bye

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Point of view — Justin Bieber.

O dorso da minha mão vai de encontro a minha bochecha direita secando a umidade presente em meu rosto, eu jamais pensei que um dia estaria em um bar qualquer afogando mágoas em um copo de bebida.

— Por favor, eu quero mais um absinto. — Peço ao dono do bar levantando meu copo vazio mostrando a ele que está atrás do balcão servindo todos homens presentes neste local, ele apenas assente e eu sorrio um pouco ao perceber que começo a ver dois dele e não um.

O homem calvo se vira de costas olhando suas prateleiras e pega a garrafa com o líquido verde e despejando pela quinta vez em meu copo.

— Acho melhor ir com calma rapaz, absinto pode ser uma bebida gostosa para se apreciar devido seu gosto adocicado, porém ela é umas das bebidas que contém o maior teor de álcool presente em sua fórmula. — O senhor na casa de seus cinquenta, talvez sesenta anos, tenta me avisar, eu apenas dou de ombros não me importando em sofrer um coma alcoólico ainda hoje. — Veio dirigindo? — Ele pergunta visivelmente preocupado e eu apenas balanço a chave do honda civic para responder sua pergunta.

— Não se preocupe, não sairei daqui tão cedo. — minha voz sai arrastada pelo efeito do álcool, encosto meu corpo na banqueta alta o máximo que ela me permite.

Aperto meus olhos quando mais uma vez a voz de Isabella vem em minha mente, me fazendo lembrar a merda que minha vida se encontra neste momento.

Eu não quero mais ser sua esposa.

Eu sou uma cega inútil.

Você precisa ir.

Eu sempre deixei claro para Isabella que eu a amo como é, e mesmo assim não foi suficiente? Porque ela tem que achar que um simples diploma irá me fazer feliz? Será que  não percebe que sem ela meu mundo fica preto e branco?

Meu coração dói a cada batida que ele dá dentro do meu peito, tento lutar contra a dor e raiva, uma tarefa árdua e complicada, acho que posso dizer que é impossível. Fecho meus olhos ao lembrar dos olhos violetas, as mesmas esferas que me fez apaixonar, que me traziam calmaria e alegria. Os olhos que também me deixava ansioso e com uma pitada de adrenalina no sangue foi os mesmos olhos que me destruiu e que acabou comigo aos poucos. A cada segundo que passa desse maldito dia eu sinto uma dor arrebatadora.

Um soluço sai de minha garganta enfim eu percebo que estou chorando feito uma criança em um bar completamente bêbado.

Sempre ouvir falar que os bêbados esquecem os problemas, que recebem algo como uma dose de morfina no sangue então a dor e tristeza some. O que me leva a crer que eu sou um ser humano diferente, pois eu estou revivendo nitidamente tudo que foi dito no quarto mais cedo. A dor está mais presente e com uma pitada de raiva. Eu quero ir para casa e gritar com Isabella dizendo que ela está sendo mimada e egoísta por fazer isso com nós dois, entretanto a parte irritante do homem apaixonado grita comigo avisando que não posso magoar a mulher que mais amo nessa vida e que eu devo sofrer sozinho. Eu sou um completo babaca! Isso que dar um homem ser apaixonado.

— O que leva um menino tão jovem e de boa aparência estar em um bar, copo sujo, afogando as mágoas em grandes doses de absinto?

Viro meu corpo para minha esquerda me desequilibrando um pouco, seguro a borda do balcão evitando assim minha queda. Meu olhar se encontra com dois olhos escuros como uma noite tempestuosa e rugas ao seu redor, pisco uma, duas, três vezes para que posso ver quem tenta conversar comigo. Uma mulher na casa de seus cinquenta anos está ao meu lado com alguma bebida em mãos.

— Eu sou casado. — Falo e posso sentir claramente minha língua se enrolando para proferir as palavras com clareza. —  Espera, eu sou mesmo casado? — Ela rir um pouco e leva o copo até os lábios pintados de vermelho, sua mão revela de fato sua idade, pois pelo o rosto muito bem pintado não poderia adivinhar. Ela se senta ao meu lado e sua mão vai até o balcão, começando a batucar as unhas compridas pintadas em um vermelho sangue sobre o mesmo.

Violetta ✓Where stories live. Discover now