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Boa leitura!!

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Harry parte. De novo.

Harry.

Era fim de julho, mais um mês havia se passado desde que havia chegado ao Brasil, e eu precisava dizer: eu estava amando aquilo. Poderia tranquilamente comprar uma casa e nunca mais voltar para a Inglaterra. A vida era simples, bem mais simples do que a que eu vivia em meu país, mas era de uma preciosidade que eu não abriria mão. 

As pessoas brasileiras — cariocas, como chamam os residentes do Rio de Janeiro — eram carinhosas e calorosas. Elas também gritavam, gritavam muito, e era divertido se assustar ao pensar que os vizinhos estariam brigando, quando, na verdade, estavam apenas conversando. Tudo de ruim que havia em infraestrutura e nos governos era compensado pelas pessoas.

Meu trabalho era cansativo, angustiante e exigia muito de mim. As pessoas que eu atendia pareciam tão cansadas quanto eu, provavelmente por toda a luta que tiveram que ter em sua vida e até hoje. Muitas vezes pareciam sem esperanças, chorosas ou apenas indiferentes com suas situações, e isso aumentava o meu desejo de ajudá-las. Tudo parecia valer a pena quando uma criança ou um idoso sorriam para mim, ou quando me agradeciam. Era gratificante saber que eu causava bem às pessoas, livrava de si pelo menos um pouco das preocupações que tinham. 

O lugar também era perfeito. Martha havia me dito, após eu mapear os pontos turísticos que visitei, que havia dado uma volta em quase todos os cantos da cidade, e todos tinham um quê especial. O lugar era quente, mais quente do que eu estava acostumado nesta parte do ano, já que estávamos a um mês da primavera aqui e em meu país estaríamos perto do outono; e eu suava como nunca suei em toda a minha vida.  Confortava-me, no entanto, ver que eu não era o único que sofria com o clima quente e abafado, porque todo mundo parecia ter uma toalhinha na mão e secava o suor do rosto frequentemente. Chegava ser engraçado.

Naquela semana em especial, o clima estava bem quente, apesar de não haver tanto sol, e eu quase mal estava aguentando mais criar uma poça de suor no meu colchão. Mas quando Martha, pela primeira vez desde que cheguei, me acordou cedo no domingo e disse "Se arrume, vamos para a praia!", eu cheguei a conclusão de que poderia tranquilamente aguentar mais daquilo.

E lá estava eu, após uma hora e meia de transporte público, deitado em uma cadeira de praia observando as ondas quebrarem calmamente. Estávamos na praia da Urca, perto do Pão de Açúcar, o qual iríamos visitar na parte da tarde. Olhei para o lado e mirei um bondinho atravessando os dois morros calmamente, e pensei no quão perfeita a vista ali deveria ser. O lugar era esplêndido, e Martha havia dito que havia escolhido uma praia limpa com uma vista bonita especialmente para mim. Eu estava encantado.

— Ali é o Morro do Pão de Açúcar — apontou Martha para onde eu estava olhando. — Costumam colocar os dois morros como um só, mas só aquele é. Este menor é o Morro da Urca. Dos dois dá pra ver grande parte da cidade do Rio, é uma vista deslumbrante.

Eu assenti, maravilhado demais para responder qualquer coisa. Poderia passar o resto da minha vida naquela praia, observando os morros e a água clara fazendo o som mais relaxante do mundo.

Peguei meu celular e captei algumas fotos, tentando pegar o máximo possível do lugar para guardar para mim. Não aguentei e mandei uma para Louis.

 Não aguentei e mandei uma para Louis

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You messed me up (but I still love you) // L.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora