Cap. 40 - "Pra onde eu vou? Não faço a mínima ideia."

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  A mulher era bem mais frágil do que eu imaginava, como Isabele falava dela parecia que sua mãe era uma tremenda vadia sem coração, mas não, ela tinha coração, só havia errado, como eu, e estava totalmente arrependida.

Sentamos na grama do jardim da frente, conversamos a tarde toda sobre Isa, seus olhos eram incrivelmente iguais aos da minha suicida, me deixando extremamente assustado toda vez que me olhava profundamente. Era como se, de repente, Isabele estivesse ali novamente, ao meu lado, salva de tudo.

   -  Fico feliz que minha pequena Isa tenha se apaixonado por você Nicholas, é um menino bom.

   Ri com aquele comentário, quando ela acabar de ler a carta, não irá ter essa opinião sobre mim, eu machuquei a "pequena Isa" dela, diversas vezes, tanto fisicamente como psicologicamente. Eu sou um monstro.

   -  Por favor senhora Johnson, - passei as mãos aos meus cabelos desajeitado - somente Nick.

  Megan me lançou um sorriso, passando as mãos em sua calça, tirando algumas formigas.

   -  Você viajou muito para trazer essa carta - ela mostrou as folhas em suas mãos - muito obrigada.

  Então sua expressão ficou um pouco mais séria.

   -  E onde Isa...

   -  Eu a queimei, em um morro a alguns quilômetros de uma praia, - lembrei aquele dia, ela estava linda naquela lingerie branca - a praia que visitamos um dia, é muito bonito lá.

  A mulher concordou com a cabeça, meio aérea, uma lágrima solitária pingou do seu olho direito, molhando sua bochecha rosada pelo sol.

   -  Que bom, - ela suspirou - Isa iria gostar, ela amava praias...

  O sol já estava começando a desaparecer ao horizonte quando entrei no carro novamente, Megan deixou eu ficar com o automóvel

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  O sol já estava começando a desaparecer ao horizonte quando entrei no carro novamente, Megan deixou eu ficar com o automóvel.

  Liguei o rádio, começando a tocar uma música bem animada de um grupo adolescente que eu nunca tinha ouvido falar, lembrei da pirralha cantarolando algumas músicas, ela cantava mal para um cacete.

  Ri sozinho no carro com aquele pensamento, Isabele, eu te amo tanto...

  Virei a chave, ligando o motor, começando a andar, me afastando daquela casa azul com cerca branca.

  Megan me mandou um "tchau" da porta, entrando na casa.

  Pra onde eu vou? Não faço a mínima ideia.

  Só o que eu tenho absoluta certeza é que tem uma estrelinha lá no céu que está me olhando, estará sempre de olho em mim.

Uma estrelinha chamada Isabele Johnson, minha pequena suicida. A única que amo verdadeiramente.

Um dia após meu suicídio. Where stories live. Discover now