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Alícia
Acordei com a claridade nos meus olhos. Passei a mão do meu lado, e ele não estava mais aqui.
Levantei devagar, pois tava ardendo tudo aqui embaixo. Fui no banheiro e olhei no espelho vendo a ex-virgem no reflexo do espelho.
EU NAO SOU MAIS VIRGEM!
E o melhor: foi com Matheus! Nem nos meus melhores sonhos, eu iria me imaginar vivenciando uma situação dessa. Ele foi tão perfeito, tão atencioso.
Abro a porta do quarto pra sair, mas estanco ao ouvir uma voz esganiçada de puta inconformada. Olho pra direção do barulho, e vejo Theus na porta, segurando algumas sacolas numa mão, e a porta com outra, impedindo que alguém entrasse.
E eu aposto minha carteira da OAB como é a puta Natane. Apuro bem meus ouvidos pra ouvir o que eles falam.
Rato: Nat, na moral mesmo. Outra hora conversamos.
Nat: Mas Rato, eu não entendo. Porque eu não posso entrar na sua casa?
Rato: Natália, eu nunca te trouxe aqui. Não vejo onde mudou alguma coisa.
Nat: Mas Rato, nós éramos muito jovens, mas já amadurecemos. Com o passar dos anos, fui percebendo que é com vc que quero ficar. E sei que é de mim que vc gosta.
Rato: Olha Natália, foi mal ae se vc pensa assim! - ele parou e pensou - aliás, foi mal porra nenhuma. Nunca te iludi. Vc queria me dar, eu comi e fim da história. Agora me dá licença que tô ocupado.
E bateu a porta! Ele bateu a porta na cara dela! Eu quero beijar muito esse homem!
Abri a porta fingindo que não escutei nada. Quando cheguei a mini cozinha, ele estava colocando as coisas na mesa.
Alícia: Bom dia - falei atraindo sua atenção pra mim
Rato: Bom dia Ameixinha. Dormiu bem?
Alícia: Maravilhosamente! E vc?
Rato: melhor do que em muitos anos. Vem! Vem tomar café - olhei tinha pão francês, broa, bolo, pão de queijo, pão de fôrma, queijo e presunto, um suco e mais a garrafa de café.
Alícia: Theus, quantas pessoas vão comer aqui? - ele passou a mão na nuca como se tivesse sem graça
Rato: É que eu não sabia o que vc gosta de comer de manhã.
Alícia: Café e um misto tá bom pra mim.
Rato: Ah pois então fica sentadinha aí, que eu vou te servir.
Ele pôs uma xícara com café na minha frente, e fez um misto na misteira.
Alícia: Theus, vc ainda sente falta de ar?
Rato: Tem muito tempo que não sinto mais Lice.
Alícia: Entendi
Tomei meu café conversando sobre nossas vidas, e segui pro quarto trocar de roupa. Foi uma luta gigante pra convencer ele que eu tinha que ir embora. Só consegui, porque garanti que a gente ia sair de novo, e que ele iria me levar pra casa, mesmo eu insistindo que poderia muito bem pegar um Uber.
