Cap. 22 - "Você pode me ensinar a atirar?"

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Não demorou muito para que Nick aparecesse lá na areia, estava só de bermuda, seu abdômen estava a mostra, segurava alguns pedaços de madeira, e pendurado em seu ombro, estava a blusa branca que o moreno vestia antes.

  O rapaz jogou as madeiras no chão, em seguida batendo uma mão na outra, então, pegou sua blusa branca de seu ombro, a jogando em cima das madeiras que agora descansavam sobre a areia branca.

  Eu o fitei de longe, seu cabelo muito escuro, agora estava meio molhado de suor, caído sobre seus olhos.

  Então Nick caminhou lentamente para a água, ao passar os olhos sobre minhas roupas jogadas na areia, fez uma expressão safada em minha direção. Eu dei risada, mergulhando meu rosto um pouco corado de vergonha na água salgada.

  Logo Nick estava ao meu lado, mergulhando para molhar seu cabelo.

-  Tirou os curativos! Ficou mais linda com a cicatriz no canto barriga.

-  Por que? - ri baixo - São só... cicatrizes.

- As cicatrizes são importantes! Elas mostram as partes mais dolorosas de nossa história, os momentos que caímos e nos machucamos tentando se levantar novamente. - ele me fitou - Você com essas cicatrizes - apontou para o canto de minha barriga em baixo da água, e logo, para os meus pulsos - é uma guerreira.

- Uma guerreira luta para sobreviver... eu peço para morrer.

  Fiquei o observando, o rapaz revirou os olhos, mexendo em seus cabelos. Então, mergulhou novamente, logo se levantando.

- Assim você acaba com o meu momento de filósofo!

  Nick falou fazendo uma cara de raiva, tirando risadas de mim.

  Então, paramos, nos olhamos.

- Nick?

- Pirralha? - ele riu.

- Você pode me ensinar a atirar? E a saber auto defesa? Acho que com essa nossa vida de agora, preciso saber me defender.

  Nicholas gargalhou. E, olhando para sua perna com o curativo, murmurando:

- Já tinha percebido que você estava precisando de umas aulinhas...

- Hahaha! Muito engraçado! - Falei com sarcasmo, dando um soco em seu ombro.

    O moreno riu, jogando um pouco de água em mim.

- Mas é verdade! Você precisa de aulas! - ele falou rindo jogando mais água em mim. - muita aulas para ficar boa!

  Comecei a rir, mergulhando na água salgada e, sem abrir os olhos, encontrei seus pés sobre a areia, os puxei, fazendo o rapaz afundar junto comigo.

Um dia após meu suicídio. Where stories live. Discover now