Cap. 30 - " Ele não é pra você, Isa..."

2.2K 234 49
                                    

 
  Foi melhor assim, pelo menos não vou começar a ter um sentimento não correspondido. Não vou continuar tendo esse sentimento.. eu me proíbo!

Comecei a andar para algum lugar, que até o momento eu não sabia para onde estava indo.

Achei graça, em minha vida vou sempre estar fugindo de algo, fugindo para algum lugar, como vou achar esse lugar maravilhoso pelo qual sempre estou à procura, sem nem ao menos sei se estou indo para a direção certa?

Balancei a cabeça deixando de lado essas perguntas sem respostas da minha cabeça, provavelmente nunca acharei as respostas.

   Balancei a cabeça deixando de lado essas perguntas sem respostas da minha cabeça, provavelmente nunca acharei as respostas

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Como crianças são criaturas estranhamente fofas né?!

Faziam algumas horas que eu estava sentada em um banco em um parquinho do motel, era um parque pequeno, muito pequeno por sinal.

Haviam 3 crianças brincando, correndo, pulando, as 3 com grandes sorrisos no rosto, aquele mesmo sorriso que desejo ter algum dia, mas parece que esse dia nunca chega, só se afasta cada vez mais.

Não tinha visto Nicholas desde que sai do quarto, não queria vê-lo na realidade.

Passei a frase "não significou nada" tantas vezes em minha cabeça, procurando algum vestígio de verdade em cada letra, mas não encontrei, parecia uma grande mentira, mas, por alguma razão, Nicholas achou alguma verdade atrás de tudo.

Por que a vida tem que ser tão difícil assim, porra?

Nicholas bem que podia falar o que sente de verdade, não mentir, então eu iria conseguir organizar meus pensamentos. Meus sentimentos.

Bufei, continuando a olhar as crianças.

- Por que está brava?

Virei pra trás pra ver quem era que estava interrompendo meus pensamentos. Me deparando com os olhos esverdeados que tanto odiava.
Mais essa...

- Não to brava. - virei pra frente novamente - vai embora JP!

- Quero conversar...

- Já conversamos o que tínhamos que conversar! - me levantei, falando mais pausadamente - vai. embora!

- Ele te trata bem?

JP perguntou mexendo em seus cabelos castanhos claros, fingindo novamente que não tinha me escutado. Seu corpo rígido estava tenso.

- Ele quem? - perguntei cruzando meus braços.

- Seu novo namorado... - novamente achei graça - o moreno que me deu um soco...

- Trata sim. Ele sabe me proteger.

Falei ainda com os braços cruzados, queria saber onde o idiota do JP queria chegar com essa conversa.

- Será que sabe mesmo? - O rapaz falou me olhando de baixo a cima - Ele não é pra você, Isa...

- E você é?! - O interrompi - Qualquer um é melhor do que você! Pelo menos ele não quebra meu coração como você fez!

- Muito pelo contrário! Ele quebra maxilares Isa! - o olhei sem entender - conheço um cruzado quando vejo um! Você não conhece ele direito... não fique com ele.

Quem esse cretino pensa que é pra mandar em mim assim? Uma onda de raiva veio à tona e tomou posse do meu peito.

- Você não manda em mim ok?! Eu fico com quem eu quiser! A boca é minha, o corpo é meu!

Sai do parquinho sem olhar para trás, sentindo o olhar do rapaz começar a queimar minhas costas.

Por que hoje todo mundo acordou com vontade de brigar comigo?

  Me ajeitei no banco do Dinner, pedindo 2 milkshakes para a garçonete baixinha, fazia mais de 7 horas que não via Nick

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Me ajeitei no banco do Dinner, pedindo 2 milkshakes para a garçonete baixinha, fazia mais de 7 horas que não via Nick. O sol já havia ido embora e a lua estava em seu posto.

Já estava me destruindo por dentro por causa da nossa briga, todas as palavras que soltamos naquele quarto não vão sair de minha cabeça tão facilmente. Ainda consigo ouvir o "não significou nada" saindo da boca do moreno.

Mas, mesmo eu ainda estando magoada, não quero ficar nem mais uma hora sem acabar com isso, pensei em fazermos as pazes com um milkshake, ninguém deixa passar um milkshake, ou será que deixa?

Afastei os pensamentos negativos, agradecendo a baixinha por trazer os lindos copos de vidro cheios de sorvete até mim, a paguei, já saindo do estabelecimento.

Andei calmamente até nosso quarto. Passei pelo parquinho, agora não tinha mais crianças sorrindo, agora tinha dois adolescentes fumando, a fumaça de seus cigarros flutuavam até se camuflarem no céu.

Contive a vontade de ir até lá e pedir um, faz tempo que não fumo, faz tempo que não fico relaxada. Sei que o cigarro faz mal, mas, não me importo, quando você já desistiu de tudo, não importa se algo faz mal, você só quer fazer o que tem vontade, sem medo.

Cheguei a porta do nosso quarto, o número 175 brilhava, refletindo a luz das lâmpadas.

Suspirei, ajeitando meus cabelos escuros, minhas mãos estavam tremendo de ansiedade, passei alguns segundos olhando fixamente para a porta, tentando achar alguma coragem para abri-la, por sorte, achei essa coragem, estava escondida lá no fundo.

- Boa noite Nicholas Cárter! - falei abrindo a porta, com um sorriso no rosto - Trouxe...

Parei onde estava, os milkshake que estavam em minha mão, já haviam caído no chão, seus aromas doces e infantis fizeram meu estômago revirar, um gosto ruim surgiu em minha boca, que agora não esbanjava mais um sorriso, fechei meus lábios em uma linha fina, desejando não estar naquele quarto.

Um dia após meu suicídio. Where stories live. Discover now