Ravenous

345 36 53
                                    

Bucky's POV

Tilling my own grave to keep me level

Jam another dragon down the hole

Forcei mais uma garfada de qualquer que fosse a comida goela abaixo, mais uma mordida e eu iria vomitar, mas o olhar severo disfarçado de Natasha me compelia a desafiar os limites do meu estômago. Se tinha uma coisa que eu estava naqueles dias era enjoado; então não aguentava mais Steve fazendo milhares de comidas por dia. Não aguentava mais comer ou sequer sentir o cheiro do próximo prato mirabolante que ele faria. No começo achei que era só uma forma passageira de lidar com a morte da avó, mas Steve estava determinado a fazer cada uma das receitas deixadas por ela. E, meu deus, como aquela mulher tinha receitas! Não parecia acabar nunca! Mas é claro que jamais abri a boca para reclamar sobre.

Mas eu não aguentava mais.

Com um olhar suplicante para a ruiva, parei de comer. Estávamos os quatro na mesa, eu, Steve, Nat e Clint; os três se entretinham numa conversa da qual eu não participava. Steve não falava muito comigo, na verdade. Ele estava bem distante ultimamente.

Fui muito relutante quando voltei para cá sem ele, não queria deixa-lo sozinho, mas ele tinha muito para resolver e eu não queria ser um incômodo. Parte de mim ficou incrivelmente aliviada de poder ir embora, estava sendo corroído pelo medo de passar mal e causar mais dor a Steve; quanto maior meu medo de estragar tudo, mais desesperadamente eu queria não estar mais sóbrio. Então foi melhor deixa-lo lá para se resolver ser me ter por perto para atrapalhar. Por mais que quisesse ser otimista, eu era uma bomba relógio e todos ao meu redor sabiam disso. Estavam todos na espera de eu explodir.

Mas por outro lado, cada célula do meu corpo gritava para que eu não o deixasse sozinho para lidar com a perda. Tudo bem que ele teria Sharon, que cresceu com ele e tudo mais, mas eu queria estar com ele e oferecer apoio; queria ser importante para ele e me fazer útil.

Mas era apenas um desejo egoísta. Eu fazia mais mal do que bem a ele.

E a todos ao meu redor.

Desde que finalmente falei em voz alta meu crime, parecia cada vez mais real e sem escapatória. E ser mandado embora na manhã seguinte me trouxe uma sensação ruim. Como se tivesse a ver com isso. Mas tinha certeza de que Steve não me ouviu, ele estava dormindo. Ele não pode saber, nunca.

Eu não repetiria aquelas palavras em voz alta jamais. Sob nenhuma circunstância. Nem sob tortura.

Desde que Steve voltou, algo parecia fora de lugar entre nós. Achei que fôssemos ficar mais próximos de alguma forma, mas ele parecia mais distante que nunca. Meu corpo todo vibrava em expectativa esperando ele chegar, achando que seria uma nova fase para nós; eu me contorcia na ansiedade de tê-lo de volta em casa e descobrir como estava tudo entre n[os, como seríamos agora mas quando ele chegou e nem avisou, silencioso e sorrateiro e depois apenas falava comigo o necessário, me senti como um balão espetado por um alfinete que murcha devagar.

Eu tentei, do meu jeito, me aproximar, saber como ele estava, mas Steve era sempre evasivo; escorregadio como um peixe. Me senti tentando capturar fumaça com as mãos: sempre que pensava ter pego algo, abria as mãos e as encontrava vazias.

Eu queria que ele se apoiasse em mim, que precisasse de mim. Mas ele não precisava. Fui deixado de lado.

Provavelmente durante a refeição não era um bom momento para pensar sobre isso, constatar o quão inútil e insignificante é minha existência aqui formou um bolo na minha garganta. Meu estômago se contorceu em desconforto e eu senti a ansiedade fazendo meu coração acelerar. A comida que tinha acabado de forçar para dentro, estava se forçando para fora. Tive tempo apenas de sair correndo já sentindo o suor frio escorrer pelo meu rosto.

Cocaine Cowboy | stuckyWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu