One year later

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Levo meus dedos até meu queixo e começo a coçar vagarosamente, um modo de tentar me acalmar, o que não acontece. Ao tocar meu maxilar percebo que preciso me barbear, Isabella não gosta de pelos em minha face.

Isabella, hoje nada vai estragar meu dia, nosso dia, estamos completando um ano de namoro, um ano de novas descobertas e sensações.

Mesmo ainda sendo um pouco mais da sete da manhã, já me sinto nervoso, o que fazemos para uma namorada nessa data importante? Passei praticamente parte da noite acordado tentando encontrar algo que a encantasse e apenas uma ideia veio em minha mente e é tão pouco, nada o que eu possa fazer irá ser o suficiente para mostrar o quanto ela significa em minha vida.

Às vezes me pego tentando compreender o que a levou se apaixonar por mim assim incondicionalmente, ela não pode me ver, porém me conhece mais que qualquer um que me vê nitidamente. Sabe quando estou chateado, ansioso, envergonhado e sempre tem na ponta da língua o que eu preciso ouvir, seja uma palavra de conforto ou um puxão de orelha.

Fecho o notebook e me levanto da cama, quando penso em tirar a calça moletom que usei para dormir, meu celular vibra, vou até o criado mudo e vejo ser uma mensagem.

Tenho uma encomenda para pegar para senhora Wilson como na última semana.

Visto uma blusa branca, pego uma calça jeans preta a subo por minhas pernas, jogo uma jaqueta de couro preta por cima da blusa branca, abro a porta do meu quarto observando que casa ainda se encontra silenciosa. Vou até o banheiro para que eu possa escovar meus dentes e lavar meu rosto, formo uma concha com minhas duas mãos e ao pegar um pouco de água jogo sobre meu pescoço tentando aliviar um pouco da ansiedade que eu sinto em relação à faculdade e sobre nosso primeiro anos juntos. A toalha amarela vai de encontro ao meu rosto tirando qualquer vestígio de água. Levanto meu rosto e encaro o espelho a minha frente, tomando um susto ao ver minha mãe parada na porta de braços cruzados me olhando fixamente.

Continuo em silêncio pego o barbeador, um pouco de espuma e espalho sobre meu rosto, começo fazer a barba, a briga que tivemos ontem a noite ainda me atormenta um pouco, sei que fui rude, entretanto ela tem que entender que eu não sou mais um menino, sou um homem de quase dezenove anos.

Bato o barbeador na pia retirando o excesso de pelo das lâminas e refaço o processo por mais três vezes.

— Justin, me desculpe por ter me descontrolado ontem à noite, sei que tenho que respeitar suas escolhas, porém você tem que entender meu lado também, eu vou lhe fazer apenas uma pergunta: você tem certeza?

Pego a toalha novamente e seco meu rosto, olho no espelho para que eu possa ver o resultado final, completamente liso, fico satisfeito me viro com a intenção de ficar frente a frente com ela, cruzo os braços em frente ao meu peito.

— Eu entendo seu lado mãe e nunca disse o contrário, queria apenas conversar e a senhora já ficou na defensiva. O que quero dizer é que eu tenho certeza, não sou um moleque, com você me apoiando ou não, minha decisão está tomada.

Saio do banheiro sem ao menos falar mais nada. Ela não me segue como eu quer evitar uma discussão matinal, confesso que me surpreendi com seu espanto afinal ela sempre esteve ao meu lado. E entendi tudo o que ela disse, o que me desagrada foi a forma como explodiu. Já não bastam as piadinhas de algumas pessoas? Já não basta a minha sogra com indiretas? Nós dois só precisamos de alguém que nos apoie, porém se não tiver, não me importo, eu a amo e isso basta.

Vou até a cozinha e o cheiro de café fresco se faz presente, minha mãe ao me notar pega uma xícara e derrama sobre a mesma o líquido preto, ela parte um pedaço do bolo de laranja colocando a minha frente.

Violetta ✓Where stories live. Discover now