Capítulo 73 - À caça bandeiras e avante!

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... lembranças boas.★

Decido me levantar, pego meu diário e saio do dormitório. Quero caminhar por ai. O sono não chega e creio que não vai chegar tão cedo. Quero me distrair um pouco e olhar pro teto não é a melhor solução.

Chego perto do local onde estava a fogueira e vejo que ainda há um resquício quase invisível de fogo. Sento-me num banco e abro meu diário. Quando o abro, uma folha solta cai e então vejo que ali tem duas assinaturas. Instantaneamente me lembro do juramento que fiz há dias com a Betânia. Dias não. Quase dois meses. Fizemos o juramento antes do passeio a praia. Ela não cumpriu o que prometeu.

Chego perto da fogueira e consigo sentir um pouco do calor da pequena brasa que ainda queimava. Tiro algumas lenhas já em cinzas, com cuidado, até a brasa mostrar-se e quase se apagar por completo. Estendo as mãos em forma de concha, tentando manter a brasa acesa.

Pego o papel com as assinaturas e encaro por um momento. Isso já não vale mais nada, penso.

Estendo o papel no fogo e logo vejo a ponta pegar fogo e ir se escurecendo aos poucos. Depois de alguns segundos, jogo o papel no fogo e o deixo queimar sozinho.

★Dica 361 = Queime juramentos antigos e quebrados.★

Continuo caminhando pelo local. O vento noturno era fresco e não muito forte. As estrelas eram perfeitamente visíveis e as cigarras e grilos cantavam.

Sigo em frente e logo vejo um reflexo azul. Uma piscina. Achei que aqui não tivesse, mas pelo visto eu estava enganada.

Me aproximo mais da piscina e fico um grande desejo de entrar nela. Depois do Dani ter me ajudado a enfrentar meu trauma, gosto de me molhar de vez em quando.

Tiro a blusa e jogo-a num canto e jogo meu diário em cima. Dou um mergulho longo e volto a superfície, sentindo o vento, que agora se transformara em gelado, atingir meu rosto.

— É, parece que você gostou mesmo da água — disse alguém.

Me virei no mesmo instante e vi o Dani em pé, na beira da piscina. Ele tirou a camisa e pulou na piscina.

— Também não consegue dormir? — pergunto.

— Eu não quero dormir, mas acho que é tudo a mesma coisa.

— Então, é amanhã que vai perder a aposta — digo meio brincalhona. — Melhor ir preparando os lábios.

Ele sorriu.

— Está bem confiante, Ale. Só espero que sua confiança não desmorone quando eu tiver ganhado.

— Pode ter ganhado as outras, mas essa eu ganho. — Mostro um sorriso confiante.

★Dica 362 = Se mostre bastante confiante.★

— Bom, se você ganhar mesmo, melhor eu ir preparando os lábios, como disse. — Sorriu e eu entendi por completo o que ele quis dizer.

Me aproximei e nos beijamos. E senti uma ponta de culpa por isso. Quer dizer, a Carol é namorada dele e... pode ser que fique magoada. Não sei. Depois de ter-los visto tão feliz no café da manhã, agora me sinto um pouco culpada.

Paro de beijá-lo por um momento e o encaro. Ele parecia um pouco confuso com a minha atitude e então joguei água em seu rosto.

— Não me olha assim — digo.

Ele sacudiu a cabeça.

— Sério, Ale, eu achei que você queria...

— A culpa não foi sua. — Balanço a cabeça. — Agora cale a boca e brinque comigo. — Jogo água nele mais uma vez.

O Que Uma Garota Deve FazerOnde histórias criam vida. Descubra agora