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Boa leitura!

***

Harry e Louis têm uma tragédia a caminho. Mas suas vidas estão boas.

Harry. 

Era meado de outubro, e eu estava em minha décima nona semana de gestação. Em contagem mensal, estava caminhando para o quinto mês completo. Eu estava radiante, porque tudo parecia estar se encaixando aos poucos, mesmo com a correria da minha vida me deixando exausto a ponto de nem pensar no fim do dia.

Eu havia conseguido, por pura sorte, um estágio remunerado de apenas 10 horas semanais, no hospital St. Thomas, o mesmo que uma antiga professora minha trabalhava e o mesmo em que a família de Louis ficou internada durante alguns meses. Havia também conseguido retomar meu emprego no PAYNE, mas desta vez como recepcionista, já que Liam não queria que eu andasse a noite inteira em pé e carregando peso por entre as mesas. Era um alívio, para falar a verdade, já que todos sabiam que as bandejas me odiavam. Além disso, o trabalho na recepção terminava uma hora mais cedo que o dos garçons, então estava ótimo para mim.

O valor da bolsa era metade do valor do meu aluguel e, de quebra, havia como juntar parte do meu salário do restaurante para as despesas do bebê. Eu estava satisfeito, por mais que meu dia estivesse sobrecarregado e Louis brigasse comigo uma vez na semana por eu estar entupindo minha agenda desnecessariamente. 

— Você quer mesmo ter aula de nove ao meio dia, estagiar de duas às quatro e depois trabalhar de cinco às nove? Você quer o que? Acabar doente em dois meses? — Louis dizia, parecendo realmente bravo comigo, o que era raro. 

Ele andava de um lado para o outro no quarto, em passos firmes, e eu duvidava de que a qualquer momento o meu vizinho debaixo iria bater no teto com uma vassoura.

— Ei, eu dou conta, ok? Minha rotina era muito mais puxada. 

— Você está grávido, Harry — ele pontuou, como se fosse óbvio.

— E daí? Estou grávido, não moribundo. Posso manter minha vida normal pelo menos até o bebê estar com oito meses. Por favor, nem com barriga eu estou!

Louis me olhou chocado, como se eu tivesse cometido um crime. Ele correu para meu lado e acariciou minha barriga, murmurando: 

Shh, não ouça esse papai feio, pequeno Tommo. Você ainda vai crescer muito!

Eu ri, sabendo que aquela discussão estava dada como encerrada. Por enquanto.

E, ah, tinha Louis. Meu namorado odiava minha vida corrida, mas ele estava exatamente no mesmo barco. 

Sua turnê começava na próxima semana, o que significava algumas semanas correndo pelos continentes em shows. Ele havia conseguido adiantar um pouco sua turnê, depois de duas reuniões de quatro horas com sua equipe. E, graças aos intervalos que ele pediu durante ela, para ficar perto de mim e do bebê, as datas não foram tão modificadas, o que fê-los não odiarem tanto Louis e eu. 

Desde então, meu namorado estava correndo de um lado para o outro com sua agenda lotada de compromissos: ensaios, estruturas, datas, divulgação, etc. Eu o havia visto apenas uma vez na última semana, o que seria uma coisa ruim se eu não estivesse tão cansado a ponto de esquecer em alguns momentos que Louis estava longe de mim. 

Porque, é, eu havia decidido não morar com Louis, por ora. A casa dele tinha um quê gigante que me incomodava, e eu sinceramente não me imaginava ali sozinho com um monte de homens sérios enquanto meu namorado corria por aí fazendo shows. No mais, Louis passava mais tempo em meu apartamento do que em sua própria casa, era como se ele tivesse se mudado para lá, e o pensamento de dividir meu pequeno ninho com ele me agradava mais do que eu poderia admitir. Preferia ficar em meu próprio e minúsculo apartamento, tendo só a companhia da minha barriga pulante e, as vezes, do meu pequeno homem de olhos azuis.

You messed me up (but I still love you) // L.SWhere stories live. Discover now