Capítulo 77 - "Perigo" deveria ser meu segundo nome

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... certos pedidos.★

— Ah, olha só. Perdeu a timidez de fazer esses tipos de pedidos, dona Alessandra? — Um pequeno sorriso malicioso brotava em seu rosto.

Afirmo com a cabeça tão rápido quanto pressiono nossos lábios. Nosso beijo era de um ritmo normal, porém, quem comandava era ele. Dou uma leve mordiscada no seu lábio inferior e ele devolve, aprofundando mais o beijo. Poucos minutos depois, já estamos usando nossas línguas para tomar conta do serviço. Meu coração acelera. Minhas mãos vão para sua bochecha e novamente nossos lábios é que estão fazendo todo o trabalho. E então ouço um grito. Paramos de nos beijar no mesmo instante e olhamos para porta. Fabíola estava lá, aterrorizada.

— Então você...! — tentou dizer ela. Ainda não sabia se ela estava nervosa ou surpresa.

— Sou a namorada dele, claro — digo a ela, dando uma leve e discreta cotovelada no Dani para que ele seguisse meu caminho.

★Dica 381 = Faça algo para fazer com que a pessoa entenda o que você quer.★

Ele entrelaça suas mão nas minhas. Ele entendeu o que eu queria.

— Você... Vocês dois... — Agora eu podia ver que Fabíola estava mais irritada.

— Namorados — Dani diz. — Fabíola, olha, tudo o que eu fiz foi para conseguir ver a minha Hello Kitty. E nada do que você disser vai fazer efeito algum. Já contei tudo a ela.

Ela não sabia o que fazer, como se estivesse perdida ali. Por fim, ela caminha em direção ao Dani e lhe dá uma bofetada tão forte que a marca de sua mão fica na bochecha dele. É ai que eu fico nervosa de verdade:

— Sua piranha! — grito. — Só eu tenho o direito de bater nele! — Avanço para cima dela e puxo seu cabelo com força.

Ela dá um chute na minha perna e caio por alguns segundos. Doeu mais por ela estar de salto. Mesmo assim, pulo novamente nela e deposito um soco exatamente em um dos seus seios. Ela cai. E quando fico por cima dela para socá-la no rosto, ela puxa meu cabelo e invertemos as posições. Ela começa a puxar meu cabelo e depositar alguns arranhões no meu rosto e dou-lhe um chute na barriga. Me levanto e quando vou batê-la mais uma vez, Dani me segura pelo braço e me puxa para si. Fico mais calma.

★Dica 382 = Em uma briga, tente ficar calma.★

— Está bom, Hello Kitty. Ela já entendeu. — Damos um selinho. — Melhor irmos embora.

Afirmo com a cabeça, olho para elas mais uma vez e eu e o Dani vamos de mãos entrelaçadas embora. Eu não fazia nem a mínima ideia de onde realmente estávamos. Se ainda estávamos dentro do acampamento ou fora... Difícil de adivinhar.

Depois de sair da porta daquele lugar, é então que percebo que ainda estamos no acampamento. A enfermaria ficava numa extremidade isolada, mas se andássemos um pouco, chegaríamos com facilidade onde nossa turma estava. Enquanto caminhávamos em direção a eles, de repente dou um pulo no pescoço do Dani e começo a rir.

— Você foi demais! — digo entre risos. — Que mulher idiota.

E então ele ri comigo.

— Queria estrangulá-la, é? — perguntou ele entre risos. — Você sabe lutar, ela não.

— Aquilo não foi uma luta digna. Faria pior, mas como você me segurou...

— Não podia deixar que fosse assassinada por você — brincou ele.

— Ah, então quer dizer que não esqueceu de quando eu esfaqueei meu ex-melhor amigo, né?

— Nunca. Tive pesadelos.

Rimos e seguimos caminho para o acampamento. Demoramos meia-hora para chegar lá e quando chegamos, fomos cercados por praticamente todos os alunos que ali estavam. Todos estavam surpresos e foi só ai que notei que minhas roupas e as do Dani estavam horríveis. Uma das monitoras abre caminho por todos e nos encontra.

— Graças a Deus vocês estão bem. Quase me mataram. Daqui uma hora partimos. Sugiro que arrumem logo suas coisas — disse ela e assim que termina, sai e o povo se dispersa.

Foi então que o nosso grupo da caçada das bandeirinhas chegam até nós. Carol dá um abraço apertado no Dani.

— Amor, achei que nunca mais te veria — diz ela o apertando cada vez mais no abraço.

Quando o abraço termina, ele diz:

— Estou bem.

Todos abraçam o Dani e eu, obviamente, fico de fora do abraço. Ninguém nem se deu o luxo de me abraçar uma única vez. Não me importei. Em troca, havia beijado e passado um bom tempo com o Dani sozinha.

★Dica 383 = Não se importe com alguns gestos.★

Quando o abraço terminou, todos disseram o quanto ficaram preocupados e blá, blá, blá... Decido deixá-los. Vou ao meu quarto. Ainda precisava arrumar minhas coisas.

Chego e minhas coisas, por sorte, estão do jeito que as deixei. Pego algumas roupas que eu havia deixado na cama e as coloco na minha mala.

Termino de arrumá-la por completo e volto a descer. Pego-a e levo-a para o porta-malas do ônibus. Está quase lotado, mas o motorista facilmente dá um jeito de encaixá-la num canto. Ainda serviam o café da tarde quando terminei minhas coisas, então decidi que precisava comer algo.

Caminho até a mesa e me sirvo das poucas coisas que ali havia. Desejava ter chegado antes. Agora quase não tem nada que eu gosto.

Passo os olhos por todo o resto de comida que ainda tinha. Vou pegando qualquer coisa que eu considero comestível que ainda tinha sobrado.

Sento numa mesa vazia, porém, suja. Não me importo. Apenas como, enquanto observo o Dani comer e conversar, ao mesmo tempo que seus amigos o observavam comer, mas conversavam com ele. Eles riam. Eu queria me levantar e ir até eles, mas achei que era desnecessário, ainda mais sabendo que a culpa foi minha por ele ter caído daquele penhasco

★Dica 384 = Quando a culpa for sua, tente manter distância.★

Quando termino de comer, coloco a bandeja no lugar onde todos colocaram e quando menos percebo, o Dani está do meu lado, fazendo o mesmo.

— Eles estavam mesmo muito preocupados — digo sem demonstrar nenhum sentimento tanto na voz quanto no rosto.

Ele me abraça.

— Achei que tinha perdido você — sussurrou durante o abraço.

— Digo o mesmo. — O abraço mais forte. — O que aconteceu depois que sumi?

Terminamos o abraço e ele responde:

— Quando ouvi você gritar meu nome, eu ia responder, mas alguém tapou minha boca e então desmaiei. Parecia mais um sequestro do que um resgate.

— Pois é. — Suspiro. — Além disso, foi uma droga nossa aposta dessa vez nem ter funcionado.

Ele ri.

— Parece que seu azar está passando pra mim também — brincou ele e rimos.

— Ei, calado — digo socando seu ombro de maneira fraca de brincadeira.

Rimos por um tempo e então caímos no silêncio. O encaro, querendo saber tantas outras coisas sobre ele...

— O que foi? — pergunta ele.

— Nada. — Olho pro chão e chuto um pouco de terra.

Havia tantas coisas que eu queria realmente dizer. Tantas coisas que eu queria fazer... Olho ao redor. Tinha muitas pessoas espalhadas conversando. Todas o suficiente perto se eu tentasse...

— Eu sei que a aposta não valeu, mas... — E antes que eu pudesse ponderar se era aquilo mesmo que eu deveria fazer, nossos lábios já haviam se tocado.

★Dica 385 = Em determinados assuntos, não pare para pensar.★

O Que Uma Garota Deve FazerOnde histórias criam vida. Descubra agora