com que ele se torne perfeito aos meus olhos.

Violetta ✓Where stories live. Discover now