Crashdiet

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Dead, trash, a junkie outta cash

I wanna beat the coffin so I'm hiding in the ash

Acho que todos já passamos por momentos na vida em que desejamos ser um avestruz e simplesmente enfiar a cabeça na terra e não lidar com a realidade.

Esse era certamente um desses momentos.

Já estava caminhando pelo campus há uns bons dez minutos num completo silêncio. Queria pedir desculpas ao Sam pela cena lamentável que teve que presenciar, mas eu estava tão envergonhado que não conseguia fazer nada além de olhar para o chão e pedir a deus por piedade.

Desde que eu tinha conhecido James minhas vida era uma série de desastres.

Estava pensando em algo para falar que pudesse consertar a situação e aplacar minha vergonha quando Sam pigarreou.

- Isso é algo constante? – apesar do clima terrível, sua voz siava casual, assim como sua postura com as mãos nos bolsos.

- Infelizmente acontece mais do que deveria. – cocei a nuca num gesto nervoso e senti minhas bochechas pegarem fogo – Não achei que fosse acontecer mais, mas Bucky é uma caixinha de surpresas.

De surpresas terríveis. Algo como a caixinha de Pandora.

Você nunca sabe o horror que vai sair dali quando abre.

- Parece mesmo algo fora do normal morar com o famigerado Soldado Invernal.

- As vezes nosso apartamento se parece com um ringue de luta. – bufei cansado – Se existe alguém impossível de entender, esse alguém é Bucky Barnes – eu podia sentir o nervoso se apossar do meu corpo com a mera menção do nome.

Sam deu uma risada e casualmente se aproximou mais.

- Você já viu ele lutando?

- Essa é mais uma das coisas que eu presenciei mais vezes do que gostaria – fiz uma careta de desgosto – E você?

- Só uma vez e foi a coisa mais impressionante que eu já vi.

- O que tem de impressionante em gente se batendo a troco de nada?

- O Soldado Invernal em ação não é coisa qualquer. Parece que ele vira algo além, uma criatura feita para aqueles ringues improvisados.

Essa era a coisa mais idiota que eu poderia ouvir.

Era só o que me faltava: romantizar um bando de universitários sem nada melhor para fazer se batendo a essa hora na noite.

- Bom, eu acho isso tudo a maior decadência possível e prefiro evitar.

Apesar de James ter me levado na sua antiga academia e se aberto comigo, ainda não me descia essa história toda de universitários se batendo por aí por diversão. Tudo bem, eu entendo que Bucky seja alguém com muita raiva e agressividade que precisa de uma forma de escape, mas há formas melhores de trabalhar suas frustrações.

Ele luta muito bem, isso é fato. Então porque e, vez de esmurrar uns universitários por dinheiro de aposta não ser um lutador profissional e lidar com outros lutadores treinados e que representam um desafio à altura?

Está tudo muito errado na vida e na cabeça desse marmanjo.

Meu tom de voz de voz irritado acabou dando o assunto por encerrado. Sam mudou para outro tópico e nos guiou para uma lanchonete próxima ao campus que ficava aberta 24 horas.

Comemos a sobremesa, tomei um milk-shake; o assunto "James Barnes" não foi mais tocado e eu agradeci internamente por isso.

Mesmo depois do showzinho do Barnes, Sam continuou como se nada tivesse acontecido. Ele manteve o clima leve e conversamos sobre as mais variadas coisas por horas. Já era tarde da noite quando decidimos ir embora. Sam ofereceu seu dormitório, mas eu teria que encarar James mais cedo ou mais tarde, então Sam insistiu em me acompanhar de volta.

Cocaine Cowboy | stuckyWhere stories live. Discover now