Pink number.

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-Vou insistir até que aceite.

Harry disse abrindo os braços, deixando gotinhas de chuva começaram a molha-lo.

-Oh não!

Eu ria tanto que as palavras mal saíam. Eu morreria de vergonha, mas era uma carona que não se podia negar.

-Tudo bem, aceito sua carona.

Harry fechou os braços e sorriu com os lábios, se aproximando.

-Certo, qual seria o nosso destino então, senhorita?

Caminhamos a passos rápidos até o carro dele, Harry mostrava a direção com as mãos, lado a lado comigo.

Com seu sorriso brilhante, me conduziu até a porta. Para mim, parecia muito melhor do que sentar em uma cadeira cheia de outras pessoas.

Entre um passo e outro, eu virava a cabeça para olhá-lo, apenas para vê-lo encarando o céu acima, olhos semicerrados por conta da claridade enquanto estudava as nuvens que se moviam através da enorme extensão de azul.

Harry esticou o braço direito e abriu a porta, minhas pernas tremiam em vergonha. Seu carro era limpo, muito limpo, e cheirava a baunilha.

Eu não saberia dizer qual seria a reação da minha mãe se eu contasse que estava entrando em um carro de uma pessoa que conheci três horas atrás.

Entrei e coloquei o cinto de segurança, torcendo para que ele dissesse alguma outra coisa. Mas não disse.

Ele segurou seu telefone com ambas as mãos e pareceu digitar alguma coisa, eu jamais me atreveria a olhar.

-É esse aqui mesmo?

Harry apontou o celular para mim, confirmando meu endereço.

-Certo, não passo muito tempo por aqui então vamos com a ajuda da tecnologia dessa vez.

Apenas quinze minutinhos dali. O topete que antes tinha em seu cabelo já estaria se desfazendo, deixando alguns fios bagunçados descendo e quase incomodando seus belos olhos.

-O que gosta de ouvir?

Harry perguntou, sem tirar os olhos da estrada, ligando o rádio. Acompanhei o movimento de sua mão.
-Acho que... Eu gosto de tudo um pouco.
-Hummm... -respondeu imediatamente- Vamos ver o que a rádio nos propõe então.

Harry intercalava seus olhos na estrada, no caminho que o GPS informava e em mim. Eu estava aterrorizada por tantos motivos...

Ele cantarolava baixinho, o que me deixava sorrindo.

-Cante comigo, eu sei que você sabe.

Posicionei as mãos rapidamente no rosto, negando com a cabeça.

Ele parecia tímido com a situação também, mas mesmo assim soava fácil. Harry cantava fazendo caras e bocas, de vez em quando sentia nossos braços se tocarem ao acaso.

Eu era uma estranha, mas ele parecia confortável.

E me fazia sentir confortável. Com um estranho.

Era oficialmente a volta para casa mais rápida da história! Nossa conversa, apesar de ambas as partes tímidas, fluía sem forçar.

Enquanto Harry se concentrava em diminuir a velocidade atraentemente, me concentrei em pegar um pedacinho de papel perdido dentro da bolsa.

-É por aqui, certo?

Desviei os olhos do papel e olhei para fora da janela, me localizando.

-Isso, agora você pode virar na primeira à direita, por favor.

Ele assentiu, baixando o volume do rádio e seguindo meus passos.

-Está entregue, senhorita.

Harry brincou engrossando a voz, me fazendo rir pela milésima vez.

Calmamente o vi desligar o carro e tirar as mãos do volante, se inclinando de lado para o meu banco.

-Muito obrigada, como posso agradecer toda a sua ajuda de hoje?

Harry levou dois dedos ao queixo, charmoso, pensativo.

-Bom... Me dar o seu número seria uma ótima forma de agradecimento.

Harry riu, eu ri, e era sério.

Harry obviamente já teria meu telefone se quisesse, bastava olhar meus dados para a audição. Mas ele pediu. Ele havia feito questão de pedir.

Ele me olhava profundamente, dessa vez sem desviar.

-Não acha que está facinho demais assim?

Lancei-lhe uma piscadela, brincando.

-Beijos, obrigada mais uma vez pela ajuda.

Coloquei a mão direita na bolsa, procurando pelo papel de minutos atrás.

-Não se preocupe, eu não a deixaria na mão.

Meu coração batia forte enquanto silêncio tomara conta do carro. Seria essa a hora em que o mocinho se inclinaria para beijar a mocinha da história?

Ou aquela seria a hora em que ela sai e acena do lado de fora? Ou nenhum dos dois?

Eu estava quase perdida na sensação, bem como com o som da brisa vibrando através das folhas das árvores do lado de fora. Harry sutilmente sorriu.

Eu devia convida-lo para entrar?

-Você gostaria de entrar?

Falei com pressa, se pensasse muito nem falaria. digo sem pensar muito.

-Obrigado Lauren, vamos guardar esse convite para outro dia.

Acenti com a cabeça, eu poderia nos ver saindo dali como amigos, e aquilo fazia tanto sentido que me deixava com medo.

Medo pois ele parecia preencher as minhas peças.

Tirei o cinto de segurança e me aproximei dele, deixando um beijo em sua bochecha.

Eu estava com medo do quanto ele poderia me fazer sorrir e do quanto eu poderia facilmente perdê-lo. E ele sequer era meu para perder.

Harry não havia notado, mas eu deixara ali o papelzinho com o meu número anotado.

Saí do carro em silêncio e vi que ele não se mexeu, provavelmente me esperando entrar. Abri a porta e me virei para a rua novamente, acenando um para o outro.

Tranquei a porta e me encostei contra a mesma, Harry Styles tinha o meu número.

...

Pov Harry

O caminho todo com ela havia sido divertido. Eu notava sua timidez aparente, mas ao mesmo tempo percebia que ela estava curtindo. Ou se deixando curtir, pelo menos.

Estacionei na garagem privativa do hotel e peguei minha pasta tão importante naquele momento, notando um papel diferente no meio dos outros.

"Quem disse que precisa ser difícil?
(xxxx-xxxx)"

Gargalhei sozinho, balançando levemente a cabeça. Minhas bochechas certamente estavam rosadas. No mesmo tom da caneta que ela havia escrito seu número.

Lauren chegou de repente e já causava aquelas reações em meu corpo?

Eu mal havia a deixado em casa e já estava pensando em como faria para vê-la de novo.

End Of The Day - 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora