Capítulo 21

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Pov. Hannah

Minhas pernas doem, a pele do meu pescoço arde, ainda posso sentir o toque dos seus dedos pressionar minha garganta tirando e evitando que as pequenas partículas de oxigênio cheguem nos meus pulmões.

Já não quero continuar nessa situação, prefiro morrer tentando escapar, do que perecer com os seus ataques de ira. Não posso permitir que me toque, não sou uma boneca, que não sente ou padece com seus maus tratos, sou um ser humano, por Deus.

Não tive tempo necessário ou melhor dizer não lembro, a dor  e o desespero, não me deixou inspecionar o quarto, para buscar uma saída desse inferno.

Me levanto do lugar onde permaneci estas últimas horas, a chuva já parou, agora não chocam contra o cristal, mas o céu continua tempestuoso junto aquela forte brisa e relâmpagos.

Não desperdiçarei nem um segundo apartir de agora, começo a revistar o guarda roupa, há roupa feminina, isso é um bom começo, mesmo que não seja do meu tamanho servirá, pego uma calça, blusa e um casaco grosso, uma muda de roupa de cores neutras.

Continuo revistando e encontro um sapato, imediatamente coloco no meu pé, e vejo que me serve perfeitamente,.

Olho para frente e algo chama a minha atenção, ao mover as botas do seu lugar, uma pequena abertura na madeira se sobressai do seu lugar, é como se fosse um pequeno esconderijo, solto tudo o que tinha em meus braços do meu lado.

Movo um pouco minhas mãos sobre a madeira, coloco os dedos pela abertura, puxo e a madeira sede.

Abri meus olhos pela surpresa, há dinheiro o bastante para escapar daqui, me levanto com um pouco de dificuldade já que meus músculos estão doloridos e tensos.

Procuro algo para colocar tudo o que puder dentro, para pagar minha liberdade ou subornar algumas dessas pessoas. Suplico em silêncio para que um deles seda e me deixe ir embora desse lugar.

Saio do guarda roupa com uma pequena mochila repleta de dinheiro, me visto e vou em direção a porta. Pego na maçaneta e ela abre com facilidade, cubro minha boca para evitar que saia um grito de alegria. Graças a Deus ela está aberta. Mas não posso cantar vitória antes da hora, já que essa é a primeira fase de todas as que tenho que passar para sair desse martírio.

Fecho a porta para evitar suspeitas, caminho devagar para que o eco dos meus passos não se escutem, ou que seja menos possível e não ser descoberta. Minha respiração é irregular pela adrenalina que percorre meu corpo e minhas mãos suam por causa dos nervos.

Prefiro ir para qualquer lugar, ao invés permanecer nesse inferno, seja onde quer que for esse lugar.

Por favor eu quero escapar daqui!

Suplico em silêncio enquanto me afasto pelo corredor deixando para traz aquela pocilga. Não tenho ideia de onde estou, chego à escada e desço os degraus rápido, ando rezando para não me encontrar com ninguém.

Fico parada no meio da imensa sala, meu cérebro grita pela má decisão, ao não querer reagir nem processar um plano, uma nova estratégia.

Meu coração se sobressalta ao escutar passos, reajo procurando um esconderijo, os passos se misturam com umas vozes. Vejo uma porta atrás de mim, não penso duas vezes, abro a porta e entro, fechando a porta atrás de mim.

- “Que diabos? Não quero que Axel me foda, preciso ir embora desse lugar.” - escuto uma voz distorcida.

- “Se você vai ou não. Ele vai te caçar como um cervo e logo depois vai te destroçar. O melhor é que fique de frente pois você o traiu e essa pobre garota foi pega por sua culpa.” - diz a voz de um outro homem.

Meus ombros cai, reprimo com todas as forças e a vontade de gritar. Por sua culpa destruíram minha família, encosto minhas costas na parede, evitando cair, minhas pernas não me sustentam.

- “Não me venha com essas estupidez Gabriel.” - ele diz irritado. - “Eu fiz isso por uma boa causa.”

Suas vozes estavam mais distantes e seus passos não os escuto mais, mas espero ate que tudo fique em silêncio. Me aproximo da porta, a abro sem pressa, me assegurei de que não haja ninguém que me descubra.

Estou perdida nessa casa tão grande, não sei que direção tomar, se a direita ou a esquerda. Hannah se concentre, você precisa tomar uma decisão, não pode desperdiçar mais nenhum segundo.

Respiro profundamente para acalmar meus nervos, vou pela direita andando o mais rápido possível, as janelas mostra um pequeno grupo de pessoas e eu diminui meus passos.

- “Tire as armas dele.” - fico petrificada ao escutar essa voz que habita em minha mente e em cada um dos meus pesadelos. - “Todos verão o que acontece com a pessoa que me trai, parece que o espetáculo de três dias atrás não serviu nada a vocês, querem ver o monstro que sou.” - retrocedo da janela como se a peste estivesse impregnada do outro lado do cristal. - “O último que devia pensar em ser hipócrita comigo é você, e você sabe que esse tipo de escória não sobrevivem próximo de mim.”

Fecho os olhos, posso ver todos os seus demônios, os quais me devoraram lentamente, um pequeno soluço sai dos meus lábios.

- “Você sofrerá muito mais que Heitor, desfrutarei muito das suas súplicas. Você é um osso duro de roer, pois você aprendeu com o melhor, mas você sempre estará minha sombra, nunca poderá me superar, tenho uma fama feita e não é por vender doces nem por ser amável, seu idiota traidor.”

Um nó se instala na minha garganta, sem compaixão ele tira a faca do seu ombro, mas o homem que está de joelhos não diz nada nem mostra sinal de aflição.

Não suporto tanta maldade em um ser como esse, não acredito que seja humano, distraída pela imagem, retrocedo e me viro para retomar o meu rumo.

Não avanço mais de um passo, quando acabo colidindo com uma parede de músculos, dou um passo para trás, da minha garganta sai imediatamente um soluço e espasmos, retrocedo mantendo a distância longe do seu alcance, não outra vez.

A Vingança (COMPLETO)Where stories live. Discover now