A Stranger

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Acordei sentindo uma poderosa pontada no estômago. Minhas entranhas pareciam se contorcer sob a minha pele.

Lutei contra a necessidade de abrir os olhos, algo me dizia que era melhor permanecer na escuridão da ignorância.

Meu corpo dolorido estava abraçado em algo gelado e de formato estranho, minha cabeça pendia mole no meu pescoço sem ter onde apoiar.

Uma sensação estrangulante vinha do meu âmago e subia pelo meu corpo; era como se eu fosse uma pasta de dente e alguém estava enrolando a parte de baixo para sair o creme.

Quando a sensação chegou à minha garganta, só tive tempo de abrir a boca e esperar, resignado, o resto de álcool e bile sair de mim.

Era como um expurgo.

Relutante, abri meus olhos. Estava sentado no chão do banheiro abraçado com o vaso sanitário. Essa não parecia ser a primeira vez que eu vomitava.

Por alguma estranha razão, eu estava sem roupa; podia contar apenas com a minha cueca. Tentei me lembrar de algo que pudesse indicar o motivo da minha nudez, mas para o bem ou para o mal, não conseguia me lembrar de nada.

Não era a primeira vez que eu dava PT e nem a primeira vez que eu acordava sem lembrar da noite anterior. Mas era a primeira vez que acordava dando PT sem lembrar de nada e sem roupas.

Podia apenas esperar pelo melhor e me preparar para o pior.

Uma dor aguda irradiava da minha cabeça, era mais forte que qualquer outra. Seria a pior ressaca da minha vida.

Meu corpo todinho doía, eu tremia de frio e estava terrivelmente enjoado. Era esse o resultado de não seguir minha própria regra de beber álcool e depois água.

Bom, todos temos que pagar por nossos erros eventualmente.

Me ajeitei encostado na privada e me preparei para tirar um cochilo quando uma cabeleira marrom seguida de um rosto amassado apareceu pela fresta da porta.

- Ah, você está aqui! – disse Clint com a voz sonolenta – Natasha, achei ele – gritou com a cabeça para fora do banheiro.

Logo a ruiva se junto a nós. Eu não tinha forças para tentar esconder meu corpo semidesnudo e nem para sentir vergonha da minha situação precária.

- Você deu um show e tanto ontem – falou como quem não quer nada enquanto olhava suas unhas pintadas – Duas vezes – me olhou e sorriu diabólica.

Suspirei resignado. Tentava me concentrar em pensar se seria possível enfiar a cabeça na privada e morrer afogado na água e vômito.

- Esse banheiro está fedendo, Steve. – com uma cara de nojo, Natasha puxou a descarga e borrifou bom ar no ambiente e em mim – Tome um banho, depois te conto o que você aprontou ontem – sorriu diabólica de novo antes de fechar a porta.

Me arrastei até o box e deixei a água quente lavar meu corpo e esperei que também lavasse minha alma embriagada. Tentei me lembrar do que aprontei na festa, mas era tudo um borrão.

Primeiro vieram os flashes.

Eu estava dançando com o pessoal.

Eu estava dançando com o Bucky.

Eu estava quase beijando o Bucky!

Era pior do que eu imaginava.

Podia ser o efeito da bebida e memórias alteradas pelo álcool, mas eu tinha certeza de que ele estava gostando e dançando colado em mim.

Cocaine Cowboy | stuckyWhere stories live. Discover now