Right door?

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Pov Harry

Pensei por um segundo, tentando tomar coragem. Quando você descobre que quer alguém, nada o impediria.

Eu disse de uma vez, com certa dificuldade. Um sorriso instantâneo cresceu no rosto das duas.

-Amiga, você está pronta para isso?
-Eu não estou pronta para isso!

Elas se entreolhavam, eu provavelmente estaria mais do que vermelho. Desci os olhos para minhas mãos, estavam suando.

-Você já pensou em algo?
-Não...
-Bom, Lauren é clichê.
-Clichê, porém simples.

Eu pensava.

-Ela gosta de você, não precisa de muito...

Beatriz disse sincera.

-Quero algo que a faça sorrir. Feliz.
-Pode ser uma coisa grande, muitas pessoas, ou algo só entre você e ela.
-Definitivamente entre eu e ela.

Completei.

-Eu posso levá-la para comer em uma noite que não esteja esperando, e então procuro algum lugar legal.

Elas sorriram.

-É simples. E clichê.

Sorri, elas retribuíram.

-Fico feliz por vocês, não deixe de nos contar!
-Não deixarei, obrigado!
-Não a leve embora também... Apesar de já estar levando.
-Oh... -sorri- A tratei de volta também. Aliás, vocês podem ir a quantos shows quiserem. Basta me avisar.
...

Pov Lauren

-Olá Ricardo, como vai?

Perguntei educadamente, o abraçando rapidamente, ainda na porta. Ricardo era meu primo mais velho.

-Estou bem Lauren, e vocês? Estive com sua mãe ontem.

Sorri fraco, evitando aquelas perguntas.

-Como ela está?
-Daquele jeito... Vai ficar bem. -sorriu-

-Estou apenas de passagem, realmente queria vê-la.

Ele me entregava cartões e chocolates, o convidei para sentar-se no sofá.

-Obrigada, muito obrigada.

Ele sorriu, era difícil. Seria difícil.

-Mas vamos falar sobre coisas boas, o que anda fazendo? É verdade que está famosa agora?
-Famosa? -ri-
-Sim, com o menino da banda.
-Oh... Longe de mim estar famosa. Mas sim, estou na banda dele agora.
-Surreal! Como ele é? Como esse mundo é?
-Surreal...

Sorri boba e Ricardo riu, eu não saberia descrever.

-Falo sério, ele é famoso. Como uma pessoa famosa é?
-Olha... Eu não sei sobre os outros, mas Harry lida com isso da forma mais natural possível. As vezes nem parece alguém diferente de nós.
-Nossa... Que loucura! Você é o assunto da família, saiba disso.

Haviam anos que eu não o via, e ele estava do mesmo jeito.

Ele costumava passar as férias em Boston, era divertido. Ele era o metido, o engraçadinho.

Sim, meu primeiro beijo havia sido com ele. Estranho. Completamente estranho.

-Eu espero ser convidado para alguns dos shows!
-Vamos ver o que eu posso fazer... -brinquei- Família tem cortesia.

Olhava o celular de cinco em cinco minutos, nada do Harry.

-E você, o que faz?
-Bom... Atualmente trabalho num escritório de publicidade.
-Sua cara Ricardo, sua cara!

Riu.

[...]

Pov Harry

Me olhei no espelho por um segundo, cabelos bagunçados, rosto amaçado, coração apertado. Ri ao perceber minha situação, situação de um garoto aos quinze.

-Harry! Harry!

Eles gritavam, dentro do elevador. Eram dois que valiam por dez, foram se aproximando e eu fui me encolhendo no canto, abaixando a cabeça.

Percebi que duas mãos pararam o elevador, o impedindo de mudar de andar. Dois seguranças entraram.

-Com licença, não são permitidos fotógrafos no prédio. Vocês vão ter que sair.

Um deles disse rude, eu apenas virei de costas, pressionado contra a parede.

-Por favor Harry, olhe! Como você está?

Um deles gritava sem parar de tirar fotos, eu o olhei de lado.

-Tudo bem, podemos conversar, você pode por favor abaixar a câmera?

Fiz sinal com as mãos, porém virou uma confusão. Eles não me deram ouvidos e por isso foram retirados dali com força.

-Vamos, saiam!!

A porta se fechou e o elevador enfim desceu, um dos caras estava parado em minha frente. Quase que uma barreira.

-O senhor precisa de algo?
-Não, não. Obrigado pela ajuda, tenha uma boa noite!

Digo apertando suas mãos. Entrei rapidamente no carro e já dei partida, torcendo para que ninguém seguisse.

Dirigi tranquilamente até o apartamento da Lauren, nenhuma mensagem dela. Sempre olhava para trás apenas para garantir que ninguém me seguiria, não podiam descobrir onde ela morava.

Estacionei o carro dois prédios antes. Desci do carro e peguei meu casaco no banco do passageiro, o colocando.

Ventava um pouco, mas nada demais. Coloquei a carteira em um bolso e as chaves em outro, caminhando por de baixo dos prédios.

-Será que eu poderia entrar sem avisar?

Ele parou por um segundo, franzindo o cenho.

Apertei suas mãos gentilmente, encarando as escadas.

Cheguei no corredor pouco ofegante, preparado. Passei as mãos em meu cabelo rapidamente e toquei a campainha, colocando minhas mãos no bolso do casaco logo em seguida.

Ninguém. Dei três batidas na porta, voltando minhas mãos ao casaco. Ouvi a chave do outro lado, sorri instantaneamente ao pensar nela.

-Boa noite.

Meu sorriso se apagara mais rápido do que surgira. Dei um passo para trás e olhei novamente para o andar, confuso, certificando-me de que era o certo.

End Of The Day - 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora