Capítulo 24

17.8K 1.1K 50
                                    

Pov. Hannah

Abro os olhos, mas uma intensa luz branca faz com que eu os feche de novo.

O barulho de pessoas falando, uma voz monótona de uma mulher chamando o médico para a emergência e o aborrecido bip ecoa em minha mente.

Viro a minha cabeça para o aborrecido barulho, e vejo que é uma máquina que mede os meus batimentos cardíacos.

Olho pelas paredes de um quarto branco.

Sinto meu corpo pesado, dolorido, subo uma de minhas mãos para o meu abdômen, em um dos meus dedos está uma espécie de pregador que está conectado com a máquina que faz esse barulho chato e em uma dos meus braços está uma agulha que está conectada a um soro de hidratação que está preso na parede.

Fecho os olhos e respiro profundamente, minha mente esta perturbada, sei que estou em um hospital, mas a pergunta é: Como cheguei aqui? O último que escutei foi o nome de Axel e que ele estava nos arredores ou foi a minha mente interpretou errado as coisas?

Por Deus que este hospital ou clínica não pertença a Axel, se não eu vou morrer, não poderei aguentar mais essa tortura!

Fica calma Hannah ele não tem controle de tudo, não se torture com idéias sem fundamento.

Não demora muito, a voz de alguem interrompe os meus pensamentos.

Assustada, levanto meu corpo, meus músculos se queixam um pouco, encosto as minhas costa na cabeceira da pequena cama, onde estou coberta por apenas uma fina bata azul transparente, me cubro o máximo que posso com os lençóis brancos.

Pela porta entra um senhor de uns 50 e poucos anos.

- “Bom dia senhorita vejo que já acordou.” - eleisse com um sorriso, apesar de sua atitude carinhosa, eu não confio nele.

Ele se aproxima de mim, mas ao notar sua intensão. Levo as minhas pernas até o meu peito e a abraço, evitando ao máximo seu toque.

- “Não me toque.” - as palavras saem automaticamente de minha boca em um pequeno sussurro.

Ao ver a minha reação, ele retrocede ficando no final da pequena cama, uma distância prudente, a qual eu me sinto cômoda.

- “Sou o doutor Estevão, só vou revisar os seus sinais vitais, para ver se está tudo em ordem, já que você ficou três semanas inconsciente...”

Deixo de escutar sua voz, enquanto o meu cérebro tenta assimilar a notícia.

- “Senhorita, você está bem?” - eu escuto suas palavras longe, distorcidas, sinto uma mão quente toca o meu queixo, pisco várias vezes voltando a realidade.

- “Não me toque.” - afasto a sua mão bruscamente. - “Quero ficar sozinha, não quero que me examine, por mais médico que seja, eu preciso estar sozinha, quero ficar sozinha.” - meus olhos ardem, logo em seguida os mesmos se enchem de lágrimas. Fecho os olhos, para evitar que elas saíam e rolem pelas minhas bochechas, não quero que eu pareça vulnerável. - “Quero estar sozinha, Vai embora!” - eu grito, enquanto aquelas horríveis imagens voltam uma atrás da outra.

Abro os olhos encontrando aqueles olhos azuis tormentosos e malignos, nublados pelo ódio, com um brilho de satisfação ao observar afogar na agonia de seus atos contra a mim.

- “Se afaste!” - grito horrorizada, ele se aproxima mais. - “Não me toque.”

Tento tirar todos aqueles aparelhos do meu corpo, ao tirar a agulha do meu pulso o sangue sai do lugar onde a agulha estava.

- “Se acalma senhorita.” - ele segura as minhas mãos ensangüentadas, pressiona a ferida parando a hemorragia, mas faço o que posso para que ele me soltar.

- “Não, me deixa, por favor. Prefiro morrer do que estar outra vez em suas mãos.”

Escuto sua risada perturbando os meus sentidos, seus grunhidos se satisfação ao me tocar, me afogo no meu próprio desespero tentando procurar uma saída, o lençol se enrosca nos mus pés por causa dos meus movimentos bruscos.

- “Enfermeiros dez mg de Dormonid!” -  escuto o mais longe da minha razão aquelas vozes que formam parte da minha realidade.

Sinto meu corpo se sujeitados por várias pessoas, tento tirá-los de cima de mim, mas é um total fracasso.

Uma grande pessoa, vem até o grupo que estão segurando meu corpo e em suas mãos há uma seringa preparada.

- “Não!” - remexo meu corpo, tento afastá-lo com as pernas mas suas mãos a seguram. - “Por favor, outra vez não.” 

Soluço tentando tirá-los de cima, sinto uma picada no meu braço e um líquido sendo introduzido em meu corpo.

Pouco a pouco sinto as minhas forças diminuindo, meus movimentos estão fracos e meu corpo relaxa. Sinto minha língua adormecida, as palavras saem arrastadas e pouco coerentes.

Minhas pálpebras ficam pesadas, minha visão está embaçada, só vejo borrões , sinto minha cabeça nas nuvens, boba e estranha.

- “Tem que limpar esse lugar e enfaixar sua mão, e a mudem para outro quarto.”

É a última coisa que escuto distorcida, ao me deixar arriscar pelo mar de sombras.

Pov. Desconhecido

Entro no quarto e observo o desastre que está nele, sangue no chão, tudo o que rodeia a pequena cama de hospital estão manchados de sangue.

- “O que diabos aconteceu aqui?” - pergunto.

Minha voz é forte, potente e cortante, meu rosto ficou sombrio e sem nenhuma expressão. Enquanto todos os olhares se concentram em mim.

- “Sinto muito Matt, mas aconteceu uma crise e não tive tempo de impedir que ela tirasse o soro, mas está tudo controlado, eu a injetei um sedativo para controla-la para que descanse.” -  medico parecia cansado, sua voz estava um pouco agitada.

Olho sobre o ombro do médico, os enfermeiros limpar o resto de sangue dessa menina enfaixando suas feridas. Seu rosto está relaxado, mas nota que a  tristeza emana de seu corpo.

Demônios! Por que eu tive que chegar tarde?

- “Qual é o diagnóstico doutor e quando poderei levá-la para longe daqui?”

Eu quero ela fora de tudo isso, ela já sofreu tanto e sou culpado de tudo isso.  A raiva me consome pouco a pouco, tão devagar que dói só de senti-la e não poder tira-la do meu sistema, é um tormento é o que eu sinto, me adoecendo cada segundo que passa.

- “Vou ser sincero, suas feridas físicas sararão  em no máximo duas semanas, mas as psicólogas demorarão anos para curar e não por completo. Te aconselho que a leve a uma psicóloga, a princípio será difícil, mas com um tempo poderá superá-lo pouco a pouco, fizemos uma análise do seu sangue e...” - o doutor não termina a frase, seus olhos me dizem tudo, o que as palavras são impossíveis de pronuncia-lo.

Toda a dor que tenho guardado é refletido em meu rosto.

A Vingança (COMPLETO)Where stories live. Discover now