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Rato
Desci embalado pra casa da Alicia.
Deus, protege aquela maluca do cabelo de fogo. Por favor, não deixa nada acontecer com ela. Se for pra punir alguém, puna a mim no lugar dela. Amém!
Estava comigo Pequeno, e sei que WM e Menor vinham logo atrás. Eu tô quase entrando dentro do celular de tanto que tô ligando pro Barata. Esse eu vou ter o prazer de enfiar o telefone no furico dele. Ele que me aguarde!
Pequeno: Calma Ratoeira. Vai ver nem aconteceu nada. O celular deve ter descarregado
Rato: Dos dois?
Pequeno: Barata é sonso. Vai ver nem tá vendo tocar.
Rato: Tomara irmão. Tomara! - suspirei - eu não sei o que faria se algo acontecer com ela.
Pequeno: Vc ama ela irmão?
Rato: Sei lá. Como a gente sabe que é amor?
Pequeno: Eu também não sei.
Aquilo ficou martelando na minha cabeça. Como eu sei que é amor?
Eu sinto como se ela fosse colocada no meu caminho pra mudar minha vida. E é o rosto dela a última coisa que eu quero olhar toda noite, e a primeira a ver de manhã.
Isso é amar?
Não faço a mínima, vou apenas viver um dia de cada vez. No momento, meu objetivo é que ela me perdoe. E para isso acontecer, eu preciso que ela esteja bem.
E não. Não é exagero meu!
A pessoa que sequestrou Michelle, na verdade queria Lícia. As fotos eram dela, e quando pegaram a gêmea louca, o alvo era a minha ruiva.
A mãe dela é gente boa pra caralho, e falou com a gente que iria viajar. A abraçou, falou algumas coisas no ouvido dela e depois me abraçou rapidamente, pedindo que eu cuidasse de Alícia.
Isso é uma despedida. Não tem necessidade de despedir de novo, ainda mais pouco tempo depois que saímos da casa dela.
Na nossa situação atual, isso é muito suspeito. Mas, quero pensar positivo de que está tudo bem e que o Barata a protegeu com o máximo que ele podia.
Mas, minhas suposições vão todas por água abaixo, quando paro o carro do outro lado da rua, e vejo Barata todo fofo escorado no muro, conversando com uma mulher.
