Winter Soldier

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Passei o sábado inteiro numa pilha de nervos preocupado com o meu querido colega de apartamento que não acordava nunca e tinha vomitado até a alma.

Na festa de Tony ele não deu um simples pt, não era uma overdose de cocaína também, mas seu corpo tinha chegado ao seu limite. Aparentemente Bucky praticamente não tinha dormido a semana toda porque não parou de cheirar por um segundo e estava sem o seu suprimento de maconha, que o ajudava a dormir e comer. Apesar de ter ficado raivoso (e preocupado) com isso, fiquei aliviado por ter sido um pt de proporções épicas e não uma overdose.

E também aliviado por descobrir o motivo de ele não ter comido nem um dia sequer a comida que deixei na geladeira.

Enquanto vomitava álcool e bile, porque não tinha comido nada o dia todo, Bucky me pediu repetidas vezes para não contar para ninguém. Me incumbiu da tarefa de garantir sua sobrevivência sem chamar ninguém e, acima de tudo, sem deixar Natasha e Clint verem.

Tirá-lo daquele apartamento sem que seus amigos vissem foi uma tarefa árdua. Precisei arrastá-lo por quase todo o caminho até a portaria. Eu estava bem bêbado quando o encontrei, mas depois do tanto de água da pia que bebi para não vomitar e do nervoso que passei com Bucky, estava menos inconsequente quando consegui pegar um taxi.

Ele já não tinha mais nada para vomitar, mas o seu corpo ainda dava alguns espasmos. Enquanto o efeito do álcool se desbotava em mim, o desespero e preocupação se pintavam no fundo do meu estômago.

Fiquei todo o percurso me empenhando em não deixar Barnes dormir, estava começando a ficar com medo que ele não acordasse.

Seu corpo estava completamente mole e quase nenhuma consciência sobrava. Consegui fazer um pouco de água descer por sua garganta antes de leva-lo para cama. Eu queria ligar para a policia, chamar uma ambulância, mas Bucky me fez prometer que não o faria. Eu devia estar bem mais louco do que eu pensava por não ter chamado o samu.

Eu nunca tinha entrado no quarto de Barnes antes. Cama bagunçada, pôsteres pelas paredes, tralhas para todo lado, pinos vazios sobre a cômoda.

Fiquei algumas horas de sentinela ao lado da sua cama, fiquei vigiando sua respiração até o sol nascer, então fui dormir.

Acordei de sobressalto e com dor de cabeça. Só depois de tomar banho e fazer café que reparei que tinha sido realidade e não um sonho estranho. Corri para o quarto do moreno e passei o resto do dia com um café na mão e o número já discado da emergência na outra. Fiquei atento a sua respiração o dia todo; até tentei ver algumas coisas da faculdade, mas não conseguia me concentrar em nada. O medo de não ver mais aquele peito subir e descer gelava as minhas entranhas.

Fui acordado no meio da noite por Barnes se mexendo na cama. Em algum momento cansei de ficar na cadeira e sentei no cantinho da cama. Ele teve alguns instantes de consciência, olhou para mim e murmurou algo que não entendi e voltou a dormir.

Abandonei o meu posto e fui fazer algo mais produtivo com a minha vida, ele iria sobreviver. E agora aqui estou eu, sentado à mesa com várias comidas, analgésicos e água esperando a bela adormecida ressurgir das cinzas das suas péssimas escolhas de vida.

Foi só quando ouvi o ranger da sua porta que o aperto no peito cessou.. Ouvi o barulho do chuveiro e finalmente o gelado na minha espinha passou e meu estômago se acalmou. Pude enfim respirar aliviado.

Estava feliz por ele estar vivo e bem (na medida do possível), mas não estava nada contente com a situação.

Demorou uma boa meia hora até que ele aparecesse, de cabeça baixa, na sala.

Cocaine Cowboy | stuckyTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang