FRAGILIZADO - Livro 3 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos Amâncio

39 - QUANDO VOCÊ ESTÁ EM MEUS BRAÇOS - Daniel

É... Definitivamente estamos acabando! :'(

Confiram o último capítulo narrado por Daniel nesta história! O epílogo, dividido em três partes, que encerrará essa trilogia deverá ser postado no próximo domingo!

Espero por vocês!

OBS: "Heaven" (vídeo na multimídia) é um dos temas de Adriel e Estela. Fazendo referência a eles, que iniciaram toda a trama e nos fizeram apaixonar e chegar até aqui, virou tema de "último capítulo", desta vez num vocal feminino. 

Ativem o vídeo e curtam esse belo capítulo final! <3

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Se passara algum tempo desde que eu a abracei, de joelhos a sua frente, mas eu não estava pronto para soltá-la. No entanto, algo me fez preocupar e me retornou para a situação. A princípio, Victória retribuiu o meu abraço com força, mas os seus braços começaram a enfraquecer.

– Vic, fala comigo – afastei-me um pouco para olhá-la. – Você está bem?

Com a cabeça baixa e um dos braços ao lado do corpo, enquanto o outro segurava em meu ombro, ela assentiu. Sem deixar de ampará-la com um dos braços, elevei o queixo dela com a outra mão percebendo o quanto chorava. Afastei uma mecha do cabelo loiro curto dos seus olhos anis e percebi o quanto ela estava linda.

– Pensei... que nunca mais o teria comigo – falou com um fio de voz e ofegante.

Aproximei-me mais dela outra vez e sussurrei perto do ouvido:

– Eu sempre estive com você...

E sempre estaria.

Pela Victória eu superei o meu medo em falar com Helena e soube que ela estaria em casa naquele dia e que ansiava por me ver. Eu relutei, mas eu sabia que não conseguiria permanecer longe dela... Sempre foi assim e não haveria mudança quanto a isso!

– Eu não queria atrapalhar a música – falei, me recompondo. – Você toca tão bem...

Ela riu de forma cândida, enquanto enxuguei algumas lágrimas próximas de seus lindos olhos. Porém, aliviou um pouco a expressão e perguntou eufórica:

– Me fala sobre você... Como você está?

Então eu percebi outra coisa... Eu ainda a contemplava, sem responder. Eu já a havia criticado por pouco saber ao meu respeito, mas desde o início ela quis saber mais sobre mim, eu que pouco falei; afinal, sua beleza sempre me fez perder a fala. Agora eu compreendia isso. Ainda me era difícil de acreditar que ela falava comigo, que se dirigia a mim diretamente e se importava. Eu a idealizei por muito tempo, demorando para perceber como ela era de verdade, e Victória era muito melhor do que imaginava.

– Daniel? – Fechou a expressão, parecendo preocupada.

– Ah, me desculpe – ri, percebendo que eu também chorava ao vê-la. – Me distraí olhando para você.

– Ah não Daniel. – Fez um gesto para tentar me afastar e ruborizou. – Eu estou horrível.

– Jamais – fui enfático, mas mantive a serenidade. – Você é a mulher mais linda que já vi.

Percebi que se surpreendera com o que eu havia dito, deixando escapar um soluço ao inspirar o ar. Também notei que ela não desviara os olhos de mim, embora soubesse que ela não enxergava tão bem e jamais enxergaria como antes. Os efeitos tóxicos e, até mesmo traumáticos, dos últimos acontecimentos a afetaram para sempre. Mesmo assim, ainda que parecendo tão frágil, ela foi forte o bastante para suportar tanta maldade, tantos perigos e desavenças, inclusive as minhas próprias acusações. Eu havia sido fraco nisso tudo e precisava me redimir.