Capítulo I

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Ele estava trancado no banheiro, sentado no chão, escorado à porta. Tão cansado de tudo.
Se esforçava para não chorar, não queria partir como um fraco. Se bem que isso não importava mais, já se sentia um fraco por não conseguir continuar.

Respirou fundo e segurou firme a arma em sua mão. Ergueu-a, destravando a trava de segurança e encostando aquele cano frio no lado direito de sua cabeça, pedindo perdão a sua mãe e seu irmão. Pôs os dedos sobre o gatilho. Seu coração apertava e batia tão forte, tudo dentro de seu peito doía demais para suportar. Ele apertou os olhos e se preparou para atirar e acabar com tudo quando...

TRINNN

Ouviu um barulho que o desnorteou e o fez afastar a arma e apertar o gatilho com força. A bala passou raspando sua cabeça e foi bater em uma cerâmica ao lado do chuveiro, fazendo um barulho que quase o surdou.

O quê?

O moreno tentava se situar e entender o que era o barulho que ele estava ouvindo e que o interrompera.
Era o celular de seu irmão, estava tocando. Ele havia esquecido naquele lugar no dia em que a tragédia aconteceu e estava lá desde então.
Olhou na direção em que o som vinha e voltou o olhar para a arma. Ficou nessa por um bom tempo até finalmente pegar o telefone, barulhento e insistente, que não caia na caixa postal, e atender. Esperou alguém dizer alguma coisa.

Oi, Cas, você finalmente atendeu, ainda bem que você atendeu! Eu queria...

— Quem é?

Ficou um silêncio do outro lado da linha por um instante.

Quem está falando aí é o Cassiano?

Na mesma hora seu cenho se fechou.

— Óbvio que não. É alguma brincadeira?

Brincadeira? Não, desculpe, acho que liguei errado.

— Hum. Ok... — não conseguiu evitar a voz tremula.

Você está bem? Está chorando?

— Não. — fungou, encostou o punho ao nariz.

Ei, pode falar comigo, eu posso te ajudar.

— Rá! Você pode me ajudar? — ele quase riu, mas não conseguiu, a tristeza em seu peito não deixou. Olhou para sua mão, que havia acabado de secar as lágrimas, e viu nela também algo vermelho. — Acho que é um pouco tarde para isso, ninguém pode me ajudar.

Talvez eu possa, não vamos saber se você não me deixar tentar.

— Eu nem sei quem você é. — percebera que havia machucado o rosto.

Olhou para o espelho à sua frente e lá estava o lado direito de sua cabeça todo ensanguentado devido a um corte acima de sua sobrancelha.

Winchester, Dean Winchester. —  ele se apresentou. — E você?

O moreno hesitou. Engoliu em seco.

— Eu? — colocou a arma sobre a pia... — Eh...

  •2•anos•depois

Novak?

Uma voz o chamou a atenção.

Novak? Castiel Novak! — repetiu a voz, um pouco mais irritada.

Castiel olhou para o professor que lhe chamava a atenção, um homem de estatura média, cabelos grisalhos e que nunca se sabia com qual humor estaria.
Tirou um dos fones da orelha.

CULPADOS • Destiel •Where stories live. Discover now