Same Old Mistakes

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– New person, same old mistakes

Bucky's POV

They don't know what I've felt

Or see it from this way around

Nem ao menos tinha completado uma semana careta e eu já podia sentir os efeitos do meu corpo estranhando a ausência de cocaína correndo livre pelo meu organismo: enjoos constantes, dores pelo corpo, tremedeira, ansiedade, estava constantemente à beira de vomitar e surtar. E era só o começo.

Ainda não estava tão ruim, mas estava piorando de forma rápida.

Clint vinha me ajudando, estava sempre comigo, me fazia companhia e me mantinha ocupado e entretido. E sob constante vigilância. Depois da cena deplorável em sua casa, ele voltou comigo e vasculhou cada canto do apartamento em busca de drogas. Até mesmo me revistou. Não era o primeiro rodeio, ele conhecia todos os truques e esconderijos, então até no quarto de Steve ele procurou. Até minhas garrafas de bebida barata foram confiscadas. Não adiantaria de nada substituir o vício em cocaína pelo alcoolismo. Fui apenas liberado a manter uma pequena quantidade de maconha que eu tinha e usava as vezes para conseguir dormir ou comer.

Natasha se mantinha presente por mensagens constantes me oferecendo apoio virtual. Aparentemente Clint fora designado a cuidar de mim e ela de cuidar de Steve, algo sobre sua avó estar doente. A avó com quem ele cresceu e assistia programas de culinária, de quem ele falava com tanto carinho e saudade. Desejei que ela ficasse bem. E ele também. Fui até tomado pela vontade de cozinhar com Steve; se pudesse voltar no tempo, teria aproveitado melhor a única vez que fizemos isso. Ou até mesmo criado a oportunidade de fazer mais vezes.

Nossa situação era mais um estressor, um agravante da minha condição. Estando limpo, eu teria que aprender a lidar com tudo aquilo que vinha evitando, e sentimentos conflitantes com relação ao loiro era uma dessas coisas. Eu tentava a todo custo fugir disso, mas agora não teria onde me esconder.

Como de costume, eu estava atrasado para a aula. E como de costume também, eu era o homem mais patético e burro da face da Terra. Não sei que tipo de merda eu tinha comido no café da manhã, mas eu acabei desviando do meu prédio e entrando no de Steve.

Era tão patético que chegava a ser triste.

Primeiro de tudo que Steve estaria em aula, então não tínhamos como nos esbarrar pelos corredores. Segundo que, mesmo que por um milagre, ele estivesse fora da sala e nós nos encontrássemos, não queria nada a dizer.

Na verdade, eu tinha. E muito. Era esse o problema.

E eu jamais diria.

Me sentia um completo imbecil por estar ali; e isso somado com a ínfima possibilidade de encontra-lo fazia a ânsia e ansiedade subirem pela minha garganta. Quando finalmente tive a realização do quão idiota estava sendo, precisei correr para o primeiro banheiro que achei e me trancar numa cabine.

Tive tempo apenas de cair de joelhos e enterrar a cabeça na privada. Lá se ia o pouco de café que tinha conseguido tomar naquela manhã. Meu corpo todo tremia, mas não só pelos espasmos do meu estômago se contorcendo. Era só a primeira semana e eu já queria desistir.

Minha situação, que já era ruim, ficou ainda pior quando alguém entrou no banheiro. Eu tentei segurar minhas tripas no lugar, mas meu corpo estava determinado a pôr para fora até a última gota de bile que restava em mim. Mas foi quando eu ouvi sua voz que eu perdi de vez o pouco de controle que tinha. Era Steve ali, no telefone com alguém. Sua voz era inconfundível, eu a reconheceria até surdo. Eu o reconheceria até morto.

Cocaine Cowboy | stuckyWhere stories live. Discover now