-Prazer, Nicolas.
-Prazer Nicolas, Harry. Entre, por favor.Digo fazendo sinal com as mãos, fechando a porta em seguida. Caminhei até a mesa do quarto mesmo e puxei uma cadeira para que ele pudesse se sentar.
Minha cabeça doía em estresse.
-E então, o que temos?
Nicolas folheou alguns papéis, trazendo uma para a mesa.
-David, vinte e cinco anos, Nova York. Foi selecionado por vossa senhoria para participar de sua banda. Porém, devido a um episódio, foi despedido. Qual episódio foi esse? David abusou, tentou abusar, Lauren. Em público. Sendo denunciando logo em seguida por vossa senhoria e recebendo uma intimação de distância. Ele procurou Beatriz em sua residência e a ameaçou, se referindo ainda à garota mencionada anteriormente. E então, acusou vossa senhoria de injustiça, falso testemunho e denigrição à imagem.
Ele disse de uma vez, eu apenas o escutava.
-Bom, injustiça sabemos o que significa. Falso testemunho, afirmação falsa. Ele alegou que sua denúncia foi de afirmações falsas. Denigrição à imagem significa calúnia, difamação e injúria sobre uma pessoa.
Nicolas anotava algumas coisas ao mesmo tempo que conversava.
-Sobre o quê conversamos, tudo o que está aqui é falso. E agora nosso dever é provar isso ao juiz. Eu preciso da ficha do dia em que foi à delegacia, precisamos das anotações de quem te atendeu.
-Certo, podemos conseguir.
-Ótimo, eu vou precisar do contrato que assinou com o David também.
-Certo.
-Seria interessante Beatriz estar presente, Lauren também. Você teve algum contato com ele depois?Forcei minha memória.
-Em uma festa. Não ficamos perto.
Silêncio.
-Podemos chamá-la.
-Não, não.O interrompi.
-Eu converso com ela amanhã, pode deixar.
-Aconteceu alguma coisa?
-Ela acabou de perder o pai, eu preferiria falar pessoalmente.
-Oh, tudo bem, certifique-se de que ela estará presente.Concordei. Nicolas me mostrava algumas outras papeladas, leis, e repetia que estava tudo sobre controle.
Eu estava inseguro e determinado, ao mesmo tempo. Se David queria perder tempo com aquilo, então nós preferíamos todo o tempo necessário com aquilo.
Pov Lauren
Me dirigi até o local combinado e escolhi uma mesa ao canto para sentar, já olhando o cardápio. Dois minutos depois eu via a figura masculina mais bonita atravessar a porta.
-Está sempre por aqui?
-Para você, sim.
-Uau!Sorriu. Harry depositou um beijo estalado em minha bochecha, sentando-se à minha frente.
-Podemos conversar?
-Devo me preocupar?
-Hum... Não, não muito.Eu sorria em vergonha, não fazia ideia do que ele diria.
-Você está linda hoje. Sempre.
Corei, completamente encantada.
Uma rajada de vento batia contra seus fios castanhos, o tornando uma obra de arte sentado num restaurante.
-Tudo o que eu queria era poder resolver isso sozinho, mas não posso.
O olhei.
-Nós fomos intimados a comparecer ao tribunal, por conta do David.
-O que?Meus olhos se arregalaram.
-Eu e denunciei, e ele me acusou de injustiça, falso testemunho e denigrição à imagem. Agora temos que depor.
-Não pode ser verdade.Minha mente estava transtornada, Harry permaneceu imóvel.
Abri rapidamente o papel impresso que ele havia me entregado, notando o quanto minhas mãos tremiam.
-Beatriz? O que ela está fazendo aqui?
O olhei, procurando informações. Implorando por informações.
-Lauren... -fechou os olhos- Ele foi até a casa dela, a ameaçou...
Silêncio.
-Tentamos te poupar disso, mas...
Silêncio.
-Nós não... Me desculpe, eu só queria te proteger.
-Harry, não tem como me proteger de certas coisas!Voltei a me calar, lágrimas urgentes de raiva caíam sobre a mesa. Abaixei a cabeça, ninguém poderia ver.
-Eu contratei o melhor advogado, já sabemos o que fazer. Não se preocupe quanto ao David, já está tudo resolvido.
Silêncio.
-Por favor, olhe para mim...
Eu o olhei, ele aparentava querer chorar também. Harry sussurrou um "me desculpa" e eu apenas fechei os olhos. Não precisava daqueles problemas.
David, meu pai, Harry tendo problemas por minha causa. Eu queria fugir, cortar aquele peso dele. E depois de mim.
-Por favor... Eu não aguento te ver chorar, por favor...
-Harry... -tentei- É tudo por minha causa!
-Não! Já está tudo resolvido, nós temos a verdade ao nosso lado.Silêncio.
-Não vai acontecer nada!
Me ajeitei, limpando as lágrimas que caíam. Harry manteve o braço a minha volta, me olhando.
-Eu quero ajudar, devo confirmar presença ou...?
Perguntei, limpando as lágrimas. Harry balançou a cabeça negativamente, segurando minha mão esquerda.
-Tenho tanto medo...
Afastei o prato à minha frente, o vendo fazer o mesmo.
-Quer conversar?
Ele se aproximou.
-Eu tenho medo de passar por aquilo de novo, ou sessa sensação nunca passar.
-Você terá proteção agora, não vai acontecer de novo. E se eu pudesse proteger todas as mulheres do mundo dessas coisas, eu o faria.
-Oh, eu sei. -sorri com os lábios- Estou sempre pensando no meu pai também, no quanto as coisas poderiam ter sido diferentes se não fosse por uma atitude. Uma.Seus olhos eram intensos sobre os meus.
-Penso em quantas coisas eu poderia ter dito... Ou quantas outras ele nunca vai saber.
Harry levou alguns segundos para responder. Ele não tinha a obrigação.
-O carregue no seu coração, sempre.
-Eu posso imaginar que não é fácil, mas eu prometo que um dia não vai machucar mais.
Harry transmitia paz sem nenhum esforço, juntava todos os meus pedacinhos jogados sem nenhum esforço.
-Me desculpe por te fazer passar por tanto. Deve ser insuportável ter tanto para se fazer e eu...
-Pare, apenas pare.Me repreendeu.
-Se eu gosto de você, eu gosto de você com tudo o que carrega. Com toda a sua bagagem.
Ele disse e eu adoraria beija-lo então, mas não poderia. Ainda tinha muito medo das câmeras.
Mas o beijo dele, de fato, combinava com o meu.
Sem lágrimas, conversávamos sobre outro assunto, até o celular em cima da mesa vibrar duas vezes.
Minha intenção não era olhar, ou mexer, longe disso. Mas o nome na grande tela me chamaram atenção.
-Beatriz?
YOU ARE READING
End Of The Day - 1
Romance"Participe das seletivas para fazer parte da equipe de Harry Styles." O resto, você pode imaginar. Sem mais ou menos, essa é uma história onde sonhos se realizam e coisas improváveis acontecem. Porém, quando a vida se torna pública, quem você se...