Let's go for a walk.

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Alguma vez você já sentiu tanta raiva a ponto do seu corpo inteiro tremer? Eu queria gritar, eu queria empurrar alguém. Eu fui colocado para fora como se colocaria um lixo na rua.

Saí pela mesma porta que entrei, tudo em vão. Peguei o meu celular enquanto ia até a saída, procurando o número da Bianca.

-Se está me ligando é porque deu errado, não deu?
-O que você acha? Um cara me viu.

Respondi no auge do meu estresse.

-Que droga, Bianca! Essa era a única coisa que você tinha que fazer!
-Acalme-se, eu afastei todos.
-Sim, e eu fui expulso.
-O que vai fazer agora?
-Com você, nada. Amanhã tem outro show aqui ou estou enganado?
-Está certo.

Avistei o meu carro e entrei rapidamente no mesmo, batendo a porta.

-Então amanhã ela não escapa.
-O que vai precisar que eu faça? Fale!
-Nada, tive outra ideia. Até logo.

Digo rápido, desligando em seguida. Olhei para a arena à minha frente e sorri com a possibilidade.

Existiam alguns remédios com a finalidade de te fazer dormir, te fazer relaxar para quando o estresse fosse muito ou a rotina sufocasse.

Cheguei a ter que comprar alguns quando tive que fazer acompanhamento, logo após minha demissão.

Não usei nenhum, confesso, mas finalmente serviriam para alguma coisa. Abri o porta-luvas do carro e revirei tudo o que tinha ali, sem me importar.

Eu costumava guardar qualquer tudo ali, então não tive dificuldades para achar. Encontrei uma receita, assinada por um médico um mês atrás, o que tornava tudo ainda melhor.

Dar o incrível e tão necessário poder do sono para outras pessoas talvez possa ser considerado uma caridade, afinal.

...

Pov Lauren

O dia parecia muito mais nublado do que realmente estava. Minha vida era uma montanha russa que subia e descia constantemente.

Passei horas conversando com Beatriz e Alice, eu sentia tanta falta e sabia que aquilo acabaria acontecendo. Eu tinha escolhido arriscar.

E me questionava se ainda valia a pena.

Independente do que acontecia com o Harry, aquilo tudo continuava sendo um sonho. E eu tinha assinado como um compromisso.

Eu me encontrava acordada naquela cama pouco mais de duas horas, virando para um lado e para o outro.

Sem querer fazer nada, meus pensamentos não me deixavam em paz, o receio de trombar com ele me trazia frios na barriga.

Me sentei na cama com muita dificuldade enquanto passava os dedos pelos cabelos. A mínima coisa que eu fazia, me lembrava dele.

Me arrastei até a mala e me abaixei, abrindo-a sem nenhum cuidado. Puxei uma camiseta branca e, na hora que puxei uma calça, uma foto veio junto.

Uma foto que me fez lembrar exatamente do momento em que aconteceu e do por quê de estar acontecendo.

Me sentei no chão e daquela vez eu não chorei, não de imediato, mas sorri. Era uma polaroide que eu havia passado longos minutos tentando convencê-lo de tirar.

Acabei tirando de qualquer forma. Harry tinha as mãos nos olhos e sorria grande, como sempre fazia. Preto e branco.

Se você quisesse descobrir o que alguém temeria perder, preste atenção no que eles fotografam. Talvez por isso que eu tirava tantas fotos dele.

End Of The Day - 1Where stories live. Discover now