Capítulo 74 - Hã... Cara, ele acabou de "cair" de um penhasco

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... dêem ouvidos.★

— Está discordando da sua própria ideia? — perguntou Carol a ele.

— Não venha querer discutir agora. Temos que ganhar. Concentre-se.

Ela apenas suspirou irritada em resposta.

Começamos a caminhar em direção da primeira bandeirinha, pensando em apenas uma coisa: esse jogo será longo.

Quando estávamos já com a terceira bandeirinha em mãos, dava para ouvir cada barriga roncar. Já tem um tempo que estamos nessa situação. Deve ter passado muito tempo do almoço. Sugiro que deve ser duas da tarde.

Estávamos subindo uma montanha que parecia que não tinha fim. Quero dizer, eu só sei que é uma montanha porque sinto que estamos subindo, mas com tantas árvores, fica difícil saber ao certo.

O Dani seguia na frente e eu estava logo atrás dele. Fábio atras de mim e Betânia e Carol atrás dele. Praticamente estávamos andando em fila indiana.

De repente o Dani para.

— Parem — diz ele e eu sinto algo em meu seio.

Diário, quero que alguém me mate. Ou quero que alguém mate ele. Não acredito que ele fez isso. Não acredito. Sabe o que é ter um garoto segurando seu seio assim, de repente? Pois é, diário. Eu não sei o que fazer. Não sei mesmo.

★Dica 366 = Sempre faça algo, principalmente em uma situação embaraçosa.★

— Mas o que diabos está fazendo seu idiota? — grito.

Ele olha pra mim, com expressão confusa e então percebe. Tira a mão no mesmo instante.

— Eu não... Foi sem querer! Eu juro. — Ele estava surpreso, assustado. Eram tantas coisas que eu não consegui defini-lo.

— Sem querer? — continuo gritando. — Sem querer? Vou te mostrar o que é sem querer!

Eu o empurro e ele cai. Cai em uma espécie de penhasco. E eu me desespero. Não era essa a minha intenção.

★Dica 367 = Quando for empurrar alguém, certifique-se de que não há nenhum penhasco por perto.★

— Dani! — grito desesperada. Corro para o local onde ele caiu e o vejo lá em baixo, mas não sei se ele está sangrando.

Betânia, Carol e Fábio vão para meu lado para ver se o Dani pelo menos estava vivo.

— Eu tô bem — diz ele.

— Dani, aguenta firme, já estou indo! — grito.

Começo a tentar descer para tentar ajudá-lo e caio. Pelo menos caio do lado dele e não em cima.

— Ai meu Deus! Vocês dois. Conseguem subir de volta? — pergunta Fábio.

Me levanto sentindo um pouco de dor pela queda e tento subir, mas era íngreme e inclinado demais. Só daria pra subir se eu tivesse uma corda.

— Não dá. Sem chance — digo.

— Ok, nós vamos procurar ajuda — diz Fábio.

E consigo ver eles saindo. Carol e Betânia devem estar resmungando. É típico delas. Volto a minha atenção ao Dani.

— Você está bem? — pergunto.

— Vou ficar. Assim que a dor que você me causou passar. — Não sabia ao certo se estava brincando.

— Não te pedi pra segurar meu seio.

— Já pedi desculpas e já expliquei que foi sem querer. Não foi culpa minha se... se... aquilo estava lá naquele exato momento. Só não queria que alguém caísse do penhasco, mas acabou que eu mesmo caí.

O Que Uma Garota Deve FazerOnde histórias criam vida. Descubra agora