Cap. 2 - Os olhos de tempestades

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Quase ao meio dia, eu estava caminhando por uma rua não muito movimentada, com poucos estabelecimentos, estava me preparando para escolher minha próxima vítima.

Foi então que, vi um rapaz meio alto, devia ter 1.70 de altura, cabelos bagunçados como se tivesse acabado de acordar, usava vestes pretas e estava com seu celular em uma de suas mãos pálidas, ele andava olhando para os lados, observando cada detalhe daquela rua como se estivesse planejando algo.

Então coloquei minha jaqueta de couro velho, guardei minha faca em um dos bolsos, e o segui, quando ele estava entrando em um dos becos que tinha entre os prédios, puxei minha faca e a encostei com pressão no meio de sua costa larga. O rapaz parou no mesmo instante, deu um suspiro, então murmurou com sua voz rouca:

⁃ Você realmente quer fazer isso?

Eu fiz mais pressão em sua costa, levei minha boca até seus ouvidos e sussurrei:

⁃ Quero seu celular e sua carteira, agora!

Ele deu uma risada baixa, balançando a cabeça negativamente enquanto guarda o celular no bolso da calça e logo em seguida, a mesma mão retira de sua cintura uma pistola, 9 mm.  Assusto-me, não estava esperando por isso, então faço muito mais pressão em minha faca, ele murmurou, mais lentamente:

⁃ Eu vou repetir. Você realmente quer fazer isso?

Ele se virou, agora com a pistola apontada para o meu peito, me observando, com aqueles olhos acinzentados, como uma tempestade. Levantei minha faca rapidamente levando em direção ao seu pescoço, minha respiração começou acelerar, algo estranho apareceu em meu peito, algo que não estava ali antes. Mas, não era medo, era um sentimento de libertação, eu não tinha mais medo de morrer, já estava farta da minha vida, mas era covarde.

Então, sem hesitar joguei minha faca que ainda estava em seu pescoço no chão, dei um passo pra frente encostando o cano frio da pistola em meu peito.

⁃ Atira, vamos atira! Puxa o gatilho!

O rapaz abriu um sorriso sarcástico, os olhos de tempestade ainda me fitavam, ele então levou a boca até em meu ouvido, eu conseguia sentir seu hálito acariciando minha pele:

⁃ Eu não vou dar esse prazer para você. Você merece viver com isso! Seu castigo é a vida.

Ele guardou a pistola em sua cintura novamente, o seu sorriso ainda em seu rosto, me observou de baixo a cima uma última vez, então, se virou e continuou a andar, como se nada tivesse acontecido.

Fiquei ali, paralisada, naquele beco, observando-o andar até perdê-lo de vista, agora suas mãos estavam em seus bolsos, e sua pistola, estava escondida.

Um filme da desgraça vida que eu tinha passou pela minha cabeça, o sentimento em meu peito tinha ido embora, e no lugar dele a tristeza ficou, a mesma intensa tristeza que sempre morava em meu peito.

Um filme da desgraça vida que eu tinha passou pela minha cabeça, o sentimento em meu peito tinha ido embora, e no lugar dele a tristeza ficou, a mesma intensa tristeza que sempre morava em meu peito

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Já era hora do almoço e eu não tinha dinheiro para almoçar ainda, fui até meu carro, tirei minha jaqueta, mostrando as cicatrizes em meus braços, e escolhi minha próxima vítima. Dessa vez, uma família que passava no lugar errado, mas na hora certa e então foi assim que eu almocei naquele dia.

Havia conseguido duas carteiras cheias de dinheiro, e dois celulares que eu podia traficar e ter dinheiro quando não tivesse mais alternativas.

Almocei no primeiro restaurante que eu vi na rua principal da cidade, estava com muita fome afinal quase um dia e meio sem comer e logo em seguida fui procurar um motel.

No caminho até lá, encontrei uma cabine telefônica, nunca mais tinha visto uma dessas. Coloquei algumas moedas e disquei um número que eu nunca pensei que discaria novamente... O número da minha casa.

Espero que tenha gostado!!Logo postarei mais capítulos ❤️

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Um dia após meu suicídio. Where stories live. Discover now