DEZENOVE

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Música do capítulo- Pillowtalk -Zayn


A sensação de estar fazendo exatamente aquilo que queria. Corpo e alma. Dois corações acelerados batendo no mesmo ritmo. E o incrível gosto de sua boca na minha.

Como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo, deslizava minha mão pelo corpo daquela pessoa que há algum tempo ocupava todos os meus pensamentos. Ele era quente como o inferno, e eu simplesmente não conseguia parar. De senti-lo. De tocá-lo. Mas o melhor de tudo era a reciprocidade. Na mesma medida.

Sua pegada era firme em meu quadril, que respondia prontamente aos seus comandos, como um imã. Estávamos grudados, literalmente e por vontade própria. Totalmente em um profundo êxtase que não poderia ser descrito exatamente em palavras.

Beivaja-me com toda a vontade exagerada que eu mesma tinha. Éramos como animais no cio. Sem pudores. Nossos gemidos com certeza podiam ser ouvidos pelos vizinhos. E não poderia estar me importando menos com isso.

Estava mais concentrada na boca de Johann, dando pequenas mordidas em seu lábio inferior, arrancando um sorriso sacana de seu rosto. Segurava seus cabelos cor de fogo, sentindo ele todo dentro de mim, completamente rendida àquele momento. Sabia que meu corpo estava todo marcado por chupões e pequenas mordidas, e sorri ao constatar que aquelas marcas não me deixavam envergonhada, e sim com vontade de mais.

Nossos corpos estavam cansados, mas não queríamos parar. Tomei o controle da situação, subindo em cima do ruivo, recebendo um sorriso em retribuição. Suas mãos grandes foram parar direto em meus peitos, me fazendo arfar ainda mais de desejo.

Comecei a mover-me sobre ele, sentindo toda a extensão de seu membro duro dentro de mim, alucinada e perdida na imensa vontade de saciar minha sede, ou melhor, acabar com a minha fome de prazer.

"Hummmm....ah....." Deixei escapar entre gemidos, a medida que os movimentos se tornavam mais rápidos. E sabia que logo me libertaria. Continuei rebolando em cima de Johann, adorando ver seus olhos brilharem de puro desejo por mim. Sua boca entreaberta fez-me passar a língua sobre a minha, ao mesmo tempo que suas mãos seguravam firmemente meu traseiro, aprofundando ainda mais o nosso contato.

"Ruivo...eu vou..." Foi somente isso que pude sibilar.

"Eu...também..." E naquele momento, chegamos ao clímax, totalmente excitados, sentindo nossa liberação.

Aninhei-me em seu peito, ainda sentindo minhas pernas bambas e meu coração palpitando fora de ritmo. Escutando os batimentos de Johann, comprovei que ele se encontrava da mesma maneira.

"Não acredito que fizemos..." Beijava minha testa, fazendo carinho em meus cabelos.

"Você...está arrependido?" Sussurrei, olhando no fundo de seus olhos.

"Como? Mas é claro que não! Foi...incrível! Você é incrível! Foi melhor do que eu poderia sonhar...Eu estou completamente apaixonado por você Gabriela..." Aquelas palavras eram tudo que queria e precisava ouvir. O que esperei por tanto tempo, e finalmente minhas preces foram atendidas. Ainda não entendia muito bem como um cara lindo desses está aqui comigo, dizendo que me ama. Parece surreal. Mas irei aproveitar este momento como se fosse o único. Vivê-lo intensamente como o sangue em minhas veias.

Seu olhar de gatinho manhoso era algo que eu ainda não sabia lidar. Apenas sorri em retribuição, demonstrando que sentia-me da mesma maneira.

"Idem." Respondi, roubando-lhe um beijo, e, como uma coisa leva à outra, acabamos nos braços um do outro mais uma vez.

✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨

Acordei na manhã seguinte meio sonolenta. Até aí nenhuma novidade, já que essa era minha rotina. A primeira coisa que fiz foi procurar por aquela beleza ruiva ao meu lado. Apalpei o travesseiro, não encontrando quem procurava.

Abri meus olhos, esfregando-os com as mãos, tentando despertar verdadeiramente desta vez. Sentei na cama, o coração já fundo no peito por Johann não estar aqui. Minha cabeça louca já começou a bolar as mais variadas teorias.

E se ele simplesmente queria me levar para a cama? Agora que já conseguiu o que queria, vai simplesmente fingir que nada aconteceu e me esquecer. Não, o ruivo não faria isso comigo, ou faria? E se ele tivesse algum compromisso logo cedo, e não pôde se despedir? E se não quis me acordar antes de ir? Johann não parece o tipo de homem covarde que simplesmente foge. O ruivo parece mais o tipo de homem que encara os seus problemas de frente, sem medo. Foi por esse ruivo que me apaixonei. Mas onde será que ele foi?

Ainda estava confusa pensando em que lugar Johann poderia ter ido, que aquele barulho vindo da cozinha foi ouvido somente agora. O som dos talheres, o barulho da frigideira no fogão, aquele cheiro familiar... Café. Era definitivamente café.

Coloquei a primeira camiseta que vi pela frente e digiri-me até a cozinha, estancando em frente à bancada. Aquela visão me tirou todo o fôlego.

Vestia apenas o moletom, deixando suas costas à mostra. Ainda não havia sentido minha presença, e aproveitei para apreciar a vista mais um pouco. Johann estava fritando um omelete, e pude ver a cafeteira ligada. Sorri como uma criança feliz. Meu coração se encheu ainda mais de amor por aquele ser humano. Parecia concentrado em não deixar queimar a omelete, enquanto a tirava em um prato.

Me aproximei devagar, a passos lentos. A cada passo o coração batendo ainda mais acelerado. Por ele. Única e exclusivamente por ele. Apertei minhas mãos em volta de sua cintura, abraçando-o por trás, recebendo beijos nas palmas em retribuição.

"Vejo que alguém acordou inspirado..." Disse, fazendo com que o ruivo se virasse para me encarar.

"Acostume-se senhorita. Pois a partir de hoje, suas manhãs nunca mais serão vazias." Seu carinho em meu rosto fez minhas bochechas corarem, e pude ver-me reflerida nos olhos dele, sorrindo como uma boba adolescente, em uma felicidade recém descoberta, a qual não queria e nem poderia abrir mão.

"Você existe mesmo? Não é um fruto da minha imaginação fértil?" Respondi, recebendo um pequeno selinho.

"Sou de carne e osso...o único sonho aqui é você..." Sua resposta me pegou de surpresa.

"Ruivo..." Olhei em seus olhos procurando entender as coisas que não conseguia explicar.

"Mas é a verdade. Ainda acho que estou sonhando, e não quero acordar desse sonho..." Abraçou-me mais apertado, juntando nossos rostos.

"Se depender de mim não vai..." Deixei que soubesse que não o largaria tão cedo.

"Então estamos quites...vem, sente-se que o café já está na mesa..." Pegou minha mão e conduziu-me até a mesa arrumada, trazendo o café e a omelete.

"Delicioso..." Disse, olhando diretamente para a boca de Johann.

Adorava frases de duplo sentido. E acabei de descobrir que amava a forma como o ruivo reagia à elas. Seria um café da manhã muito...interessante.

A garota dos fones de ouvidoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant