35 - SEXTO DIA

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O cerco está se fechando! 

Confiram esse difícil capítulo...

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Senti-me quase morrer para recuperar o fôlego. Pude, finalmente, perceber a minha respiração! E comecei a rir...

– Victória? Você está bem?

A preocupação do Daniel me fazia aumentar os espasmos alegres, não conseguindo brecha para poder lhe responder. Mas, havia uma confusão muito grande em mim.

Já não conseguíamos enxergar praticamente nada e eu permanecia em seus braços despida não somente de corpo, mas sentia que muito da minha alma se revelara. Eu ainda podia sentir cada toque, gesto, carícia, me tirando de mim e me transportando para um lugar no qual eu não conhecia, nem acreditava que pudesse existir. Havia sido mais do que perfeito... Fora inacreditável. Será que eu estava sonhando?

Virado para mim, me aprisionando mais em seus braços; como se isso fosse possível, tão próximo a ponto de não conseguir distinguir nossas respirações - como se fôssemos únicos, o percebi dizer em súplica:

– Fale alguma coisa, por favor.

Puxei o ar dele e respondi:

– Por que me pergunta se estou bem? Você mesmo me disse que "sempre estou bem".

– É sério Vic... Você...

– Eu estou bem – apressei em dizer. – Muito bem.

Alcancei os seus lábios e me deixei perder neles outra vez. Eu não daria vazão aos sentimentos contrários naquele momento.

***

– É tarde... Temos que ir.

Despertei de repente, sem nem ter percebido dormir. Aliás, eu havia conseguido dormir? Não deve ter sido por muito tempo, mas senti um vigor único naquele instante. Percebi que já não estava tão escuro e a manhã logo irromperia. Assim, pude enxergar Daniel, com seu corpo perfeito, colocando as calças.

Cobrindo-me com sua camisa, sentando-me no tablado, brinquei:

– Não é tarde... O sol está nascendo agora. Me deixa olhar para você com a luz dele por mais tempo.

Estava colocando o cinto no cós quando olhou em minha direção e riu sem jeito. Logo, se aproximou de mim e se debruçou, fazendo soar o barulho das molas presas nas laterais do tablado e me beijou. Era tão bom sentir o gosto dele que, sem duvidar, eu me deixaria morrer ali mesmo. Após um breve momento, ele tirou os lábios dos meus, indo até minha orelha direita e sussurrou:

– Não há nada que eu pudesse querer mais do que ficar aqui com você.

Saiu de sobre mim e percebi que suspirou para falar:

– Mas, eu preciso ir.

Amenizei a tensão do meu olhar e fingi tristeza, que não era tão fingida assim. Na verdade, o frio que eu começava a sentir me fazia lembrar de que eu teria que voltar para a minha vida vazia e, pior, encarar a realidade e as consequências das "brincadeiras" que brinquei. Inconsciente, me encolhi mais na camisa do Daniel, o ouvindo dizer:

– Eu preciso dessa camiseta, Vic...

Olhei para ele mudando de postura e sorrindo marota fiz um gesto negativo com a cabeça.

FRAGILIZADO - Livro 3 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioWhere stories live. Discover now