ϟ Broken ϟ | z.m |

ϟ Capitulo XVI ϟ - Silly interviews

Faltavam trinta minutos para as onze da manhã. O Willis encontrava-se preenchido por alguns empregados, que corriam de um lado para o outro, tentando preparar o salão principal para receber os clientes que chegariam após a abertura das portas. Mas por agora os únicos prováveis clientes eramos nós seis e nenhum de nós parecia muito interessado nisso. “ O carro já chegou.” O Christian falou, desligando a chamada que passara os últimos cinco minuto e focando a sua atenção na rapariga de olhos azuis sentada sobre a perna do meu melhor amigo. “ Esta entrevista é importante, vai ser a tua primeira apresentação aos fãs. O Noah vai estar contigo assim como o Owen, portanto não precisas de te preocupar.”

“ Oh eu não estou preocupada… Talvez um pouco nervosa.” Disse com um encolher de ombros. Eu sei perfeitamente que a Elly está tudo menos ‘um pouco nervosa’, a forma como agarra o tecido da sua roupa mostra-o.

“ Char, tu e a Diana ficam por aqui. Já sabem o que têm de fazer.” O manager continuou, fazendo sinal aos dois rapazes e à morena que se ergueram imediatamente, seguindo-o rapidamente para o exterior e deixando-nos sozinhas.

“ Temos uma hora de ensaio antes de as portas abrirem.”Avisei, olhando a morena ainda sentada, com a cabeça pousada sobre a sua mão. “ Ouviste Char?” Chamei. Mas esta deixou-se ficar estática. O seu olhar focava a porta por onde o grupo saíra, e parecia não querer desviar-se. Parecia ignorar por completo o que estava à sua volta, deixando que os seus pensamentos tomassem toda a sua atenção. “ Char…” A minha mão tocou no seu ombro e logo se voltou para mim, fitando-me confusa. “ Ensaio.” Repeti e ainda que um pouco confusa a rapariga acabou por concordar, erguendo-se do seu assento e seguindo atrás de mim. “ Estás bem?” Questionei.

“ Sim…” Respondeu suavemente, apressando o passo. “ É melhor nos despacharmos.” Murmurou, não tornando a dirigir-me a palavra enquanto caminhávamos para o estúdio.

“ Preciso dos pedidos para as mesas cinco, um e dois, e rápido!” Gritei para o interior da cozinha, ouvindo alguém gritar que estaria a sair. Estava cheio, mais do que o habitual e eu já trabalhava no Willis há dois anos, portanto sabia exatamente como eram as horas de almoço no restaurante. Ajeitei um pouco a farda e foquei a minha atenção no salão. Deve ser estranho ver uma das vocalistas de uma banda conhecida do momento servir à mesa, mas tudo isto fazia parte de um acordo que havia sido feito com o Christian e os pais do Noah. Eu e o Owen concordámos com tudo, afinal trabalhávamos no restaurante para ter-mos dinheiro para qualquer necessidade e ensaiávamos aqui. Quando fosse necessário teríamos de ajudar aqui no restaurante, e esta é uma das vezes que a nossa ajuda se torna indispensável, mesmo que sejamos apenas eu e a Charlotte.

“ Pedido da mesa um e da mesa dois.” Ouvi a voz da senhora Williams falar, seguindo-se do toque de uma campainha. Voltei-me de imediato, mostrando-lhe um sorriso amável, o qual ela retribuiu, enquanto agarrava nos dois tabuleiros, tentando ao máximo não os deixar cair e traçando caminho para os respetivos destinatários.

De novo voltei para trás, continuando aquela rotina interminável de vai e vem. Tornei a repetir o pedido em falta, recebendo uma resposta positiva. “ O que se passa Char?” Os seus olhos castanhos olhavam os clientes atentamente e pude sentir que esta não queria estar ali, o seu desconforto notava-se a léguas. “ Estás a sentir-te bem?” Um pequeno sorriso surgiu no seu rosto e logo fui assegurada de que tudo estava ótimo, mas aquele sorriso falso não me engava. Quis pedir-lhe que me dissesse tudo passava, mas sabia que não iria obter qualquer informação.

“ Mesa cinco e mesa treze.” Desta vez falou a voz masculina, que identifiquei como sendo do pai da Charlotte. Como anteriormente peguei no pedido, vendo a morena fazer o mesmo e segui para a mesa em questão. “ Desculpem pela demora, aqui está.” Falei suavemente com um sorriso para o casal à minha frente. “ Boa apetite e mais uma vez peço-” O som de algo a quebrar ecoou por todo o espaço e por momentos um silêncio pairou no ar. Desculpei-me mais uma vez ao rapaz e à rapariga e caminhei em passos largos até junto Lottie, que tentava apanhar os cacos de um copo de vidro e da tigela de sopa, ouvindo-a pedir imensas desculpas ao homem de aspeto severo que a olhava indiferente. “ Estás bem?”