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Louis tem a melhor noite de sua vida, e eventualmente, compõe.

Louis.

— Isso, cinco buquês — confirmei, movimentando meus dedos pelo balcão de vidro. 

— Qual a flor o senhor deseja? — o homem perguntou, simpaticamente, e minha mente deu um branco. De repente, nenhum nome de flor passava por minha cabeça. 

Bati minha minha mão no pequeno balcão, pensativo. Resolvi apelar para a cor preferida de Harry.

— Qualquer flor que seja rosa claro.

Nossa noite seria naquele dia. Desde que Harry havia saído para faculdade, eu havia ligado para alguns lugares, para poder encomendar tudo de nossa noite. Tinha que ser tudo perfeito, à altura de meu pequeno garoto. 

Lorenza me acompanhou até o apartamento quando fui buscar minhas roupas, para que ela fizesse um jantar para mim e Harry e me ajudasse a arrumar o apartamento. Após me dar algumas sugestões, pedi-a para ir até o mercado comprar o que precisava para o jantar e voltasse apenas no horário que eu tivesse certeza de que Harry estaria longe de casa. 

Quando ele saiu para o trabalho, toda a correria começou. E lá estava eu, em uma floricultura, encomendando as flores para nossa noite. Lorenza já estava a caminho do apartamento e começaria a preparar o jantar. Teríamos exatas quatro horas para deixar tudo pronto.

— Temos rosas, senhor — o rapaz comentou, parecendo distraído, enquanto olhava ao redor da loja. 

— Perfeito — sussurrei, com um sorriso. — Cinco buquês de rosas.

— E para quando devo fazer a encomenda?

— Hoje à noite, às dez e meia. 

O rapaz arregalou os olhos. Eu o olhei confuso, esperando que ele dissesse para mim qual era o problema, porém, ele apenas abriu a boca diversas vezes, antes de sair qualquer frase. 

E, depois de alguns minutos, ele conseguiu falar, mesmo que gaguejando. — Não será possível, senhor. São muitos buquês, as encomendas devem ser feitas com no mínimo um dia de antecedência.

— Apenas me diga o preço, garoto — pedi, calmamente, parando para analisá-lo pela primeira vez desde que entrei na loja. Tinha os cabelos loiros naturais, uma boca carnuda até demais e um nariz pequeno e fofo, que com certeza deveria ser o maior destaque de seu rosto. Era adorável.  

Ele percebeu o quanto eu o encarava e deu um pequeno sorriso, logo seu rosto adotando uma coloração avermelhada. Realmente adorável. 

— Oitenta e três libras, visto que são cinco buquês e rosas são... 

— Eu quintuplico o preço, se você deixá-las prontas para hoje a noite — interrompi-o, desviando meu olhar do seu e puxando minha carteira do bolso, para tirar dali algumas notas. Apoiei-as no balcão e, com um sorriso, olhei de volta para ele. — E uma pequena gorjeta para você, eu caro...

— Sam — completou com seu nome, com seus grandes olhos castanhos vidrados nas notas postas em cima do balcão, ainda presas por minha mão. — Tem mais de duzentas libras aí. Oh meu Deus. Por que você precisa ser tão rico? Meu expediente acabaria em trinta minutos e talvez eu precise ficar aqui por mais duas horas para preparar tudo.

Eu ri com seu modo de falar, porque ele parecia um gatinho bravo. Pensei por um instante, se ele falava assim com todos os clientes que passavam pela floricultura e o quanto de problemas ele deveria ter causado por causa disso, ou se alguém conseguia ficar bravo com ele, realmente. Talvez ele apenas empinasse seu nariz, batesse seus enormes cílios e bam, e derretesse todos os corações. 

You messed me up (but I still love you) // L.SWhere stories live. Discover now