Gravity

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I am surrendering to

the gravity and the unknown

BUCKY'S POV

Ter tido aquela conversa com Steve tinha sido uma das coisas mais difíceis que já tinha feito nesses meus 22 anos de vida, mas foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Eu tinha esperanças de que ele correspondesse meus sentimentos, mas eram poucas; ele era um ser perfeito, por que estaria interessado em alguém como eu? Ainda não entendia isso, mas não seria eu a reclamar. Tinha ganhado tudo que poderia pedir.

Ainda estava sendo um pouco difícil me acostumar à ideia de que não gosto apenas de mulheres; me empenhei nos últimos dias a resolver isso de uma vez por todas: estava olhando mais para outros homens, me obrigava a olhar para eles e não apenas ver meus amigos e colegas, mas vê-los e como homens. No começo foi horrível e desconfortável, até de repente me pegar reparando em alguns homens passando. Sentia algo como um leve puxão na base do estômago, como se houvesse um fio amarrado na parte de baixo da minha barriga que fosse puxado quando meus olhos pousavam em homens que me atraíam.

Estava até descobrindo qual era meu tipo: Steven.

Toda vez que via um corpo alto e atlético com uma cabeleira loira rebelde, sentia todos os meus músculos se retesando na esperança de que fosse Steve, mas dificilmente era.

Clint tentou me ajudar com essa coisa de explorar a sexualidade de longe. Ele me acompanhou alguns vezes à lugares para ficarmos olhando para homens. Nunca na vida imaginaria que acabaria assim, mas lá estava eu. Quando alguém que chamava sua atenção passava por nós, ele me dava uma cutucada e apontava para a pessoa. Natasha se juntou a nós uma vez, mas praticamente todas as pessoas que passavam ela nos indicava e era mais do que humilhante olhar para homens tentando me descobrir com ela do lado fazendo comentários e piadas que me faziam querer explodir em um milhão de pedaços envergonhados.

Nenhum dos dois tinha qualquer problema relacionado à orientação sexual ou a sentirem atração por outras pessoas. Talvez fossem o casal mais bem resolvido e tranquilo que existisse na face da terra. Eu pelo menos não conseguia me imaginar com a pessoa que eu gosto procurando pessoas atraentes.

Outra coisa extremamente desconcertante de quando Natasha nos acompanhou foi como insistentemente fazia piadas sobre todos os caras que eu reparei serem parecidos com Steve. De fato eram, mas era muito pior quando ela falava em voz alta.

Não demorou muito para que as coisas ficassem bem claras para mim e não precisássemos mais nos prestar a esse papel.

Clint estava sendo meu personal trainer do descobrimento LGBT e estava me dando pequenos passos para cumprir. Achar outros caras que eu achava atraente era um deles. O próximo era ainda pior: ele queria que eu me masturbasse pensando em homens. Infelizmente Natasha estava junto quando ele me passou a lição de casa e fez uma infame piada sobre eu já ter concluído esse passo pensando no Steve.

O fato é que eu já tinha sim quase concluído essa etapa, e pensando no Steve; mas me censurava toda vez. Agora teria que levar até o final. E era estranho porque estava fazendo de propósito. Mas no final das contas não foi tão difícil, depois de passado o nervosismo. Peguei um dia que Steve estava fora estudando com Natasha, fumei um baseado para acalmar os nervos e soltar os nós nos músculos, coloquei uma música qualquer só para não ter que lidar com o total silêncio, me deitei e coloquei a cabecinha pra funcionar. Comecei devagar, apenas reconhecendo meu corpo já sem roupa, tinha acabado de sair do banho; comecei pensando em Steve, em esbarrar com ele pelo apartamento despretensiosamente, pensei no seu sorriso fácil mas tímido, no jeito que passa a mão pelo cabelo e cora com facilidade.

Cocaine Cowboy | stuckyWhere stories live. Discover now