capítulo 3

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Rato

Era véspera do dia do assalto. Nós íamos sair pra relaxar. Ninguém sabia se ia voltar amanhã. E hoje, eu ia dar aula. Ia ensinar Menor a pegar umas por aí. Nos encontramos na frente do Bar. Entraram no carro, só eu que fui de moto. Gostava de andar de moto. O pagode na praça onde a gente ia não era longe. Aliás, pagode só de nome. Nada mais era do que um paredão de som tocando todo tipo de música.
Subi rápido, chegando na praça antes dos outros, pois eu vim cortando pelos becos. Assim que desci da moto já via a putinha ciscando. Será que ela pensa que tá bonito? Dizendo ela que tava rebolando.

Encostei no quiosque que tinha no meio da praça, pra pedir uma cerveja. Nesse meio tempo, o resto chegou. 

WM: vish Ratoeira. Milla tá tentando te seduzir.

Rato: sim meu querido, agora quem vem a ser a tal Milla?
Eles riram como se fosse a piada do ano.

Bomba: Você não é um quase namorado muito bom Rato.

Como?

Rato: espera, eu buguei aqui. Como é?

Pequeno: parece, meu caro Ratazana, que P1 estava contando a P2 que você estava quase na dela. Que era quase um namoro.

Rato: e como é que eu estou quase namorando sem nem saber quem é P1. E outra: não era Milla? São duas agora?

Pequeno: P1 é putinha número 1, Milla. Aquela que tá toda se rebolando ali  parecendo que tá com coceira no cu. E P2 é a colega que tá tentando imitar a coceira.

Rato: sim, já que vocês estão por dentro, poderiam esclarecer como é que eu fui parar no posto de quase namorado? Eu só lembro de umas mamada boa. 

Pequeno: acidentalmente, talvez, veja bem, eu disse talvez, eu saiba que ela disse que seus olhos brilhavam quando olhava pra ela.

Rato: brilho na cabeça do meu pau que ela tava na boca. Mas eu mereço viu. Deixa ela se folgar que eu ponho ela rapidinho no lugar dela. Agora, tô com uma dúvida: como é que você sabe disso tudo dona Fifi?

Pequeno: P2 Contou. Vc não sabe do que essas nega são capazes por uma piroca e uma nota de 100 conto. 

Todos nós rimos. Pequeno era um palhaço nato. Nesse clima leve, eu chamei o menor com os dedos. Ele tava até pintoso. Calça jeans, camisa preta e um bonezinho virado pra trás.

Rato: Qual foi de Menor? Quê que pega? 

Menor: só palmeando

Rato: bora, dê uma boa olhada ao redor, e escolhe uma. – Na hora ele olhou distante, quando acompanhei seu olhar. Foi direcionado a filha de Seu Déo do Bar.Com tanta nega fácil de pegar ali, ele  logo se interessar pela única novinha que não dá entrada pra malandro nenhum. Conheço a mocinha de longe, deve ter seus 16 pra 17 anos. Diferente das outras puta daqui, que nessa idade já tava dando aula de fudelança por aí, ela estava estudando. Esses dias até ouvi seu Déo dizendo que tava entrando, ou tinha entrado, sei lá, pra faculdade de direito. Nunca cheguei porque nunca me interessei. Mas os parças já fizeram até aposta pra ver quem pegava. Ela não dá ousadia pra ninguém. Pra mim, deve ser virgem. 

Quié? Minha opinião pô. Menina nem sai, vai fuder como? Seu Déo marca cerrado.

Rato: nem pensa.

Menor: o que ? Nem falei nada 

Rato: nem precisou. Essa cara de otario pro lado dela já diz tudo. E já te digo: desista. – ele continuou olhando pra ela.

Menor: não parece ser ruim não.

Rato: e não é. Por isso mesmo. Ela é boa demais. Moça de família. Trabalha junto com o pai e estuda. Isso significa que não é pra um de nós. Além disso, ela não dá ousadia pra ninguém aqui do morro. Nunca ouvi falar nem que ela tava de conversinha com algum boi aí.

Menor: é por que ela nem sabe, mas já é minha. – falou dando risadinha- vou ter ela pra mim Rato, vc vai ver. Mas , não precisa ser hoje. Depois da missão de amanhã, vou começar investir. 

Eu achei engraçado. Olha a marra desse cara velho.

Rato: escuta bem o que eu tô dizendo, não vai nessas ideia de coração não. A gente só se fode. E se for pra foder, que seja com o peru. Bora, vamos tirar as teias de aranha desse menorzinho aí com minha quase namorada.

Menor: eu não entendi.

Rato: nem eu, mas ela tem uma chupada que olha meu amigo. Primeira lição da noite: a gente não gasta saliva com puta, elas se coça até ar um jeito de encostar. Outra coisa, cara fechada, sem risadinha. Com nós seus parceiros, vc pode rir a toa. Na frente dos outros, vc guarda os dentes. Ninguém da credibilidade em quem fica rindo a toa. Agora, uma lição das mais importantes: mulher não deve ser adulada. Elas são todas emocionadas. Se você dá uma ideinha elas já te botam cabresto, e quando vc tá bem arreado , elas somem e te largam só. Na melhor as hipóteses.

Menor: ishi Rato, falando assim parece que gosta de maltratar as mulheres.

Rato: não é isso. A lógica é simples: se alguém tem que sofrer, que seja ela. E além do mais, eu não iludo ninguém. Todo mundo aqui tá ciente que romantismo não é comigo.

E fomos pro outro lado do pagode. Encostamos no bar pra tal Milla e a colega dela nos ver. Ele parece que entendeu bem o que eu falo. Aliás, uma coisa que eu gostava nele era isso. Ele me escutava com atenção, e parece que absorvia tudo.
Encostados no Bar, a puta passou querendo chamar atenção. Ele fechou a cara do jeito que eu falei. Olhou pra frente, como se fosse superior a elas. Caralho, ele aprendeu rápido.
Queria rir, mas eu também tava igual a ele. A puta foi e voltou mais umas duas vezes. E como viu que não íamos falar com ela, começou rebolar na nossa frente. Eu juro que tava vendo a polpa a bunda todinha daqui naquele minúsculo vestido horroroso que ela vestia. A outra também tava. Será que era algum tipo de uniforme de piriguete?
Vendo que não ia funcionar seu show de horrores da sedução, elas vieram. Olhei pro menos com aquele olhar que dizia: não e falei que dá certo?

Milla: Oi Rato, apresenta seu amigo aí pra Priscila. – a amiga dela tava sorrindo pra mim toda safada.

Rato: por que eu faria isso se hoje ela vai quicar no meu pau?

Milla: como? Não Rato, seu caso é comigo. Pri toma conta do seu amigo. – olhei pra ela com a minha pior cara, cara de quem tinha coragem e liberdade pra fazer o serviço, pois Patrão me dava abertura pra isso.

Rato: que caso filha da puta, se eu só lhe botei pra mamar minha piroca como fiz com metade desse morro? – ela olhou sem graça pra amiga, ali eu vi que a história que ela contou foi outra.

Milla: eu pensei que a gente tava começando uma coisa.

Rato : tava começando uma foda. Mas nem pra isso te quero hoje. Quero ela. E vc vai dar pro meu parceiro aqui.

Menor: Rato, na moral, não quero não. Valeu aí

Milla: tá me dispensando moleque? Sabe com quem eu sou?

Menor: pelo que eu tô vendo é só uma puta que pensou que iria virar fiel. -ele riu- eu tô te dispensando sim, porque não achei meu pau no lixo.

Rato: Menor, vc vai lá fuder ela, por que é isso que ela quer. E umas prata também. -ele assentiu como se tivesse processando- Encapa o boneco viu. E outra, boca é lugar sagrado, vc não sabe onde ela passou a dela. Bora ali no barraco da rua de baixo.
E nós fomos.
Ele ficou em um quarto e eu em outro.
Muito escandalosa essa Milla, gritou a noite inteira. Quando estava saindo do quarto, menor saia do dele também.

Rato: e aí? Deu pra desestressar?

Menor: saí foi mais estressado. Pensei que tava matando um porco, com essa gritaria. Só presta pra mamar mesmo. Pelo menos não grita com a boca cheia.

Essa eu ri.

Rato: então vamos pra casa, que amanhã é dia de trabalhar. E eu tô sentindo que vai ser um dia pra mudar o rumo das nossas vidas.

Réu- FINALIZADA Where stories live. Discover now