Capítulo 93 - Tem um garoto gato dormindo na minha cama

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... seu lado.★

— Tem um garoto gato dormindo na minha cama! — digo ainda com as mãos na boca, mas eu realmente estava gritando as palavras.

Depois de um tempo que processo que aquele na verdade era o Dani. E então me veio a cabeça a hora de querer explodir, minutos depois de eu já ter visto aquilo: ele com uma mão em um dos meus seios.

Retiro sua mão dali e me levanto, querendo ir ao banheiro ver minha aparência. Então percebo que estou de calcinha, sem sutiã, mas com uma blusa qualquer minha por cima.

Abro a porta do banheiro e dou de cara com o monstro que eu estava. Eu estava mais é parecendo um zumbi. Fiquei ali, com pensamentos vazios, tentando pensar o que faria a seguir.

Pego uma calça dentro da minha mala e dou de cara com uma cueca. Fico meio confusa. Não sabia se dava risada ou gritava.

No mesmo instante, olho para o Dani e um pensamento pervertido atinge minha mente. Vou até ele, com uma esperança estranha na cabeça. Tiro devagar parte da coberta que o cobria. Descobri que estava sem camisa (o que era bom) e que estava de calça (o que era péssimo).

★Dica 461 = Tente "medir" o que é bom e o que é ruim.★

— Droga — sussurro para mim mesma.

Também coloco um sutiã e antes de sair do quarto, tive que ir correndo para o banheiro vomitar. Quase vomitei duas vezes por nojo. Em seguida, saio do quarto, cambaleando. Não sabia se era por um estar com um tremendo sono ou se era a ressaca que me fazia estar tão lenta.

Ando pelos corredores vazios e só no meio do caminho descubro que estou descalça. Aqui e ali encontrava pessoas dormindo no chão. Teve partes do corredor em que tive que andar na ponta dos pés por estar com vômito. Quase que acabo vomitando ali por nojo.

Assim que chego no primeiro andar, levo um susto. O saguão estava cheio de gente. Tinha até pessoas nuas por ali. É então que me pergunto o que teria acontecido durante essa festa. Uma pena eu não lembrar de mais nada.

Andei por entre as pessoas, tentando tomar cuidado para não pisar em nenhuma delas, o que foi bem difícil. De vez em quando eu pisava numa mão ou numa costela, mas o que mais me impressionava era o fato de ninguém acordar, como se estivessem mortos. E parecia. Não achei os corpos de Eliana, Geovanna, Felícia, Hortência e Renata. Aquilo me deixou um tanto frustrada.

Consigo finalmente sair do prédio em meia-hora de caminhada entre os corpos embriagados. É então que dou de cara com uma cena chocante: todas as minhas melhores amigas e a Renata sendo algemadas e a diretora observando toda a cena.

— Ali está ela! — gritou Renata, apontando pra mim.

Me aproximo, sem muito entender o que estava acontecendo.

— Eu achei que fôssemos melhores amigas, Ale — disse Felícia com voz chorosa.

— Mas o que diabos está acontecendo? — digo quase que em desespero.

— Elas serão presas por vandalismo em área privada — respondeu o policial que guiava cada uma delas para o camburão.

— Presas...? — A cor some do meu rosto.

— A festa, Alessandra. Elas são culpadas por armarem tudo — disse a diretora.

Tudo que consigo fazer é deixar a boca semi-aberta.

★Dica 462 = Quando não tiver nada a dizer, não diga.★

— Fecha a boca senão entra mosca, Alessandra. Achei que éramos amigas desde o começo, mas vejo que sempre me enganei — disse Renata enquanto era guiada a uma viatura. Juro que vi ela sorrir. Um sorriso estranho. Significava que ela estava satisfeita com alguma coisa.

★Dica 463 = Suspeite de alguns sorrisos.★

As outras concordaram com ela e logo as viaturas estavam partindo.

— Sei que eram suas amigas, mas foi necessário — disse a diretora quando as viaturas já estavam fora do meu campo de visão.

— Não, tudo bem. Sei disso. Só que eu achei que elas jamais fariam isso.

A diretora colocou uma mão em meu ombro, talvez como forma de consolo. Depois de um tempo, dispenso o gesto e sinto como se estivesse sem chão. Perdi elas, penso preocupada.

Decido que a melhor coisa que poderia fazer agora é para meu quarto. Talvez o Dani pudesse me ajudar a superar isso. Espero que já tenha acordado.

Acabo que dou voltas e mais voltas antes de definitivamente ir para meu quarto. Não sei ao certo o por quê de eu ter enrolado tanto.

Me decepcionei por eu ter chegado e ele ainda estar dormindo. O sol enchia de luz meu quarto. Tranquei a porta atrás de mim. Tudo que eu menos queria era que ela soubesse que por algum motivo o Dani dormiu na minha cama comigo.

Fechei as cortinas do quarto e tudo voltou a ser escuro. Quero dizer, um pouco da luz do sol ainda estava ali, mas não era tanto assim.

Deito na cama e me aconchego entre seus braços. É então que ele acorda. Antes de abrir os olhos, vejo-o cheirar a colcha, depois meu travesseiro.

— Não sabia que gostava tanto assim do meu cheiro, Dani.

Ele leva um susto ao me ver. Ele olha ao redor, vasculhando tudo.

— Mas o que diabos eu estou fazendo no seu quarto? — pergunta ele mais assustado do que surpreso.

— Eu também gostaria de saber.

— Deuses, é pior do que eu pensava. — Ele olha pra alguma coisa por baixo das cobertas, mas não me atrevo a olhar. — Coloquei a calça sem cueca.

★Dica 464 = Tente não se atrever a olhar algumas coisas.★

Empurro seu ombro.

— Besta.

Comecei a sentir as bochechas ferverem.

— A cor do seu rosto indica que você quer arrancar minha calça.

— Não... — respondi sem jeito. — Não!

Ele riu.

— Tudo bem, eu finjo que não li seus pensamentos, ok?

— Calado.

— Ah, vem cá. — Ele tentou me puxar para si só que eu o impedi.

— Não, Dani, agora não — digo enquanto sentava na cama.

— O que houve? — Ele se sentou do meu lado, abraçando meu ombro.

— Nada. Eu só... Não estou afim de te beijar agora, tá legal?

★Dica 465 = Não deixe que pessoas façam aquilo que você não queira.★

O Que Uma Garota Deve FazerOnde histórias criam vida. Descubra agora