10 - MEU OBJETIVO POR ELA - Daniel

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As coisas não estavam indo muito bem com a Victória. No entanto eu sabia que a tarefa não seria fácil. Fazê-la voltar a ser o que era antes soava impossível, mas eu não desistiria tão rápido. Na verdade, eu não desistiria até o último suspiro... fosse o dela ou fosse o meu!

– E ela chamou por você? – Perguntou Emerson, curioso, enquanto mascava uma goma.

Estávamos transitando no campus, buscando resolver algumas pendências da turma; afinal, havíamos sido eleitos como representantes. Porém, não era no pessoal da facul que eu estava pensando e nem pensaria tão cedo.

– É um bom sinal, não é? – Continuou. – Você havia dito que ela pouco reagia.

Balancei a cabeça em negativa.

– Na hora eu fiquei impressionado por sua reação. Seus olhos fixos nos meus... Quase pude sentir o seu desespero. Mas, ela logo perdeu os sentidos. Esses poucos instantes de consciência ainda a mantêm, mas como saber até quando?

– Quer dizer que ela pode entrar em coma irreversível a qualquer momento?

– Não há como saber isso. Mas, o prognóstico não é bom.

Na realidade, cientificamente falando, Victória não tinha a menor chance. Todavia eu não iria desistir. Ela precisava se recuperar!

– E o Jadir? – Questionou-me, chamando-me a atenção. – Topou ajudar?

Eu o fitei por alguns instantes antes de responder. Sabia que ele estava se preparando para bronquear:

– ... Sim. Ele vai ajudar na reabilitação.

– Isso era mesmo necessário, cara? – Começou com irritação. – Ah, eu sei lá! O maluco estava a milhares de quilômetros e voltou para te ajudar a se vingar de uma pobre vegetal? Já ouviu bem como isso soa? Vegetal! Victória está vegetando! Não acha que é castigo o suficiente? O pior dos castigos, talvez...

– Não é vingança, Emerson – apertei os dentes, sem fita-lo. – Ela não sabe o que fez ainda. Mas, eu sei o que ela fez e logo ela também saberá.

– E você chamou o Jadir por quê? Ela já tinha outros para reabilitá-la.

Suspirei e movimentei o pescoço. Eu estava cansado, não apenas por pouco dormir, mas por tanto ter que me explicar. Era inútil! Afinal de contas, ele não entendia! Ainda assim, falei:

– Eu confio no trabalho dele, sei que trabalharemos melhor juntos. – Disposto a cortá-lo, continuei: – Agora, eu preciso ir.

– Como assim? Ainda não fomos na secretaria...

– Faça isso você, ok? – Apressado pedi. – Tenho que...

– Você vai voltar a casa da Victória?! – Perguntou, se interpondo para variar, parecendo sobressaltado. – Mas, você só tem que ir amanhã à noite!

– O Jadir irá avalia-la daqui a pouco. Eu vou até lá para ver. Até!

Não esperei respostas, perguntas, broncas, nem mesmo quis ver sua reação. Naquele momento, não havia nada mais importante para mim.

Meu foco era tão grande, que quase deixei passar a mensagem já costumeira em meu celular:

Arrogância, orgulho, presunção... Estes não prevalecem por muito tempo! Um dia, a vida se encarregará de quebra-los e fazer a pessoa que os tem em pedaços. – Maya

***

– Hey, Victória! Acorde! – Disse Jadir, estalando os dedos próximos ao ouvido direito dela.

FRAGILIZADO - Livro 3 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioWhere stories live. Discover now