Cap. 27 - "não posso sentir ciúmes pelo que não é meu. Nunca vai ser..."

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Me virei sentindo os lençóis se enroscarem em meu corpo nú, não sabia que tinha lençol em meu carro.

    O que? Meu carro não tem lençóis!

    Abri os olhos, me sentando em uma grande cama, em um quarto que eu não conhecia.

    Dei um sorriso de canto lembrando da noite anterior, talvez Nick não seja um monstro como eu pensava, talvez haja esperança.  Mas o sorriso logo desapareceu quando não encontrei Nicholas ao meu lado na cama estranha.

Uma angústia começou a se formar em meu peito, junto com um gelo na boca do meu estômago, como vim parar aqui?

    Foi então que ouvi um barulho vindo de uma porta em um canto do quarto, deve ser o banheiro, me cobri com os lençóis rapidamente, me assustando.

    A porta se abriu, o moreno saiu, só com uma toalha amarrada na cintura, e enxugando o cabelo com outra nas mãos.

- Até que enfim a bela adormecida acordou!

   O rapaz jogou as toalhas na cama, ficando completamente nu, tirando uma cueca da bolça que estava no chão e a colocando com tranquilidade.

   Fiquei observando seu corpo maravilhoso, exposto, só para mim.

- Onde estamos? - perguntei tentando tirar meus olhos do corpo de Nick.

- Em algum motel na beira da estrada indo para a capital.

   Estávamos no litoral, como do nada acordo na estrada 47? Nicholas deve ter dirigido à noite toda, sem nem ao menos me perguntar se podia dirigir o meu carro.

- Eu pensava que iria acordar na praia...

- Não queria ficar mais lá, eles poderiam me achar, sabem que eu adoro aquela praia. - Fez uma pequena pausa - E dirigir com você nua no banco de trás era uma coisa que eu não poderia deixar de fazer.

- Pervertido!

   O acusei me cobrindo até a cabeça com o lençol, O moreno riu, subindo na cama, em cima de mim.

- Não lembra que já vi você peladinha? Não precisa se cobrir agora.

  Levou a mão no lençol, o puxando para baixo com cuidado, esse sociopata sabe como mexer comigo. Pouco a pouco meu corpo foi sendo revelado.

- Agora sim. - Nick falou quando meu corpo já estava todo exposto.

  Ele começou a dar pequenos beijos em meu ombro, então se virou rápido, deixando eu em cima desta vez.

- Hoje é você que está no controle.

   Dei um sorriso, o beijando calmamente, esse menino me excita sem fazer absolutamente nada!

   Quando de repente, alguém bate na porta, parei de o beijar olhando para a porta de madeira assustada.

- Calma, deve ser um amigo que chamei para fazermos um menage.

- Nicholas! - falei o olhando brava, saindo de seu colo, sentindo minhas bochechas corarem.

   O moreno deu uma gargalhada, se levantando, colocou uma calça moletom.

- Vá para o banheiro! Não quero ninguém com os olhos em seu lindo corpo.

- O corpo é meu! Deixo quem eu quiser olhar pra ele.

- Ok, então posso abrir a porta com você aí?

   Perguntou andando até a porta, colocando a mão na maçaneta.

- NÃO!

   Dei uma corridinha até a outra porta, a mesma que Nicholas havia saído a pouco tempo, ouvi o rapaz dar uma risada, quando fechei a porta do banheiro, ouvi a porta da frente ser aberta.

   Tentei prestar o máximo de atenção possível no que estava acontecendo atrás da porta, quem era?

   Estava ouvindo uma voz feminina, mas não conseguia entender o que estava falando, Nicholas deu uma risada, com certeza a mulher está dando em cima dele, ele é lindo, quem não daria em cima de Nick?

   Um moreno, alto, olhos de tempestades, um rosto bem definido, músculos bem definidos, ombros largos... e aquele ar de bad boy misturado com mistério. Todas se amarram nele! E eu não posso fazer nada para as impedir, não estamos namorando, ele flerta com quem quiser a hora que quiser.

   Suspirei, não poderia me deixar sentir ciúmes, não posso sentir ciúmes pelo que não é meu. Nunca vai ser... Nicolas Cárter não é aquele tipo de menino que namora, é aquele que pega, come e depois descarta, claro que muitas meninas também fizeram o mesmo com ele. Nesse mundo de hoje, o sexo virou algo fácil de conseguir, fazendo o amor ficar difícil de achar.

   Balancei minha cabeça tentando arrumar meus pensamentos e meus sentimentos, tenho que colocar tudo em ordem, se não tudo vai virar uma bola de neve e me sufocar.

   Outra risada, só que desta vez, da mulher, Nick a agradeceu por algo, fechando a porta.

- Pode vir, Fedelha. Ela já foi.

Um dia após meu suicídio. Where stories live. Discover now