Straight Lines

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Acordei sentindo uma estranha falta do calor ao meu lado com o qual adormeci. Abri os olhos preguiçosamente e me deparei com um quarto que não era o meu.

Lentamente a realização de todos os últimos eventos e a quem pertencia o tal calor me veio à mente. Como um balde de água fria.

Soltei um muxoxo longo e melancólico. Me dei alguns segundos deitado antes de ter que levantar e encarar o dia e as consequências da noite passada. Não era nada de mais dormir ao lado de um amigo; mas para Bucky, o macho alpha, certamente seria.

Apesar de que nem ao menos somos amigos, então talvez tenha sigo alguma coisa.

Lembrar da sensação de estar deitado ao seu lado e tão perto causou uma sensação gelada no fundo do meu estômago, como se eu tivesse engolido diversos cubos de gelo.

Não era tanto o fato de termos dormido na mesma cama ao lado um do outro. Mas sim Bucky ter mepedido para dormir com ele. Não foi um acidente ou algo não pensado. Foi um pedido.

Ele nem ao menos estava mais doente o bastante par ter alucinações febris. Podia não estar muito em condições de fazer escolhas, mas estava consciente do que me pedia.

Bom, o melhor a se fazer era não pensar nisso demais e criar tramas complexas para algo que nem foi tão grande.

Provavelmente a melhor abordagem era fingir que nada aconteceu. Lidar com James era como lidar com um animalzinho ferido e assustado: tinha que ser cauteloso e mostrar que não era uma ameaça.

O apartamento estava estranhamente silencioso; nem sinal de que havia outra pessoa ali. Saí do quarto e confirmei o silêncio. James não estava em lugar algum. Havia apenas pequenos rastos da sua passagem pela cozinha: uma caneca no escorredor de louça e café frio na cafeteira. For isso, tudo estava intocado.

Inclusive eu.

Bucky acordou de uma quase morte e encontrou um cara deitado na sua cama e não fez nada. Nem um escândalo ou crise de masculinidade frágil. Esperava no mínimo que ele me empurrasse para fora da cama ou gritasse absurdos sobre eu estar ali. Mas nada, ele não fez nadinha. Nem um barulho, ele me deixou dormindo no seu quarto e saiu de casa.

Parecia tão surreal quanto termos dormido juntos.

Já estava atrasado para a aula de qualquer forma, então tomei um longo banho. Não só para lavar o estresse dos últimos dias, mas porque percebi estar com o cheiro de James em mim.

Tomei um café reforçado e fui para a aula. Tentei pensar em qualquer coisa que não fosse o garoto problema, mas eu simplesmente não conseguia me deixar ter paz. Não parava de pensar sobre o ocorrido e também estava preocupado com seu bem estar. Afinal, ele tinha praticamente levantado dos mortos e desaparecido.

Acabei mandando uma mensagem para ele. Tentei negar a todo custo que estava esperando pela resposta, mas não posso mentir para mim mesmo, estava doente de ansiedade esperando pela mensagem dele.

Que não veio.

Horas se passaram e nada de ele me responder.

Realmente não sei o que esperava, afinal, era de James Barnes que estávamos falando. O notório Soldado Invernal. Era uma mensagem simples perguntando se ele estava bem, podia pelo menos ter a educação e decência de responder depois de todo o trabalho que ele me deu.

Ugh.

Por mais que eu quisesse negar, ser ignorado me fez murchar. No fim da aula me peguei ansioso para ir ao refeitório e vê-lo ali, sentado com seus amigos, bem e recuperado do horror do final de semana.

Cocaine Cowboy | stuckyWhere stories live. Discover now