Blue

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Bucky era, definitivamente, o cara mais esquisito que já vi na minha vida.

O individuo quase me beija na festa, aí vai embora emburrado e, de repente, aparece em casa todo surrado e ainda acha graça.

E eu ainda tive que ficar limpando o sangue e remendando o estrupício.

Coragem, viu.

Depois de todo o trabalho para ajeitar o briguento e de longos minutos ajudando-o a segurar gelo em pontos específicos de rosto, ajudei Bucky a chegar no quarto. Assim que o encosto caiu na cama, saí correndo para o meu quarto e nem olhei para trás para não correr o risco de ser pego em mais algum de seus problemas.

Por mais que eu quisesse esquecer que do garoto problema no quarto da frente, dormi muito mal pensando em como ele chegou naquele estado. E acima disso, coo chegamos ao ponto de quase nos beijarmos naquela festa. Evitei ao máximo ter que falar sobre aquilo com a Nat e o Clint, mas era algo que martelava na minha cabeça.

Repeti para mim mil vezes que era só a bebida e nada além.

Parte de mim agradecia aos céus por Bucky chegar em casa em tão péssimo estado e claramente alcoolizado, porque não queria ter que encará-lo depois de tudo que aconteceu na festa de cara limpa. Era uma pequena misericórdia que nosso primeiro contato depois daquilo não tivesse nada a ver com aquilo e não fosse uma situação completamente constrangedora.

Minha vida era com certeza mais calma quando eu morava com o Tony. Apesar das loucuras e festas e luxo a vida com ele era mais simples. Não tinha nada dessas esquisitices e a sexualidade do meu companheiro de apartamento era bem clara.

Com Bucky os limites pareciam ser bem claros, mas agora parecem ficar cada vez mais borrados.

Tudo que eu queria era um cara normal para dividir um quarto e terminar meu curso em paz. Mas parece que querer paz é um pouco demais nesse lugar.

Pelo menos fiz amizade com a Nat e o Clint, pessoas maravilhosas e bem resolvidas, diferente de seu amigo no quarto da frente.

Passei a tarde na casa deles e Clint parecia muito interessado em falar do Bucky. Natasha percebeu que eu fugia do assunto como o diabo foge da cruz e não disse nada. Ela com certeza sabe bem como é ter que lidar com o digníssimo, sabe bem o desafio.

Acordei naquela manha de segunda feira simplesmente querendo estar morto.

Me arrastei para fora do quarto e a porta de Bucky, pela primeira vez, não estava fechada. Estava entreaberta, exatamente como eu deixei na noite anterior. Apesar de ser estranho, dei de ombros e segui meu caminho.

Tomei um banho frio para acordar os ânimos e fiz meu café forte. Já estava na segunda caneca e nem sinal do estrupício. No fundo da minha mente soava um alarme para que eu não fizesse o que estava a ponto de fazer.

Não pensando muito no que fazia para não desistir, enchi uma caneca de café e me dirigi para o seu quarto. Receoso, abri a porta e o encontrei jogado na cama do mesmo jeito que estava ontem à noite. Cheguei mais perto e notei as bochechas vermelhas; Barnes estava com uma expressão de dor e arfava.

Oh, céus.

- James? – chamei – Ei – coloquei a mão no seu ombro e ele soltou um muxoxo.

O moreno de tatuagem feia estava suando, mas o quarto estava frio por causa da janela aberta. Me arrependendo muito, coloquei a mão na sua testa, o homem pelava de quente.

Eu queria que deus tivesse misericórdia.

Um dia de paz, era tudo que eu queria. Era tudo que eu não teria.

Cocaine Cowboy | stuckyWhere stories live. Discover now