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Pequeno
Cheguei no hospital já a noite.
Fui entrando sentindo olhares. Algumas mulheres virando os pescoço pro meu lado. Não vou me fazer de humilde, sendo que sei que um negão do meu tamanho e todo tatuado chama atenção.
Porém, ao mesmo tempo a maioria dos olhares eram desconfiados. Isso me deixa emputecido.
As mesmas características que assanhamento as mulheres, são as que me discriminam.
Preto, tatuado e favelado, já é motivo pra esses viado tá tudo olhando de canto, e mais os seguranças me olhando e falando no rádio apontando pra mim.
Mas deixa estar.
Meu motivo de estar aqui é outro. Tá lá dentro guardando meus dois tesouros.
Dois! Dois caralho!
A pentada aqui é violenta! Dois numa gozada só. E olhe, se facilitar eu coloco outro lá dentro.
Cheguei na recepção e perguntei aonde era o quarto da novinha. Depois de saber, segui até o seu quarto.
Quando entrei, ela tava olhando pra TV, assistindo nada. Pois o aparelho tava chiando muito.
Pequeno: Oi mamãe! - ela sorriu ao me ver
Mari: Oi Papai
Pequeno: Pelos nossos filhos, não fala isso no meio dos cara
Mari: Já tá pensando nos próximos Riam? - perguntou rindo
Pequeno: Não, nosso terceiro vai ser daqui uns anos ainda
Mari: Que terceiro Riam? - ria - tá doido?
Antes que eu pudesse dizer mais nada, o médico entrou. Era um senhorzindo da cabeça branca, que parecia ser mais velho que o rascunho da bíblia.
Médico: Oi Marianne, como está se sentindo?
Mari: Tô bem Dr, já posso ir pra casa?
Medico: Vamos ver isso. Primeiro, vamos fazer uma ultrassonografia?
Ele mediu pressão, e fez um monte dessas parada nela, enquanto uma enfermeira foi buscar uma cadeira de rodas.
Seguimos até a sala da tal ultra, onde ela deitou numa maca deixando a barriga a mostra. Eu não tinha reparado, mas tá redondinha parecendo que engoliu uma melancia.