Capítulo 57 - Amo você, madrinha

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... melhores momentos.★

Acordei com as garotas gritando em meu ouvido.

— Puta que pariu, por que não me deixam dormir?

— Ale, você mesma disse que iria pra casa de seu pai e que estava ansiosa para ver uma pessoa em especial — explicou Eliana.

— Ah, é mesmo — me levantei. — Obrigada.

Comecei a arrumar minha mala que estava totalmente bagunçada. Quando terminei, tomamos um longo e delicioso café da manhã. A mãe da Geovanna cozinha de uma maneira surpreendente. Ela consegue transformar simples ovos e bacon em um banquete altamente delicioso. Se ela fosse uma cozinheira profissional ganharia muito dinheiro. Queria muito ter uma mãe que pudesse cozinhar assim.

Enquanto eu continuava a comer aquele bacon maravilhoso, todas nós da cozinha ouvimos uma buzina. Minha mãe.

— Deve ser sua mãe, Alessandra. Vou acabar de fritar esses ovos e irei abrir a porta para você — a mãe da Geo dizia enquanto se concentrava nos ovos.

— Obrigada.

Poucos minutos depois, ela desligou o fogo, lavou as mãos e veio em minha direção em busca das chaves enquanto ainda as secava. Quando avistou as chaves com o olhar, jogou a toalha onde estava secando as mãos, pegou as chaves e começou a abrir a porta.

Enquanto ela abria, eu pegava minha mala não tão pesada. Olhei pras meninas mais uma vez e todas elas acenaram se despedindo. "Irei sentir saudade de vocês" eu deveria ter dito, mas a mãe da Geo me chamou antes que eu pudesse abrir a boca.

★Dica 281 = Diga o que tiver para dizer, antes que seja tarde demais.★

Entrei no carro, joguei minha mala no banco de trás e quando eu já esteva sentada no banco da frente, esperando que minha mãe desse a partida, acenei para mãe da Geio que retribuiu meu gesto.

— Como foram seus dias aqui? — perguntou minha mãe já concentrada no trânsito.

— Melhores do que qualquer dia que já passei em casa — respondi um tanto seca.

— Alessandra, vamos começar a discutir por você ser tão grossa?

— Eu não queria que você falasse comigo.

— Precisamos dialogar sobre seus problemas.

— Eu não tenho problema, você é que tem um problema.

— Pare de negar que você tem sérios problemas psicológicos. Eu sei o que é isso.

— Se soubesse, eu não estaria te odiando tanto.

— O que te faz me odiar?

— Você me ter feito nascer.

— Alessandra...

— O que mais você quer? Puta que pariu, por que me trouxe pra desgraça desse mundo? Era muito melhor ter me abortado. — Meus olhos se encheram de lágrimas. —  Pelo menos ainda estaria casada com meu pai — minha voz era fraca. Eu queria me trancar em uma caixa e chorar pro resto da minha vida. Ela não me ama.

— Minha filha, não pense assim. Se você me desse uma chance para lhe mostrar o quanto te amo, você veria que estou falando a verdade.

— Pelo seus olhos consigo saber que não está.

— O que sua madrasta tem que eu não tenho?

— Ela me entende.

A conversa teve fim ali. Minha mãe deu sinal que diria mais alguma coisa, mas não disse nada. Talvez ela tenha entendido minha mensagem.

O Que Uma Garota Deve FazerWhere stories live. Discover now