Capítulo 12

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Pov. Axel

Tudo se foi de minhas mãos, só percebi quando já havia acabado.

Estou cheio de sangue, minhas mãos, meu rosto, todo meu corpo esta cheio dessa merda. O cheiro já não me agrada nem me satisfaz, agora me repugna. Vejo melhor que eu fiz o que sempre faço, destruir.

Todos estão nesse lugar, sinto que me afogo, me falta o ar, respiro de forma forçada, meu peito dói, mas não demonstrou nenhuma expressão.

- “Fora.” - eu sussurro.

Minha voz desapareceu. Merda, isso não está nada bem, neste puto momento nenhuma merda está bem.

- “Vamos limpar primeiro.” - Marcos contesta.

- “Fora!!!” - eu grito levantando a arma que está em minhas mãos e aponto para ele.

Todos captaram a mensagem e retrocederam me deixando sozinho com minha merda.

Em questão de segundos, estou rodeado de um silêncio mortal. O único som que escuto é o barulho da minha respiração irregular, medito e me submerjo no desastre que sempre faço.

Respiro profundamente mas essa fragrância metálica segue por todo lugar, isso faz con que pouco a pouco eu perca o controle dos meus sentidos.

Sinto minhas mãos pesadas, olho para a palma da minha mão, observo atentamente o metal, o qual eu usei faz poucos minutos e o resultado é o mesmo cada vez que a pego. Sou mortal para a vida que tinha em minhas mãos, para qualquer ser humano que se meta em minha vida ou com quem queira me poder.

Jogo a arma em qualquer lugar, já não importa cumprir meu objetivo, fazê-lo sofrer, suplicar e ser a última pessoa que ele viria em sua asquerosa vida antes de tomar seu último suspiro neste mundo de merda.

Com passos lentos vou até as correntes que segura o corpo sem vida do filho da puta, a tiro e seu corpo caiu no piso onde está a maioria do seu sangue. O observo por uns segundos, seus olhos estão olhando o vazio, já não tem nenhuma centelha de vida. Essa centelha agora me pertence já que fui eu que a tirei.

Pisco várias vezes vida, um grunhido sai do mais profundo do meu ser e desvio o olhar daquele corpo sem vida. Olho para o pequeno corpo que ainda está pendurado pelas correntes, amarrada pelos seus cotovelos, sua cabeça está inclinada para baixo o cabelo cobre o seu rosto. Tiro as correntes que está presa no gancho da parede, faço ela descer deixando deitada no chão, fico de joelho ao seu lado e tiro o cabelo seu rosto.

Ela é linda, suas bochechas estão vermelhas e tem rastros de suas lágrimas mas já estão secas. Suspiro e olho para o lado que eu bati com a arma, e está um vermelho intenso quase roxo.

- “Agora você sente tudo que eu sinto.” - sussurro com um rastro de dor e melancolia em minha voz.

Afasto as minhas mãos o seu corpo e fico de pé, não olho a minha volta é vou em direção a saída. Faço um sinal para os homens que esperam do lado de fora para que realizem a limpeza.

Entro na casa, subo a escadae vou para meu quarto. Chego no banheiro, vou até o gigantesco espelho e olho para o meu reflexo.

Aquela faceta que eu acreditava que havia desaparecido a dois anos está ali, ela não havia desaparecido ela estava apenas escondida. Meus demônios não desapareceram, tão pouco se cansam de torturar, só se escondem na escuridão, esperando o momento certo para atacar e tirar o pouco que lhe resta.

Está aqui na frente do espelho, o qual o meu próprio reflexo me devolve o olhar do demônio, o monstro e a besta de dois anos atrás. A merda que eu trabalhei para esconder por Jenny, que fez até o impossível para desaparecer. Esse olhar selvagem, cheio de ódio, aquele monstro que se satisfazia ver o sangue de outra pessoa espalhado por todos os lados, esse líquido que corria por minhas mãos, o qual chamava de arte retorcida e catastrófica, mas agradável era a textura e a pureza. O demônio que com aquele odor se drogava tanto que ele parecia voar, imaginar e fantasiar, ver coisas que jamais pensou que aconteceria, mas o fizeste essa realidade possível, seguindo adiante sem se importar com as súplicas de sua vítima. Os gritos era uma fodida sinfonia que acalmava essa besta infernal que controla esses momentos. Essa besta era domada por ela, por suas carícias, seus lábios, nossos corpos unidos em um só, a textura de sua pele ao roçar com aquela mão manchada de sangue a qual fez outra mistura de cor ao tocá-la com a pureza de sua alma. Mas voltou, essa vez mais selvagem que antes, mais destrutivo e o pior de tudo sem nada por dentro, uma casca vazia, um corpo sem alma que vaga pelo mundo, deixando rastros de sua dor a cada passo que avança.

Tiro as peças de roupa suja que cobre o meu corpo, até ficar nu na frente do espelho, olho uma última vez no meu reflexo, para aquela nova versão, afasto o olhar do espelho e vou para o chuveiro. A água fria percorre cada parte do meu corpo, pego o sabonete e passo por todo meu corpo tirando todo o rastro de sangue, quando estou suficientemente limpo, saio do chuveiro.

Pego uma toalha seco meu corpo, pego uma boxer preta, coloco à roupa e os sapatos, saio do quarto.

Saio do quarto com um novo objetivo.

Transformar o anjo em um demônio.

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A Vingança (COMPLETO)Where stories live. Discover now