Cap. 5 - o beco

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Eu fiquei ali sentada, assistindo o rapaz devorar a carne, mergulhada em meus pensamentos.

Por que Nicholas matou o sr. Roger? Será que se ele falasse o motivo, eu entenderia? Por que eu não saio desse restaurante e chamo a polícia? Querendo ou não ele é um assassino! Essas perguntas tomaram conta da minha cabeça, eu tinha muita pergunta para pouca resposta.

O rapaz terminou sua comida, se levantou, jogou umas notas amassadas sobre a mesa, me pegou pelo braço me puxando.

-  Ei! O que você está fazendo?

Ele apenas olhava para frente, andando rápido, logo chegamos a um beco atrás do restaurante, um beco sem saída.

Era escuro, tinha umas latas de lixo em alguns cantos, um arrepio subiu pelas minhas costas.

O rapaz segurava meu braço com muita força, o local onde ele apertava estava vermelho, mas não doía.

Será que por eu saber que ele matou o Roger ele vai tentar me assassinar? Para não terem nenhuma suspeita? Novas perguntas vieram à tona, mas, mesmo assim eu não conseguia ter medo.

Quando chegamos no fundo do beco, Nicholas me jogou contra a parede fria, seu corpo fez pressão contra o meu, consegui sentir sua respiração, ele me olhava profundamente, apesar de não revelarem nenhum sentimento.

Conseguiria facilmente começar a sentir tesão se ele não levasse as mãos ao bolso tirando uma faca, e a levando para meu pescoço, sua boca no entanto, estava em meus ouvidos.

⁃  Agora você tem medo de mim? - Ele sussurrou em meus ouvidos, senti mais uma vez seu hálito acariciar minha pele, me arrepiei mais intensamente.

Eu não falei nada, o observando com a mesma intensidade que ele me olhava, então ele levou sua outra mão até meus cabelos os puxando, revelando ainda mais o meu pescoço.

Assim ele fez mais pressão em meu pescoço, agora livre de cabelos.

⁃  EU FIZ UMA PERGUNTA PIRRALHA! SEJA UMA MENINA EDUCADA E ME RESPONDE!

⁃  NÃO! - Respondi no mesmo tom dele, o fitando ainda.

O rapaz fez mais pressão em sua faca ainda em meu pescoço, puxou mais ainda meus cabelos, assim fazendo mais pressão contra o meu corpo, ainda imóvel.

Eu fiquei ali parada contra a parede, sem nenhuma expressão, o olhando perder a paciência.

⁃  NÃO O QUE?! - Ele falou rangendo os dentes. As tempestades em seus olhos estavam pretas. Não era um "cinza quase preto" era preto, só preto.

-  Não tenho medo de você, não tenho medo dessa sua faca em meu pescoço. - Falei baixo - Se quiser, se te fizer melhorar, rasga minha garganta, veja meu sangue escorrer pela minha roupa. Eu deixo.

Ele deu um sorriso maníaco, soltando meus cabelos, e deslizando seus dedos pálidos pela minha blusa, fazendo um caminho até minha barriga.

⁃  Ainda não, quero ver o limite de sua "coragem", mas por hora, quero deixar minha assinatura bem aqui. - Ele apertou com carinho a minha barriga.

Eu não entendi muito bem o que ele quis dizer por "assinatura", só deixei ele fazer o que quisesse comigo naquele momento.

Nicholas deslizou seus dedos até alcançar a barra da minha blusa, e a levantou, revelando ali, minha barriga toda arrepiada, parou de fazer pressão com a faca em meu pescoço, e a levou até minha barriga.

⁃  Eu levo essa faca para todos os lugares, nas tardes eu vou até a floresta, e mato alguns animais por lá, é meu hobby... mas, fazer cicatrizes em pessoas é novo para mim.

Um dia após meu suicídio. Where stories live. Discover now