Bully Beatdown

461 49 94
                                    

- Nada disso, Tony! Sem chances.

- Vamos lá! – Tony segurou meu braço quando virei de costas pronto para ir embora – Pepper disse que Natasha disse que o Bucky disse que não tem problema.

É o que?

- Eu sei lá quem disse o que, mas eu não vou sentar ali. Não mesmo.

Enquanto eu tentava fugir, Tony tentava me arrastar para a mesa. Mas já era tarde demais para mim.

- Não vai sentar com a gente, Steven?

Senti uma mão pesada no meu ombro e um arrepio ate a alma.

Era Bucky.

Ele sorria diabólico e foi comprar um refrigerante numa máquina.

- Viu? Eu disse que não tinha problema.

Eu estava simplesmente congelado e com os pés plantados no chão. Tony teve que me puxar algumas vezes para eu sair do lugar. Enquanto todos comiam e conversaram, eu via minha vida passar diante dos meus olhos. Sentei no extremo oposto da mesa, o mais longe possível de Barnes e agradeci imensamente ao marceneiro por ter feito as mesas tão longas.

Não me atrevi a olhar para lugar nenhum, mantive meus olhinhos grudados no tampo da mesa a minha frente, nem ao menos peguei alguma coisa para comer. Mas sentia o peso do olhar de Bucky sobre mim.

Eu não precisei olhar para conferir, eu sabia que ele estava me olhando.

Como a víbora traiçoeira que ele era, me armou uma armadilha, eu bem burro, caí. Agora ele só estava na espera do momento certo de dar o bote e me mandar para junto de Fandral.

Onde estaria o tal de Thor?

Por mais incrível que pudesse parecer, sobrevivi ao almoço e às aulas depois. Barnes não moveu um dedo contra mim.

Ainda.

Ele ficou me encarando o tempo todo, o que fez meu estômago revirar e acabei não comendo nada. Fiquei num completo e mortal silencio dessa vez, não queria correr o risco de falar algo que fosse me fazer acabar sem dentes e com o rosto desfigurado.

Decidi parar na biblioteca depois da aula, apesar de morar só com uma pessoa, Tony conseguia ser mais barulhento que toda uma república, então não era dos melhores lugares para estudar.

Além de me trazer paz e silencio, estar num ambiente como o de uma biblioteca, e estudando, me dava um sentimento orgulhoso de dever cumprido, de estar fazendo a coisa certa. A faculdade não era nada barata e a bolsa não se manteria sozinha.

Eu tinha ate um lugar especial que eu sempre sentava para estudar. Era nos fundos, então não tinha mais muita gente e a enorme janela me presenteava com a visão de um amplo gramado muito bem cuidado e, dependendo da hora, o por do sol.

O que eu não esperava era que aquela janela me presenteasse com a visão de Barnes e Natasha deitados no gramado. Ela falava alguma coisa, estava seria. Ele fumava um cigarro e parecia triste.

Bucky Barnes triste certamente chamou a minha atenção. Natasha o encarava apreensiva enquanto falava e ele olhava perdido para o céu. As pernas esticadas e as mãos cruzadas atrás da cabeça e o cigarro pendurado nos lábios, toda a sua pose indicava descontração, mas eu podia ver nos seus olhos a tristeza.

Imaginei por um segundo se eles eram namorados e ela estava terminando com ele.

Não parecia assim tão improvável depois de ter ouvido uma conversa fragmentada de Tony e Pepper. Ela disse algo sobre Natasha estar se mudando ou já tinha se mudado para a casa de alguém. E esse alguém não era Bucky Barnes. Talvez ela tivesse terminado com ele para morar com o novo amor.

Cocaine Cowboy | stuckyWhere stories live. Discover now