Capítulo 27

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Pov. Hannah

Minutos depois o carro para em uma espécie de estrada abandonada.

Ele sai do veículo, dá a volta e abre a porta do carro.

- “Sai” - ele ordena.

Sua voz é normal, não é assustadora, só um pouco grossa, ele dá a volta e começa a caminhar. Observo suas costas, seus músculos se sobressai, algo chama a minha atenção e é para onde ele está indo. Ele caminha até um jatinho na pista de decolagem mas para virando a cabeça até o lugar onde eu ainda permanecia.

- “Não quero fazer isso a força.” - ele grunhiu, desvia o olhar e continua andando.

Desço do carro, sigo seus passos, subo as escadas do jatinho, ele pega meu braço e me dirige para onde eu devo me sentar, eu faço isso sem dizer nada.

Estou um pouco dolorida, ainda não me recuperei completamente.

Estou exausta, meu estômago ronca, mas na realidade não tenho fome. O ar frio do jatinho congela meu corpo, fazendo a minha mão tremer, tento fazer com que elas esquente. esfregondo uma na outra.

Fecho os olhos, encosto a cabeça no encosto da poltrorona, tento deixar a minha mente em branco, não quero me lembrar de nada, mas como sempre é um fracasso.

Sinto sua presença, mas não abro os olhos, não quero ver sua reação, tão pouco o seu ódio por mim.

- “Hannah” - ele sussurra meu nome como se fosse de cristal e tentava evitar quebrar.

Respiro profundamente, abro os olhos, já não são aqueles olhos escuros cheios de ódio e desprezo, tão pouco tinha brilho de maldade neles.

- “Eu só queria” ele tenta segurar a minha mão, mas eu as afasto lentamente. Ele cerra suas mãos em punhos e os nós dos seus dedos estão brancos pela pressão que exerce. - “Quero te pedir desculpas pelo que fiz a um tempo, na realidade não controlo muito bem meus impulsos e não quero que se sinta intimidada por mim.” - ele segura o meu queixo e levanta a minha cabeça para que olhe nos seus olhos. - “Não quero ver esse brilho de terror no seu olhar, quero que confie em mim” - eu o olho por alguns segundos, um nó se instala em minha garganta.

- “Eu não sei quem você é, nem porque esta fazendo isso” - sussurro um pouco rouca. - “Mas obrigada por tudo, mas não me sinto bem, quero ficar sozinha” - minha vista está embaçada, o observo uma última vez.

Lentamente me solto do seu agarro, cravo os meus olhos em minhas mãos unidas, espero a sua reação.

- “Entendo, quando chegarmos em nosso destino se sentirá melhor, afivela seu cinto, vamos decolar em breve” - ele diz devagar e eu faço o que ele diz.

- “Senhor está aqui o que pediu” - escuto uma voz feminina suave. Deve ser a comissária de bordo.

- “Obrigada Samantha pode se retirar. Hannah coloca esssa coberta, você está pálida e seus lábios um pouco roxos” - ele diz e eu o agradeço em um sussurro.

Enrolo o meu corpo com o cobertor, é tão suave e quentinho. Suspiro de satisfação, inclino a poltrona um pouco, para ficar mais confortável.

[...]

Abro os olhos ao escutar o barulho da porta se fechando.

Olho ao meu redor, com a pouca luz do lugar posso perceber que é um quarto e estou em cima da cama. Ao levantar meu corpo, as cobertas escorrem se amontoando nos meus quadris.

No fundo do quarto onde a luz não chega, vejo a sombra de um homem. Pisco várias vezes, vai saber se não é produto de minha imaginação. Mas a pessoa ali continua se mexendo devagar, com cautela, como se estivesse buscando a parte mais vulnerável.

Eu não gosto disso.

- “Olá, é você?” - minha voz treme, meu corpo está alerta, enrolo todo meu corpo com as cobertas como se isso fosse me proteger.

- “Pensou que eu não fosse te encontrar?” - meu coração para de bater, um calafrio atravessa meu corpo, me mantendo em estado de choque, o oxigênio não chega aos meus pulmões. - “Pensou que seria fácil se desfazer de mim?” - sua risada assustadora faz eco em todo quarto, fazendo com que meu corpo comece a tremer. Vejo que ele caminha até mim.

- “Mas não” - o quarto se ilumina.

Pisco várias vezes, querendo apagar imagem que se aproxima de mim, pedindo para que tudo seja um sonho ruim, que seja um apenas pesadelo.

Quero gritar por ajuda, mas não posso falar, todo meu corpo está em transe. Ele estava aos pés da cama e sobe sobre ela engatinhando até mim.

- “Estou aqui” - Axel disse próximo da minha cara, seu hálito se choca no meu rosto.

Seus olhos parecem na pedra de gelo, estão vazios igual a primeira vez que os vi.

Oh Deus!

Neste momento estão pior do que aquela vez, estão escuros tão escuros que estão quase negros, seu olhar reflete tantas coisas, agora temo que ele acabe com a minha existência de uma vez por todas.

Exijo que o meu corpo se mexa, mas não adianta nada, estou tão aterrorizado que não me movo nenhum centímetro.

- "Você sabe a merda que eu tive que passar para te encontrar?” - sua voz sai estrangulada, seu rosto se torna vermelho e seus olhos refletem ira. - “Tive que me desfazer do inútil que te tirou da minha casa debaixo do meu próprio nariz, mas mas agora eu já tenho você” - seu rosto está a centímetros do meu, nossos narizes se tocam, tento me afastar mas ele me impede.

Ele fica em cima de mim e se senta e minhas pernas. Sinto que meu coração vai sair pela boca, minha respiração está descontrolada, sinto um nó crescer na minha garganta e e meus olhos estão embaçados.

- “Fica calma” - ele passa uma das suas mãos nos meu rosto, se aproximar mais, seus lábios roça nos meus, meu estômago se encolhe causando náuseas horríveis.

Sinto a bílis subir por minha garganta.

Utilizo toda a força que eu tenho e o empurro de cima de mim. Saio da cama e caio no chão, deixo sair tudo que tenho no meu estômago vazio, as ânsias vem uma atrás da outra, enquanto os soluços descontrolados sai de mim.

Não outra vez não, por favor.

A Vingança (COMPLETO)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu