Capítulo 5

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Pov. Hannah

As palavras que meu pai me disse ficam fazendo eco em minha cabeça. Depois dessa ligação, eu não consegui me concentrar no restante das aulas. Mas o que mais vergonhoso foi, quando o professor de francês me fez uma pergunta, e como eu estava tão aérea, que eu não soube o que responder.

Suspiro aliviada ao escutar o sinal anunciando o fim da aula, enfim as aulas terminaram por hoje e agora posso ir para casa.

Estou morta de cansaço. Vou andando para o ponto de ônibus, na realidade não me incomoda andar em um transporte público, assim posso meditar enquanto eu olho pela janela do ônibus.

Minha casa fica à duas esquinas a frente, então eu desço do ônibus e vou andando o restante do caminho pra casa. Coloco o fone de ouvido e escuto um pouco de música da lista de reprodução do meu celular.

Não sei porque meu pai me ligou dizendo aquelas coisas. O que será que aconteceu? Isso é muito estranho.

Só faltam apenas três dias para ver meu pai, ai eu saberei o que foi que aconteceu de verdade. Se ele não chegar, não sei o que farei, suponho que eu vou ter que ir embora com o dinheiro, mas por agora não quero pensar nisso.

Abro a porta de madeira da cerca, entro e volto a fechá-la, caminho pelo pequeno corredor de pedra para chegar até a porta. Procuro as chaves na minha mochila, que estão no bolso de dentro Pego as chaves, quando de repente sinto uma sensação estranha e incômoda, é como se alguém estivesse me observando.

Viro a minha cabeça mas não vejo nada diferente, deve ser apenas fruto da minha imaginação minha. Será que estou paranóica por causa da ligação do meu pai?

Abro a porta, entro na comodidade da minha casa ela é um pouco grande mas é acolhedora, meu estômago ronca, estou com fome, deixo a minha mochila ao lado das escadas, vou até a cozinha, lavo minhas mãos e as secou com uma toalha. Abro a geladeira e inspecionou para ver o que Mary deixou, pré-cozido ou para esquentar no micro-ondas.

Mary é minha babá desde que eu tinha 8 anos, é uma pessoa maravilhosa, eu gosto muito dela, ela vem três vezes por semana pois como eu já não sou mais criança posso fazer várias coisas por mim mesma. Sorrio ao ver um salada russa e é algo que eu não preciso esquentar. Pego a jarra da água, bebo um copo, deixo em cima da mesa, vou até as escadas para subir pro meu quarto tomar um banho.

Pelo caminho eu recolho minha mochila, subo as escadas de dois em dois degraus para chegar mais rápido, por mais que eu desejo esquecer a ligação do meu pai, eu não consigo, tiro a minha mochila e coloco no canto do quarto.

Tiro todas as peças de roupa do meu corpo até ficar nua, as recolho e coloco no cesto de roupa suja, pego minha tralha, coloco no gancho perto do box, entro no chuveiro, regulo para temperatura ambiente já que a água está gelada. Entro embaixo d'água, e em segundos o meu corpo está molhado, molho o meu cabelo e este formam pequenas ondas nas pontas.

Pego o shampoo coloco uma pequena porção na minha mão e lavo o meu cabelo, enxaguei meu cabelo, coloco um pouco de condicionador. Demoro uns 20 minutos para desembaraçar meus cabelos e depois o enrolo o cabelo para deixar o produto por alguns minutos, enquanto lavo o meu corpo.

Depois disso enxaguei o meu corpo e cabelo com bastante água. Ao terminar o meu banho, saio do box e enrolo uma toalha na minha cabeça para secar meu cabelo, e outra toalha enrolo no meu corpo antes de sair do banheiro. Vou até a minha gaveta onde guardo as minhas roupas íntimas, escolho uma calcinha preta, e como não vou sair para lugar nenhum não é necessário colocar um sutiã, estarei aqui durante todo o dia.

Coloquei uma roupa confortável, um short jeans e uma camisa preta. Já vestida, desço para comer minha salada e tomo um copo de coca cola. Quando termino de comer, lavo a louça que sujei, olho o relógio de parede e vejo que são 5 horas.

Nossa a hora passou tão rápido!

Subo outra vez para o meu quarto para fazer as tarefas da escola, encosto na cama numa posição mais confortável e começo a fazer minhas tarefas.

Os livros e cadernos aguardam as tarefas e os trabalhos de hoje ficarem prontos, tenho muita coisa pra fazer, e ainda por cima preciso terminar dois trabalhos, que são pra ser entregues até sexta-feira. As vezes me canso de tudo isso, mas sei tudo isso vai valer muito a pena e me ajudará a entrar em uma boa universidade.

(...)

Eu não sei quanto tempo eu fiquei dormindo, mas acordei assustada ao ouvir um barulho forte que vinha do lado de fora da casa. Todo o meu quarto estava na penumbra quando me dou conta que está chovendo, e pelo o que parece é uma tempestade.

Me levanto da cama e acendo a lâmpada que está na minha cabeceira, pego o meu celular para ver a hora e vejo que são 23:45hs da noite.

Está fazendo bastante frio, os estrondos que fazem no céu são fortes, o relâmpago ilumina o céu escuro e nublado. Devo confessar que isso é um pouco assustador.

Saio do meu quarto, a casa está escuro enquanto ando pelos corredores acendendo as lâmpadas da casa, assim ela não parece tão tenebrosa.

Decidi fazer um chocolate quente, pois essa é uma noite fria e chuvosa. Acendo o fogão e coloco o leite para esquentar, enquanto eu pego o chocolate na dispensa.

De repente, do lado de fora da casa, eu escuto um estrondo, que faz com que as luzes da cozinha se apaguem. Eu não gosto disso, de um momento para outro tudo ficou escuro, um grito sai da minha garganta. Eu não gosto da escuridão e muito menos quando está tendo uma tempestade.

Pego o meu iPhone no meu bolso de trás e acendo a tela, ilumino dentro da dispensa em busca de uma lanterna. Quando a encontro, acendo a lanterna e ilumino a minha volta, pois escutei alguns passos.

- "Deve ter sido só o vento Hannah. Controla os seus nervos!" - digo pra mim mesma.

Vejo uma sombra de mover pela porta da cozinha e uma lufada de vento entrar desse lugar, é como se houvesse aberto a porta principal. Minha pele está toda arrepiada, mas mesmo assim, foco a minha lanterna nesse lugar.

Abro amplamente os meus olhos quando vejo que um homem está parado na entrada da casa, minhas mãos estão  tremendo e o meu coração está batendo forte dentro do meu peito. O homem tem o cabelo rebelde, mas está molhado, ele sorri de forma macabra, me dando ainda mais medo. Escuto o meu subconsciente que está gritando para que eu corra.

Quando decido me mexer para fugir, sua voz grave.

- "Não se atreva a se mover!" - disse de uma forma fria e cortante que meus pés ficaram cravados no mesmo lugar.

Observo como ele vem até mim, mas eu decido usar a lanterna na minha mão para ganhar tempo para fugir e jogo na sua cabeça. Dou meia volta na mesa da cozinha escura e vou correndo até a escada, mas antes de pisar no primeiro degrau, sinto segurarem meu braço, impedindo a minha fuga. Ele me segura entre seus braços, e nesse momento eu não estou sentindo apenas medo, o desespero está tomando conta de mim.

-: "Não, por favor!" - digo desesperada tentando me soltar de seus braços.

- "Você devia ter pensado nisso antes de fugir, sua putinha." - disse esse desalmado me dando um forte tapa na minha bochecha fazendo com que eu perca o equilíbrio. Caio com um golpe seco no chão, minha cabeça é recebida pelo chão frio e um gemido de dor saiu dos meus lábios.

Estou tonta por causa da pancada. Tudo à minha volta está girando. Vejo tudo borrado, escuto mais passos e algumas luzes clareando o lugar.

- "É essa garota?" - perguntou uma voz que estava um pouco distorcida, minha cabeça estava doendo demais.

- "Sim, é ela."

Não entendo nada do que estava acontecendo, eu me sinto muito mal e a dor era insuportável. Seguro a minha cabeça tentando parar a dor enquanto sinto os meus olhos se enchem de lágrimas.

Soluços desesperados saem de mim. Não quero que me machuquem.

- "Aplique o sedativo nela e a leve para a caminhonete. Quero sair dessa fodida casa de uma vez por todas." - o homem que tinha a voz distorcida ordenou.

Senti uma picada em meu braço e isso me fazia sentir ainda mais tonta. Sentia as minhas pálpebras pesadas, eu estava tentando mantê-las abertas mas cada segundo que passava lutando para mantê-las abertas era uma causa perdida.

Acabei me deixando levar pela dor e a escuridão, até que eu não senti mais nada.

A Vingança (COMPLETO)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin