I do not agree.

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-Eu não quero trabalhar com o cara, só isso.

Respondi sem tirar os olhos da estrada.

-Nós já nos conhecemos e essa é a minha decisão. Mas não se preocupe, eu vou resolver.

Bianca permaneceu em silêncio. Levei uma das mãos a cabeça, sentindo dor. Eu não sabia nem como falar aquilo para Lauren.

-Meu trabalho é ajudá-lo a resolver os seus problemas... Você não precisa ter que se preocupar...

Silêncio.

-O que devo falar para Mary? Ela vai querer saber.

Bianca disse. Ela levou uma das mãos até a minha coxa, eu abaixei a cabeça e olhei imediatamente.

-Bianca...
-Relaxa, não é nada.

Ela disse, suas mãos se movimentaram.

-Para, por favor.

Digo pegando a sua mão e a afastando da minha perna.

-Nós já chegamos, pode indo que eu vou fazer uma ligação antes. Se ver a Lauren, diga que eu já vou. Obrigado.
-Sim senhor.

Ela disse saindo, não me importei se era sarcástica ou não. Tirei o cinto e inclinei meu corpo pra trás, tentando pegar meu celular no bolso.

-Oi Mary, é o Harry, tudo bem?
-Tudo certo, e por aí?
-Nada certo, estou com um problema.

Digo tocando um dos olhos, encarando o restaurante à frente.

-O que houve? A Bianca não...?

-Não, não é com ela. Eu fui me encontrar com a pessoa que ficaria responsável pelo financeiro hoje e eu tive um problema. Eu não sei quem deixou ele passar, mas era o David, e você se lembra o que aconteceu.

Eu confiava na Mary, eu poderia me abrir com ela.

-Espere, como assim? Ninguém te passou o nome dele antes?
-Ninguém.
-Meu Deus...

Ela suspirou do outro lado da linha.

-Certo, me desculpe, eu deveria ter me atentado à isso.
-Não, tudo bem, eu só quero resolver.

Encostei minha cabeça contra o volante.

-Mas nós temos problemas agora, precisamos resolver a questão dos salários.
-Eu sei...
-Eu entendo o seu lado e eu vou ajudar, mas nós não vamos achar alguém de uma hora para outra disponível.

Ela ia dizendo e eu sabia que estava certa, mas eu não poderia aceitar. Permaneci com a cabeça no volante.

-Mary, eu não quero ele perto de mim e muito menos da Lauren. Eu não confio, é simples. Como vou confiar nele com todo o dinheiro?

Ela permaneceu em silêncio por alguns segundos.

-Harry... Não temos muito o que fazer agora... Eu vou procurar alguém.
-Como não? Por favor.

A interrompi.

-Eu faço então. Eu cuidarei disso.
-Você sabe que não é tão simples, H. Precisamos de alguém que trabalhe com isso.

Silêncio.

-Me perdoe mas nós teremos que ficar com ele pelo menos por um mês. Caso contrário, ninguém receberá seus salários e a renda não será doada à caridade.

Silêncio. Mil e um pensamentos na minha cabeça.

-Vamos fazer o seguinte... Eu vou procurar outra pessoa agora mesmo. Eu. Ele resolverá esse mês e no próximo outra pessoa estará contratada, pode ser?

End Of The Day - 1Where stories live. Discover now