Capítulo 13

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Amores de Tia Dani, mais um capítulo pra vcs! Não se esqueçam da estrelinha lá embaixo, pois incentiva a nós escrever mais e mais. E, também, comentem. Digam o que acham, o que gostariam que mudasse ou o que desejam que aconteça.. quem sabe nós não sejamos boazinhas e concedam seus desejos hein..?


Rato

Depois que ela foi embora, fui levado pra cela. O viadinho escrivão era gente boa. Parecia se preocupar com a minha situação. E isso me deixava surpreso pra caralho. Eu pensava que os da lei eram todos iguais, querendo minha morte.

Porém, acho que se eu tomasse outra surra daquela, nem ia fazer muito efeito. Estava me sentindo meio anestesiado.. pra falar a verdade, sendo mais claro, estava era meio bobão. Era ela! Com certeza, era ela. Eu passei tantos anos sonhando com aquela boca que a reconheceria até no escuro.

Tava tão linda. Tão madura!

Porra! Ela é advogada! Tem noção disso? Isso significa que ela teve uma vida boa, estudou, talvez tem irmãos! Tudo que eu sonhava pra mim. Pra nós!

Se eu tenho mágoa porque ela me esqueceu? Tenho! Tenho muita! Mas ao mesmo tempo fico feliz que ela conseguiu vencer na vida! Contraditório eu sei.

Na verdade, eu não faço a mínima ideia do que eu tô sentido, tô confuso pra cacete. Mas, não vou falar pra ela quem eu sou. Ela certamente me esqueceu. Fui só um moleque que ela conheceu quando era criança. Depois de mim, ela deve ter conhecido um monte de outros moleques. Espera, uma dúvida: será que ela casou? Ela não tinha aliança, mas, não deve estar solteira até hoje.

Deus, por favor não deixa ela ter casado. Se tiver, separa eles, na moral!

Jesus Cristo! Que tipo de oração é essa?

Desculpa Senhor, eu falo muita merda, mas se o senhor quiser.. veja bem, só se o senhor quiser separar, eu não vou achar ruim não hein. Amém!

Na cela, por enquanto eu tava só. Mas ia pra outra já já. Só me colocaram aqui até a delegada terminar o procedimento. Eu só tô no aguardo, pra ir pra outra cela. Não sei como vai ser. Se vou aguardar o julgamento aqui, ou se vão me transferir pro presídio. Não faço a mínima ideia de como funciona isso. Quando minha advogada voltar, preciso lembrar de perguntar isso a ela.

E eu não vejo a hora de ela voltar!

Alícia

Estava na minha sala aqui na defensoria. Mas minha mente não focava em nada. Não conseguia esquecer o tal Rato. Ele tinha alguma coisa no olhar que me fazia crer que já o tinha visto em algum lugar. Mas eu já forcei minha mente, e não me lembro. Estou frustrada com isso! Que diaxo. Eu deveria me lembrar.

E sem contar que, quem em seu juízo perfeito esquece um pedaço de mal caminho daquele? Quem? Quem? Isso mesmo: a sonsa aqui!

Talvez, isso seja somente euforia pelo meu primeiro caso. Isso! Muito bem Alicia. Vc só está animada com o seu primeiro caso. Não tem nada a ver com os braços fortes do seu cliente. Não! Nem com os dentes alinhados, que devem formar um lindo sorriso quando a boca não tá inchada. Jamais! Ou com as tatuagens: até onde elas vão será?

Espera, boca inchada? E os olhos? Aiii cacete! Meu cliente foi agredido e eu só tô percebendo agora?

Alicia: Que advogada de merda eu sou! - abaixei minha cabeça encostando na mesa, tava exausta antes mesmo de começar o serviço pesado. Nessa hora A porta se abriu, e Bruna já falava sem parar, quando levantei minha cabeça pra olhar pra ela, estava acompanhada de duas pessoas. Um rapaz, bonito até. Também tinha tatuagens, deve ter mais ou menos a idade da Bruna. E, uma mocinha, cabelos morenos, que aparenta ser mais nova que o rapaz. - Bruna?

Bruna: Desculpa Alicia, eu tentei anunciar eles antes, mas não tiveram paciência pra esperar- disse fechando a cara pro rapaz

Olhei pra ela perplexa. Bruna sempre tão educada!

Alicia: Bruna! O que é isso? Esses são modos?

Bruna: Desculpe!

Alicia: Venha cá, sentem-se e me digam o que desejam.

Menor: Meu nome é Thomas, essa é minha irmã, Marianne. Estamos aqui por que vc é a advogada do Rato. Certo?

Alicia: Certo! Sou sim!- Como é que eles sabiam disso ?? - o que vcs são dele?

Menor: Ele me ajudou quando eu precisei. Aliás, ele ajuda a nós dois!

Alicia: Ah sim! Vcs são as.. como é o nome que ele falou.. é..

Menor: Crias?

Alicia: Isso! Isso mesmo. O que são crias?

Menor: Filho! É como se fosse filho. Mas Drª, a senhora não sabe isso??

Alicia: Senhora tá no céu menino, eu hein. Sou quase da sua idade. - ele olhava pra mim com os olhos apertados. Tava duvidando é? - O quê?

Menor: Nada não .. mocinha- a irmã beliscou ele- Ai Marianne, só tô brincando!

Marianne: Desculpa esse imbecil Drª , me diga, qual a situação do Rato?

Alícia: É complicado. Ele está sendo acusado de roubo qualificado com diversas Majoraçoes. Homicídio, pois um dos seguranças do banco morreu. Formação de quadrilha, tentativa de homicídio contra o gerente do banco que ao que parece ele bateu no cara muito. Entre outras mil e uma tipificações que estão tentando colocar na conta dele. Até corrupção de menores, já que de acordo com os refens, tinha um Menor entre a quadrilha.

Menor: Misericórdia! Isso tudo? Fudeo!

Marianne: Pelo amor, cala a boca Thomas, só faz vergonha. Continue Drª.

Alícia: Tem como pelo menos reduzir a pena dele, mas é bem difícil. A polícia não tá facilitando, estão todos ouriçados com a prisão dele. Quando fui lá até estavam comemorando. E outra - apontei pra uma pilha de papéis na minha mesa- olhem só o tanto de processos que eu tenho, é realmente complicado.

Marianne: entendo. Mas podemos ter esperança ?

Alícia: não posso prometer nada, infelizmente.

Menor: seguinte Drª, vou ser bem claro, quero saber: quanto vc quer pra priorizar o caso dele?. Priorizar que eu digo é: pra vc colocar ele na rua o mais rápido possível.

Alícia: Não funciona assim rapaz! - o rapaz brincalhão mudou sua feição, ficando sério.. sombrio eu diria

Menor: Drª, vc não entendeu. Não estou pedindo, estou te comunicando: ele tem que ser solto. E outra, Agradeça a Deus que fui eu que vim aqui, e estou disposto a te dar um bônus se soltar ele. Porque, se fosse um parça nosso, a conversa não estava sendo tão civilizada, se é que me entende. Então, vou perguntar novamente: Quanto?

Me levantei porque aquela conversa estava saindo do controle. Aquele garoto tava me ameaçando, era isso?

Alícia: Thomas, eu não quero nada. Vou fazer meu trabalho, sem aceitar nem um centavo de ninguém. E diga a seus "parças" que não adianta me ameaçar, que o que eu puder, eu farei. E se vc já terminou, Bruna irá lhe acompanhar até a saída.

Ele levantou sem falar nada. Apenas me encarando. Estendeu a mão pra que eu pegasse e disse:

Menor: foi um prazer Drª.

Apenas sorri sem graça pra ele. A conversa não foi o que qualificamos como agradável. Mas, quando eles estavam saindo, lembrei de uma dúvida eu tinha.

Alicia: Thomás, qual o nome dele? - Sem me olhar, de costas mesmo, ele me respondeu

Menor: Ninguém sabe, o que eu sei, é que a muitos anos ele se tornou o Rato. - não respondi nada, pois não sabia o que pensar do rumo daquela conversa- Ah, Drª?

Alicia: sim?

Menor: Mande lembranças a suas irmãs. São gêmeas lindas!


Réu- FINALIZADA Where stories live. Discover now