ϟ Broken ϟ | z.m |

ϟ Capitulo IX ϟ - I hate her!

Arrastei os pés ao longo do passeio em que caminhava, sentindo a dor nestes aumentar cada vez mais. Queria poder apanhar um táxi, voltar para casa e simplesmente ficar por ali. Mas não podia… Porquê? Porque até agora não vi um único táxi e não tenho o telemóvel comigo para poder chamar um ou pedir a alguém para me vir buscar… Talvez o tenha deixado cair em casa da Perrie, mas a vontade e a coragem de lá voltar para confirmar não existiam. Não depois do que aconteceu… Não me arrependo de o ter feito, muito pelo contrário ele mereceu-o. Mas tenho pena, não dele mas da Pezz. Ela sim não merecia um escândalo daqueles na própria casa.

Ele não foi a pessoa mais educada de todas quando te viu! Era verdade, o Zayn não deveria ter reagido daquela maneira. Zayn Malik… Quem diria que chegaria o dia em que ia ter a oportunidade de dizer. ‘Eu conheço-o.’. Só não pensei que a tristeza e a raiva pudessem vir agarradas a essa frase. O lado mau de gostar de alguém como ele é este. Tu crias a tua imagem perfeita, imaginas que ele será assim, mas na realidade… Na realidade é tudo uma farsa… Pergunto-me muitas vezes como é que cheguei a este ponto? Mas depois imagens dos olhos castanhos e do sorriso perfeito preenchem a minha mente e é como se tudo voltasse a fazer sentido. Exceto agora…

Agora que conheço a razão daquele sorriso tudo voltou a tornar-se confuso. Eu adoro a Pezz, é uma das pessoas mais fantásticas que conheço, não percebo o porquê do hate que lhe lançam… Ciúmes talvez… Eu também os sinto, mas isso não vale de nada. Mas o Zayn? O Zayn que eu tive à minha frente há minutos não era nem nunca será o rapaz que eu idolatrei e por quem sofri ao longo destes anos. O pulso ainda doía e decerto que estaria marcado. Mais uma marca que me vai relembrar o seu verdadeiro Eu. Quis pedir-lhe desculpas, mas ele não me ouviu… Um carro passou por mim a alta velocidade, buzinando, enquanto os rapazes no seu interior gritavam e lançavam piropos na minha direção. Nojentos… Revirei os olhos vendo por fim o carro desaparecer do meu campo de visão em poucos segundos.

O meu corpo tremia de frio ao ser atingido pelas rajadas de vento, forçando-me a abraçar com mais força o meu tronco, que, apesar de coberto com um casaco, ainda parecia demasiado exposto à baixa temperatura. Lixo… Mimada… Arrogante e convencida… Foram acusada de tudo isto há minutos. No início eu apenas queria um pouco da sua amizade… Se ao menos as coisas tivessem corrido de outra forma… Agora ele odeia-me. Experimentem ser odiados pela pessoa que em tempos admiraram… “ Sou assim tão má pessoa?” Deixei escapar num murmúrio entristecido ao relembrar o olhar de desilusão e ódio. Não demorou muito até o comum nó na minha garganta se formar e os soluços começarem a escapar por entre os meus lábios. “ Eu não consigo odiá-lo…” Deixava escapar repetidas vezes entre os soluços.

Olhei para cima, respirando fundo e tentando acalmar-me. Pára Diana… Tu prometeste ao Owen e ao Noah que não ficavas triste. Tu sabes que custa, apenas tens de ser forte. Nuvens cobriam o céu noturno, impedindo qualquer vislumbre dos pontinhos luminosos que decerto o preencheriam. Dei por mim a analisá-las calmamente, sentindo-me relaxar um pouco… Pelo menos até as gotas de chuva gelada tocarem na minha pele já humedecida pelas lágrimas quentes. Que cliché… A rapariga destroçada e a típica chuva, já agora venha um carro encharque-me um pouco mais... Atirei ironicamente com um revirar de olhos. Conveniente… Atirei mentalmente ao ouvir o motor de um automóvel e finalmente a água de uma das poças que se acumulavam na estrada devido à intensa precipitação colidir com o meu corpo. “ Só podem estar a gozar!” Gritei para o carro que já se afastava.

O meu dedo foi pressionado contra a campainha e abracei o meu corpo tentando aquecer-me, ainda sentindo a chuva embater-me nas costas. Os sapatos já não se encontravam nos meus pés, depois desta caminhada até casa do Noah já não aguentava estar sobre saltos. O relâmpago rasgou o céu noturno, fazendo estremecer ao ser seguido de um estrondo enorme. Novamente toquei à campainha, limpando logo de seguida os olhos e qualquer vestígio de lágrimas, apenas para ficar com as mãos sujas de maquilhagem que decerto estaria borrada e a escorrer pelas minhas bochechas.