Capítulo 98 - Obrigada por me salvar, Dani

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... de novo.★

As horas passam rapidamente e estranhei pelo Dani não ter me mandado nenhuma mensagem perguntando do por quê ter me encontrado ontem, no meio da noite, nos dormitórios masculinos.

Assim que deu 23:30, visto uma blusa preta, com "Blow" escrito em letras vermelhas e laranjas, como se estivesse pegando fogo.

23:50, saio corredores afora. Eu era silenciosa como uma sombra, andando na ponta dos pés, olhando a cada curva que o corredor fazia, se tinha alguém por ali.

Assim que corro campus afora e abaixo atrás da estátua, esperando as lanternas passarem, dedos fortes apertam meu braço e de imediato olho para trás. Um vigia noturno.

— Me acompanhe, garota — disse ele com voz firme, me forçando a levantar.

Me levantei com uma expressão raivosa.

— Não vou sair daqui. Tenho coisas a fazer — digo com ignorância.

— Como o quê? Encontrar o namoradinho? Acha que é a única? — ele soou irônico. — Vamos logo, menina. Facilite o meu trabalho.

Tento puxar meu braço, mas não consigo. Ele o apertou mais forte.

— Me solta, seu imbecil! — gritei como uma louca.

Então olhei ao redor. Mais lanternas chegavam e quando olhei pra cima, janelas acendiam.

— Acho que quanto mais alto você falar, pior as coisas ficarão para o seu lado. Acho não. Tenho certeza.

Aquilo me deixou mais brava. Tão brava que chutei suas partes baixas. Ele soltou um grito, vindo de um gemido. Aproveitei a oportunidade de fraqueza e corri.

★Dica 486 = Sempre aproveite os momentos de fraquezas das pessoas.★

Enquanto eu adentrava o prédio masculino, vi reflexos de lanternas nos vidros. Acelerei o máximo que pude e tentei despistá-los nos corredores.

Em dos corredores vejo uma sombra. Aquilo me assusta tanto que acabo caindo com o susto.

— Levanta! — disse-me uma voz familiar, mas ainda estava recuperando da queda e não conseguia raciocinar.

A voz transformou-se em uma mão me ajudando a me levantar e a correr pelos corredores. Ele me leva a um dos quartos e tranca a porta rapidamente. Encontro uma cama vazia e me sento nela, respirando fundo. É então, depois de ter sentido a adrenalina baixar, que percebo em que quarto estou: o quarto do Dani.

Fazia muito, mas muito tempo mesmo que não vinha aqui. Tudo está da mesma maneira. O Dani se senta do meu lado e abraça meu ombro.

— É... Valeu por salvar minha vida — agradeço.

— Chutar a virilha do cara, sério?

Acabei rindo.

— Era a única solução.

Ele beija minha cabeça.

— É a garota mais idiota que eu já vi.

— Ih, Dani, está apaixonado, é? — pergunto com um sorriso, encarando ele em meio ao escuro. — Chega de ser meloso.

Ele empurra meu ombro.

— Melhor assim?

Dou uma pequena risada.

— Sim, muito melhor.

Ouço-o suspirar.

— Vai, pergunta logo — digo, também suspirando.

O Que Uma Garota Deve FazerWhere stories live. Discover now